15- Muito à fazer

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Os olhos azuis cintilantes de Ellen se abriram pouco a pouco conforme os raios solares transpassam as cortinas da sua suíte. A segunda-feira havia chegado sem muitas novidades, no entanto, Ellen tinha muitos compromissos naquela manhã, e um deles seria o início do planejamento para a cirurgia de Amélia.

Vagarosamente, aos poucos, foi sentando-se em sua cama sentindo uma preguiça matinal tentadora, esticou seus braços na tentativa de dissipar a vontade de voltar a dormir novamente, seu corpo pedia por cama, mas sua cabeça sabia que tinham muito o que fazer.

Bocejou lentamente passando a mão por todo seu rosto e então levantou-se seguindo para o banheiro onde tomou um de seus banhos longos e demorados, com direito a hidratação em seu rosto e uma água quente para relaxar seus músculos.

Saiu do banho sentindo-se revigorada, Ferir estava estranhando o fato de sua amiga ainda não ter aparecido em seu quarto, não era comum aquilo acontecer, e sem contar que, a última vez que tinha visto Carina havia sido na manhã passada onde conversaram por alguns minutos quando Ellen foi buscar seu café da manhã para tomar junto a Montgomery.

Enxugou seu corpo e passou um hidratante no mesmo para então vestir um conjunto de lingerie vermelho, separou uma calça de alfaiataria nude e os saltos na mesma paleta de cores, e por último uma blusa social branca.

Devidamente vestida, Ellen olhou-se no grande espelho do seu closet, jamais imaginou chegar aos trinta e seis tão bem, esticou a palma de sua mão onde seu reflexo estava estampado e observou atenta a cicatriz em seus lábios, foi inevitável não sorrir... sim, Ellen sorriu, pois não sentia-se amedrontada ou envergonhada ao ver aquela marca em seu rosto. A dor havia sido substituída por lembranças boas causadas por uma mafiosa italiana quente, era inevitável não sorrir.

O telefone de Ellen tocou no ambiente e logo a loira atendeu vendo ser uma chamada de sua mãe.

- Oi, filha. - a voz da matriarca da família Grey soou no telefone fazendo o sorriso da loira crescer ao mesmo momento em que colocava a chamada no viva-voz e deixava seu celular em cima da penteadeira do seu closet.

- Oi, mãe, que saudade. - afirmou com sinceridade enquanto começava a fazer um rabo de cavalo em seus cabelos loiros. - Como estão todos vocês?

- Estamos bem, minha filha. - o coração de Ellen aqueceu com aquela fala cheia de sinceridade. - Como você está? Como anda as crises? Está tendo com mais frequência?

- Mãe! - Ellen a repreendeu em um tom baixo ao ter sua mãe tocando em um assunto delicado para si. - Estou bem, a senhora sabe que eu não gosto de falar sobre isso. - murmurou ao finalizar o penteado. - E não, sem crises. - mentiu usando sua melhor voz, sabia que sua mãe a conhecia como ninguém.

- Me desculpe, meu amor. É que eu me preocupo com você assim tão longe. - a loira suspirou desligando a luz do seu closet e sentando em sua cama. - Estamos bem, mas estamos sentindo sua falta, nunca passou tanto tempo longe.

Ellen sentiu seus olhos marejarem, de fato, nunca havia passado tanto tempo longe dos seus pais, quase três meses, mas sabia que estava ali com um propósito e iria arcar com suas escolhas até o fim, mesmo que soubesse estar perdendo os melhores momentos de sua família.

- Prometo ir visitá-los logo. Mas me fala, como meu pai está? - questionou com os olhos perdidos na janela do seu quarto.

- Seu pai viajou hoje cedo para São Paulo. - Ellis disse enquanto mexia em algumas panelas na cozinha de sua casa. - Preciso colocá-lo na rédia ou ele mora naquela empresa, você o conhece. - Ellen gargalhou com a fala da sua mãe, a saudade a deixava inquieta.

The Criminal - Meddison Onde histórias criam vida. Descubra agora