11

303 36 50
                                    

Rain on.

Passar aquelas horas naquele hospital estava me deixando completamente impaciente, minha vontade era de arrancar aquele equipo do meu braço e sair correndo, mas... eu estava sendo medicado para não sentir tanto os sintomas da abstinência. Ainda assim, a ansiedade que ela me causava era terrível.

Sodo ficou comigo por um tempinho de tarde, enquanto me contava sobre como foi a conversa com os meninos mais cedo, e me preparando para a conversa que teriam comigo. Após o horário de visitas terminar, ele foi para casa para um mais que merecido descanso. Eu me sentia péssimo em ver o estado em que ele estava por minha culpa. Acredito que perceber o quanto eu estava sendo tóxico com o Sodo foi a minha maior motivação para parar.

Eu ficaria uns dias internado para iniciar o processo de desintoxicação, posteriormente seria liberado para dar continuidade em casa. Além de alguns medicamentos, eu teria uma dieta equilibrada e acompanhamento psicológico. Era isso, um longo e doloroso caminho para me livrar de algo que não levou nem 15 minutos para começar. Certamente uma das, se não a pior decisão em toda a minha vida.

Os meninos ficaram de me ver no horário de visitas noturno, e a cada minuto que fazia o entardecer se aproximar, eu senti que iria surtar por nervosismo e medo. Sodo chegou meia hora mais cedo, para me entregar meu celular, carregador, fones de ouvido, produtos e itens de higiene pessoal, algumas roupas, até livros ele deixou.

-Está preparado para encarar as feras?

Ele perguntou, se referindo à banda, e eu gelei.

-Não!

Ele deu um sorrisinho.

-Não se preocupe, eles não estão bravos com você, apenas preocupados.

-Mas mesmo assim, Sodo! Estou nervoso e medroso.

-Não tem motivos... vai ficar tudo bem.

Sempre que o Sodo usava essa frase "vai ficar tudo bem", geralmente tudo ficava mesmo. Ele conseguia passar muita segurança e confiança nas coisas que falava.

Em pouco tempo, ouvi as vozes dos meninos se aproximando de meu quarto, e quando eles preencheram meu campo de visão, pensei que fosse enfartar. Eu sentei na cama, e forcei um sorriso.

-Oi, galera! -falei tímido.

Eles cumprimentaram Sodo, em seguida voltaram a atenção para mim.

-Rain, como se sente?

Perguntou Papa, colocando uma mão em meu ombro.

-Eu acho que estou melhor.

Ele assentiu.

-Você nos deu um grande susto, irmãozinho! -falou Aether.

Abaixei o olhar.

-Desculpem!

-Rain seu filho da puta, porque não nos falou que estava passando por um momento difícil? -disse Moutain.

-Calma, Moutain! Ele não sentiu que podia... NÉ RAIN??? -completou Swiss.

-Meninos, eu realmente peço perdão, a todos vocês, em especial ao Sodo -olhei para ele, que estava um pouco mais atrás dos demais, com os braços cruzados- Mas o momento em que eu estava vivendo para mim parecia certo, eu não entendia que estava precisando de ajuda, e quase ferrei com tudo. Me perdoem, por favor.

-Nós ficamos um pouco sentidos com isso, mas o que importa no momento é sua melhora e recuperação, então vamos focar nisso -disse Papa, me passando conforto em seu tom de voz- vamos te dar todo o suporte que você precisa, e quando tudo isso passar vamos comemorar sua vitória.

il gioco - Dewdrop & RainOnde histórias criam vida. Descubra agora