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-X- obrigada pelos votos! Segue a versão que a maioria escolheu -X- 

Sodo on.

Desde que o Rain me disse que iria embora naquela tarde, uma coisa ruim tomou conta de todo o meu ser. Era como se parte de mim estivesse sangrando até morrer. Eu não aguentei ficar naquele quarto observando ele arrumar todas as suas coisas. Isso não parecia certo para mim. Achei melhor sair para respirar um pouco, se eu ficasse mais um tempo ali iria trancar ele naquele lugar e não o deixaria sair nunca mais.

Fui para casa para tentar falar com algum dos meninos, passei um bom tempo conversando com o Aether, quando me veio uma questão na cabeça... não tem voos internacionais naquela porcaria de cidade na parte da tarde naquela época do ano, por conta do tempo.

PORRA!!!!

Peguei as chaves e saí de casa sem nem ao menos pegar um casaco para cobrir o frio, e eu nem precisaria, meu corpo todo estava eufórico a última coisa que eu sentiria era frio. Peguei o caminho mais curto e corri para o hospital, com as luzes de alerta do carro ligadas.

Ao chegar, saí correndo e mal fechei a porta do carro direito. Eu LITERALMENTE CORRI até o quarto dele, quase passei reto, e deslizei os pés no chão, quase caindo... mas foi por pouco. Quando entrei, apenas vi uma enfermeira trocando os forros da cama de um quarto vazio, e ela me olhou triste.

-ahh não, por favor me fala que ele ainda está aqui... por favor!

Ela negou.

-Eu sinto muito!

-Ah caralho!!!

Da mesma forma que entrei, saí: correndo como se minha vida dependesse disso.

Na hora de sair, o carro não queria ligar.

-Ah não, não, não!! Por favor, agora não é hora para dar problema.

Bufei, e respirei fundo, tentando pela última vez, e graças a todos os demônios, ele ligou. Na hora de sair, acabei afogando enquanto  dava  a ré.

-Qual é! Não tira onda com a minha cara agora, eu estou correndo contra o tempo.

Liguei-o novamente e finalmente consegui sair. Na saída, avistei Kyle caminhando na calçada... eu quase o atropelei, e juro que foi sem querer mesmo. Ao passar por ele, coloquei a mão para fora da janela e mostrei o dedo, em seguida gritei:

-Eu ainda vou te matar seu filho da puta.

Ele ficou olhando, provavelmente nem percebeu quem eu era. Mas isso não importava. Fui "voando" para o aeroporto, aquele lugar era gigantesco. Eu levaria uns minutos do estacionamento até a área de embarque.

Neste momento, eu acho que poderia vencer uma maratona, meu peito doía tanto por correr, eu nem conseguia respirar direito pela dor, e honestamente, era como se eu tivesse esquecido como respirar. Corri tão rápido a ponto sentir meus pés se machucando por dentro do meu tênis, e isso tudo também me lembrou que tenho que parar de fumar... ok, foco!

Conforme eu ia me aproximando, avistei um dos aviões decolando. Por favor, Rain! Não esteja nessa aeronave, por favor.

Quando finalmente cheguei, verifiquei o painel dos voos e lá estava: o avião para Quebec já havia decolado.

Não, não pode ser! Eu demorei demais.

Eu comecei a chorar encarando aquela informação, era demais para mim, apenas me encostei na parede e deslizei lentamente até o chão. fiquei ali, com a cabeça apoiada nas mãos, cobrindo meu rosto que se molhava com minhas lágrimas.

Ele fez isso para evitar que eu fosse atrás, esse filho da puta é um gênio.

Eu fiquei ali um bom tempo tentando recuperar o ritmo da minha respiração, tentando não ter um ataque cardíaco enquanto sentia que poderia ser a pessoa mais absurdamente triste em todo o mundo naquele momento. Tudo ao meu redor parecia ser apenas ruído borrão, e poluição sonora, eu não conseguia ter discernimento, mas algo me chamou atenção, me fazendo voltar para a realidade.

il gioco - Dewdrop & RainOnde histórias criam vida. Descubra agora