Capítulo 15

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Duas semanas já tinham se passado desde o casamento. As coisas até que estavam indo bem entre Charlotte e Casey, eles não tinham mais brigado, eles só descordavam de algumas coisas, mas tirando isso, estava tudo indo bem.

A rotina deles era sempre a mesma, Casey saia de manhã, e só voltava á noite para a cobertura, e Charlotte jantava sozinha na maioria das vezes.
Á tarde Charlotte saia para caminhar ou correr um pouco no Central Park, sempre acompanhada de Lorenzo. Antes ela ficava incomodada com a presença constante do Lorenzo, mas agora ela até sentia falta quando o segurança não estava por perto.

Em uma tarde de terça-feira Sarah convidou Charlotte para almoçar com ela. Ela adorou o convite de sua cunhada, porquê assim ela poderia interagir com pessoas diferentes além de Casey, Lorenzo e a Rebecca. As duas passaram uma tarde agradável, e Charlotte aproveitou para saber mais sobre como era ser esposa de um mafioso.

-Sendo sincera você ate que deu sorte de se casar com o meu irmão. Ele é um homem que respeita as mulheres, ele é justo e é impiedoso quando tem que ser.
-Como assim, eu dei sorte? – Charlotte levantou uma sobrancelha curiosa.
-O homens que nascem nesse mundo da máfia, foram criados para serem irredutíveis e cruéis. Nós mulheres não somos valorizadas, não temos poder de fala nesse meio. O nosso pai nos criou da forma que tínhamos que ser criados. Mas o Casey, é diferente. Ele é justo, bom e trata bem as mulheres. Eu nunca o vi maltratar nenhum mulher, e nunca ouvi ninguém falando que o viu fazendo isso. Existem homens no nosso meio, que bate na esposa, abusa das mulheres por aí, as usa e joga fora depois. Por isso eu falei que você deu sorte.

Ao ouvir todas aquelas palavras de Sarah, Charlotte ficou abismada. Ela não conhecia nada desse mundo da máfia. Claro que ela já tinha ouvido falar sobre, ela até mesmo já tinha assistido aos três filmes do Poderoso Chefão. Mas agora viver no meio dos mafioso, e ser casada com um deles, ainda mais sendo casada com o futuro Capo, a coisa era diferente. Ela não sabia se iria se acostumar a essa vida.

-Me fala, o que mais você quer saber? – Sarah indagou, tirando Charlotte de seus pensamentos.
-Não sei. Me conta tudo, eu preciso ficar ciente de tudo sobre a vida de uma mulher que e casada com um mafioso...

(…)

Na sexta-feira Charlotte estava na academia da cobertura usando a esteira, e ouvindo música em seus fones de ouvido, quando ela percebeu a presença de Casey parado na porta olhando para ela, de braços cruzados, e uma cara estranha.

