32- O fim de um ciclo.

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Pessoal! Antes de começarem a ler, preciso avisar que o início deste capítulo contém conteúdo sensível, é uma parte da história da Meredith que ainda não havia sido explorada anteriormente. ⚠️

Quero desejar a todos um Natal muito feliz. Agradeço a quem chegou recentemente e aos que estão comigo há anos. No próximo ano, teremos mais momentos juntos, mais projetos e, claro, mais surtos. Aproveitem as festividades com moderação e, por favor, cuidem de vocês.🤍✨

[🐈]

No instante em que o ponto de partida se rompe, a vida transforma-se diante de seus olhos como uma tempestade implacável. As coisas que você possuía certeza viram dúvidas, e aquilo que criou em sua mente como algo sólido, torna-se instável. O contexto tão perfeitamente apagado, ignorado, jogado para o lado, insiste em querer fazer-se presente, em querer voltar.

Traumas...

Os traumas são como cicatrizes emocionais que moldam a narrativa da sua vida. São experiências dolorosas e impactantes que deixam uma marca profunda na alma, alterando a forma como percebe o mundo e todos ao seu redor. Viver com traumas significa carregar um fardo pesado, uma bagagem emocional que, em alguns casos, parece insuportável. As lembranças dolorosas podem se manifestar de diversas maneiras, desde flashbacks perturbadores até respostas emocionais intensas diante de situações cotidianas.

É como se o passado continuasse a atormentar o presente, desencadeando emoções que parecem estar fora de controle. A recusa em curar uma ferida aberta durante anos.

Até quando suportaria?

Superar traumas não significa esquecê-los, mas sim aprender a conviver com eles de uma maneira mais saudável.

Ah, Meredith... a trajetória da sua vida, que um dia parecia mapeada com linhas claras, agora se assemelha a um labirinto de sensações conflitantes consigo mesma, com sua própria mente. As feridas emocionais, nunca cicatrizadas, se reabrem, expondo uma vulnerabilidade que tanto buscou esconder até de si mesma. É como se seu próprio coração, cansado de guardar segredos, mágoas, temores, desistisse da resistência e se entregasse à brutalidade da verdade.

Se permitindo sentir.

O silêncio no consultório era quase ensurdecedor. Meredith estava sentada na poltrona há quinze minutos desde que chegara para sua consulta e manteve-se silenciosa desde então. Sua inquietação a fazia mexer o pé ansiosamente, seus dedos beliscando o tecido do torço de sua mão de maneira inconsciente, ao mesmo tempo em que uma expressão carregada de seriedade marcava seu rosto experiente. O ambiente, embora tranquilo, era tenso pela carga emocional que pairava ali, especificamente nos ombros tensos da médica.

Seus olhos azuis vagavam entre os objetos do consultório, mas parecia perdido em pensamentos sombrios, íntimos seus.

Fernanda, sentada do outro lado da sala, aguardava com paciência. Seu olhar atento captava a angústia nos gestos de Meredith, mas não interferiria seus pensamentos, ali era um espaço livre e ela era dona de suas próprias decisões. Falaria quando se sentisse a vontade, confortável, ou permaneceriam em silêncio se preciso fosse.

O silêncio preenchia o espaço, interrompido apenas pelo som leve do pé inquieto contra o chão.

Meredith sentia-se inquieta como a tempos não sentia. Naquela manhã, em especifico, acordou com lembranças de uma noite dolorosa, uma noite que gostaria de apagar de sua memória. Aquele amanhecer havia sido especificamente difícil, repleto de recordações difíceis de encarar, assimilar, confrontar uma dor não cuidada, uma ferida mascarada tão impecavelmente, e que ainda atormentava sua memória, seus pensamentos mais íntimos. Seu psicológico.

The Criminal - Meddison Onde histórias criam vida. Descubra agora