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Sodo on.

Eu estava um pouco cansado após o meu momento com o Rain, nós ficamos um tempinho trocando carícias e aos poucos fui apagando e peguei no sono. Se eu dormi meia hora foi muito. Acordei com um Rain caminhando furiosamente de um lado para o outro do quarto, dando alguns socos nas paredes, com algumas gotas de suor escorrendo de seu rosto. No início eu me assustei um pouco.

-Rain... o que você está fazendo?

Ele não me respondeu, pegou um potinho que estava em cima da cômoda ao lado da cama e jogou contra a parede. Por sorte, o pote era de silicone, e o conteúdo dentro dele eram algumas palhetas.

Levantei e caminhei cautelosamente até ele.

-Rain, vem... –estendi a mão para ele.

Ele me olhou, e eu via sua respiração pesada. Mais uma crise, muito obrigado Kyle.

-Volta a dormir, porra!

Neguei.

-Deixa eu te dar um abraço, baby! –dei mais um passo para perto dele.

-Cala a boca e volta a dormir! –ele me empurrou violentamente, e eu acabei me desequilibrando, por sorte, caí na cama.

Antes que eu pudesse levantar novamente, ele veio para cima de mim, eu conseguia ver o olhar dele tomado pelo ódio. Não era meu Rain que estava ali, e isso me assustava um pouco.

Ele ficou segurando fortemente meus pulsos contra a cama. Se fosse em outra situação isso me deixaria excitado. Infelizmente não era o caso.

Falei baixinho:

-Rain, deixa eu te abraçar...

-Para... de olhar... para mim... –ele falou de forma fortemente irada.

Ele apertou meus pulsos um pouco mais forte, eu tentei me desvencilhar dele, mas não consegui. Nessas horas a força dele parecia triplicar.

Eu apenas virei meu rosto para o lado, e sem perceber encolhi um pouco os ombros, comecei a sentir as pontas dos meus dedos começarem a gelar, pela pressão em meus pulsos, mexi um pouco os meus dedos que começavam a formigar. Era muito dolorosa a forma como aquele momento anulava completamente o anterior. E o pior de tudo é que ali aquela crise teria que passar por si só, pois não tínhamos nenhum medicamento para cortá-la.

Senti algumas lágrimas escorrendo por meus olhos, continuei encarando a parede, percebendo que o olhar dele estava sobre mim.

Ele continuava com a respiração pesada, mas me soltou e desceu da cama, voltou a caminhar de um lado para o outro. Eu sentei e me aninhei no canto, observando seus movimentos.

Em determinado momento, ele sentou na beirada da cama, e começou a segurar fortemente seus cabelos. Engatinhei até ele e repousei suavemente uma de minhas mãos sobre suas costas.

-ME SOLTA!

Tirei a mão de cima dele, eu não sabia como agir. Não mais! Apenas fiquei ajoelhado atrás dele tentando pensar em maneiras de o ajudar a se acalmar. Se estivéssemos na minha casa, eu teria coisas para fazer um chá derruba leão.

-Vamos para o hospital?

-NÃO!

-Você vai acabar se machucando, estou preocupado.

-VAI EMBORA DA MINHA CASA.

-Não vou te deixar sozinho, vou cuidar de você.

-VAI EMBORA!

E nessa hora, ele levantou e começou a jogar em mim todos os objetos que ele via pela frente, meu maior desejo era que ele não tivesse uma arma ali. Eu tentei me esquivar ao máximo e proteger meu rosto com as mãos, por último, ele pegou um copo. Era de um vidro fino, como se fosse cristal.

il gioco - Dewdrop & RainOnde histórias criam vida. Descubra agora