-Oi. - Ela o saldou tirando os seus fones, e diminuindo a velocidade da esteira. - Faz muito tempo que você está ai me olhando? - Ela perguntou agora caminhando.
-Não muito, só o suficiente para ver o quão sexy você fica com essas roupas de academia correndo na esteira... - Casey descruzou os braços, e entrou no cômodo.
-Nossa, como você é galanteador. - Charlotte revirou os olhos, e desceu da esteira.
-Eu só estou tentando te conquistar querida. – Ele sorriu de lado, a observando.
-Não vai ser assim que você vai conseguir, querido.
-Então me fala qual é a forma correta que eu tenho que agir, para conseguir te conquistar Charlotte. - Casey falou bloqueando a passagem dela com seu corpo alto.
-Casey você pode tentar a técnica que for. Eu não vou fazer sexo com você! Eu já deixei isso muito claro. – Ela tentou se afastar dele.
-Eu sei. Mas eu não sou de desistir fácil das coisas Charlotte. E eu não vou desistir de você.
-Então você vai morrer tentando. Com licença. - Charlotte disse ficando exasperada, desviando do corpo alto dele, e indo para a saída da academia.
-Espera eu quero conversar com você. – Ele a pegou pelo braço.
-Você não pode esperar eu tomar um banho? - Ela perguntou passando uma toalha pelo rosto suado.
-Não, é rápido. - Casey acompanhando a toalha branca que agora Charlotte passava pelo seu colo. Ele queria lamber aquele pescoço, e descer seus beijos para o meio de seus seios, onde ela passava a toalha.
-Tá, então fala.
-Bom, hoje é aniversário da Nina a minha madrasta, e o meu pai vai fazer um jantar em comemoração. E nós vamos.
-Que legal! - Charlotte falou animada. - Você deveria ter me avisado antes Casey, eu teria comprado um presente para a ela. Será que ainda dá tempo? Que horas são agora? - Ela perguntou pegando a mão de Casey e olhando a hora no Rolex em seu pulso. - Ainda são cinco horas, dá pra passar no shopping rapidinho e comprar alguma coisa. - Charlotte falou olhando animada para Casey. Ela adorava aniversários.
-Não precisa comprar nada para ela Charlotte. Eu não vou gastar o meu dinheiro com a Nina. - Casey falou com desprezo na voz, e foi andando em direção a porta da academia. - A nossa presença no jantar já é o bastante.
-Mais é aniversário da sua madrasta...
-Eu não ligo Charlotte! - Ele falou se virando para ela novamente. - Esteja pronta as sete e meia. - Casey falou, e saiu do local a deixando sozinha novamente. Só foi falar na Nina que o humor dele mudou totalmente.

(...)

Exatamente as sete e meia da noite, quando Casey avistou Charlotte descer as escadas, seus cabelos estavam soltos e ondulados, seu salto alto fazia barulho na madeira da escada enquanto ela descia. No mesmo instante em que a viu, ele se levantou do sofá, e ficou a observando enquanto ela se aproximava dele.

-Eu já estou pronta.
-Você está linda Charlie. – Ele a elogiou, observando o belo vestido azul marinho, que a sua bela esposa estava usando.
-Obrigada. Você não esta nada mal também Casey. - Charlotte falou admirando a camisa branca bem passada que seu marido usava, acompanhada de uma calça social preta, e sapatos que ela imaginava serem italianos.
-Obrigado pelo "nada mal". – Casey falou irônico.
-De nada. – Ela lhe deu um sorriu irônico. - Vamos?
-Vamos sim. - Casey indicou a porta para Charlotte, e eles saíram da cobertura.

Já no carro, Casey estava calado concentrado no trânsito a sua frente, e Charlotte estava sentada no banco do passageiro odiando todo esse silêncio. Toda vez que ela e Casey ficavam sozinhos eles não conversavam direito, e passavam a maioria do tempo cada um em um canto da cobertura. Isso já estava matando a Charlotte por dentro.

-Então, por que você não gosta da Nina? - Charlotte perguntou querendo quebrar o silêncio, e também matar a sua curiosidade. Não era de hoje que ela tinha percebido a hostilidade de Casey para com a sua madrasta.
-O que? - Ele perguntou se assustando com a pergunta repentina.
-Você me entendeu Casey. Por que você não gosta da Nina?
-Eu nunca falei que não gostava dela. – Ele olhou brevemente para ela, e depois voltou a prestar atenção no tráfego.
-Mais também nunca falou que gostava. Vai me responde. - Ela insistiu.
-Eu não tenho que te responder isso Charlotte. E eu não vou. - Casey falou sem desviar o olhar do trânsito a sua frente.
-Ok então. - Charlotte falou emburrada, e eles voltaram a ficar em silêncio.

Vinte minutos depois Casey estava parando o carro na frente da mansão Salvatore. Depois de dar a chave do carro para um dos seguranças estacionar, Casey e Charlotte adentraram a casa.
Logo que entraram a residência, eles deram de cara com umas quinze pessoas conversando animadamente. Todas essas pessoas que Charlotte não conhecia, e não sabia da onde tinham saído.

-Eu pensei que iria ser um jantar de família... - Charlotte olhou para Casey que estava de cara feia.
-Eu também pensei que era só um jantar de família. – Ele suspirou pesadamente. – Vem, vamos cumprimentar os convidados. - Casey falou resignando, guiando Charlotte para entrar na sala.

Após passar meia hora cumprimentando pessoas que não conhecia, Charlotte achou um lugar calmo da mansão  e se sentou em uma cadeira que tinha lá. Em menos de uma hora ela já estava cansada de socializar com outras pessoas.

-Vai se acostumando Charlie, esse é só o primeiro jantar que você vai enfrentar. - Sarah falou se aproximando dela.
-Está tão visível assim o meu cansaço?
-Esta sim querida. - Sarah falou, e se sentou na cadeira ao seu lado.
-O Casey me falou que era um jantar de família.
-O meu pai nunca faz um jantar só para a família. Ele sempre tem que chamar o amigos e sócios. - Sarah revirou os olhos.
-Entendo... eu não estou acostumada com tudo isso.
-Relaxa eu estou aqui com você. Vou te dar uma força.
-Jura que não vai me deixar sozinha? Eu não sei se aguento ouvir mais uma conversa sobre carregamentos que foram roubados.
-Juro sim. E sobre esses assuntos de trabalho, é só não prestar atenção.
-É difícil não prestar atenção quando você percebe que o seu marido é um cara estranho possível estão falando de um carregamento de drogas, que foi roubado.
-Como, eu já te falei, você vai acostumar com tudo isso. – Sarah riu da cara de espanto da Charlotte.

Na hora do jantar todos se acomodaram ao redor da grande mesa de jantar, que tinha sido muito bem arrumada, e decorada com pequenos vasos de flores no centro.
Charlotte se sentou ao lado de Casey que estava do lado esquerdo da cabeceira da mesa aonde seu pai estava. E Sarah se sentou do lado direito de seu pai, com seu marido Josh ao seu lado.

Logo o jantar foi servido, e uma conversa se estalou em extremidades diferentes da mesa. Charlotte como sempre estava dando atenção a sua comida, que estava mais interessante.

-E então Charlotte você e o meu filho já começaram a providenciar o meu primeiro neto? - Giovanni perguntou, e no mesmo momento Charlotte engasgou com o vinho que estava tomando.
-Ei vai com calma ai. - Casey falou dando leves tapas nas costas dela.
-O o o que? - Charlotte gaguejou, e de repente todos na mesa estava olhando para ela. - A bom... é, eu não sei... – Ela não sabia o que falar.
-Pai por favor não começa com isso. - Casey falou tentando ajudar sua esposa.
-Qual é o problema de eu perguntar Casey? Eu só sou um homem que está ansioso para ser avô. - Giovanni comentou, e todos na mesa o apoiaram.
-Não é hora de falar sobre isso. Eu e a Charlotte não estamos pensando em ter filhos agora. Pelo amor de Deus, nós acabamos de nos casar! – Ele falou exasperado.
-Bom quanto mais cedo melhor meu querido. - Nina falou na outra ponta da mesa, e Casey a fuzilou com os olhos.
-Me desculpe Nina, mas quando eu e a minha esposa quisermos filhos nós vamos ter. Você não precisa ficar se metendo nesse assunto, que não te diz respeito. – Casey falou grosseiramente, não ligando para as pessoas a sua volta.
-Tudo bem Casey, eu só queria ajudar. - Nina sorriu fraco e voltou a conversar com uma das suas amigas. – Não me meto mais... – Ela sorriu sem graça, e tomou um longo gole de vinho para tentar disfarçar a raiva que estava sentindo seu enteado naquele momento.

O restante do jantar foi carregado de tenção entre Casey e seu pai. Charlotte á essa altura já tinha perdido a fome, e estava cansada querendo ir para casa. Depois do jantar todos voltaram a se espalhar pela mansão, e o assunto filhos, tinha desaparecido.

Tentando animar sua cunhada, Sarah resolveu mostrar a casa para Charlotte que adorou a ideia de ficar longe dos convidados.

-E por fim este é o quarto do Casey. - Sarah falou abrindo uma das portas que ficava no segundo andar da mansão.
-Para o quarto de um homem é bem arrumado. - Charlotte falou entrando no cômodo, e observando cada detalhe do local.
-Quando ele morava aqui, esse quarto não era assim. Aqui era nojento, bem quarto de um adolescente rebelde que estava sendo iniciado na máfia. - Sarah revirou os olhos.
-Essa é a mãe de vocês? - Charlotte perguntou pegando um porta retratos que estava em cima de uma escrivaninha.
-É ela sim... - Sarah pegpu o porta retrato, e olhou a foto de uma mulher alta de cabelos escuros, longos, com um menino idêntico a ela de mais ou menos oito anos sentado em seu colo.
-Ela era muito bonita... – Charlotte observou.
-Ela era sim. - Sarah sorriu para a foto. - Casey era muito grudado com a nossa mãe. Não vou negar tinha um pouco de ciúmes.
-Para com isso, eu tenho certeza de que a sua mãe amava vocês dois igualmente.
-Eu sei disso. – Sarah falou olhando para a foto novamente. – Bom, voltar lá para baixo. Nós já ficamos muito tempo fora.
-Nós não podemos ficar mais um pouco aqui? Está tão bom esse tour que nós estamos fazendo.
-Charlie eu tenho que descer. Na verdade nós duas temos que ficar lá embaixo, com os nossos maridos.
-Tá bom, fazer o que... – Charlotte revirou os olhos, e se direcionou para a porta.
-Quer saber, fica mais um pouco aqui. Não precisa descer agora. Mas daqui a pouco você desce, tá bom?
-Obrigada Sarah. – Charlotte foi até sua cunhada, e a abraçou. – Eu te adoro.
-De nada. - Sarah sorriu. – Eu também te adoro.

Charlotte passou todo tempo que passou sozinha no quarto de Casey olhando cada detalhe do lugar que foi por muitos anos o local de descanso de seu marido. Ao olhar cada foto que tinha lá, ela pode conhece-lo um pouco mais.

Quando Charlotte estava saindo do closet, que ainda tinha algumas roupas de Casey, ela deu de cara com ele sentado na cama esperando por ela.

-Oi. - Ele falou, quando a viu.
-Olá...
-Eu estou te procurando já faz tempo.
-Me desculpe, eu estava aqui conhecendo o seu antigo quarto.
-Fazia algum tempo que eu não entrava aqui. – Ele olhou ao redor.
-É um belo quarto. – Ela comentou se aproximando dele.
-Não era assim antes.
-A Sarah me falou. – Charlotte riu, e Casey a acompanhou.
-Você sabe que um dia nós teremos que ter filhos não sabe Charlotte? - Casey perguntou mudando de assunto bruscamente.
-Casey eu já falei...
-Você falou que não vai fazer sexo comigo de jeito nenhum, mas você sabe que um dia você vai ter que fazer. Nós temos que ter filhos Charlotte. - Ele falou se levantando da cama. - Essa só foi a primeira cobrança de muitas! O meu pai não vai esquecer isso.
-Eu sei... Eu não quero pensar nesse assunto agora. – Ela desviou seu olhar para os seus sapatos.
-Você não quer pensar, mas as pessoas não vão deixar você esquecer desse assunto.
-É, infelizmente não. - Charlotte falou eles ficaram em silêncio. Como sempre os dois não tinham muita coisa para conversar

Charlotte ainda não tinha pensando nessa parte dos filhos. Ela na verdade nunca tinha pensado sobre ter filhos antes. E agora estava lhe sendo imposto engravidar.

-Será que nós já podemos ir embora agora? - Charlotte perguntou quebrando o silêncio. – Eu não quero mais ficar aqui...
-Claro. Se dependesse de mim, nós nem teríamos vindo. - Casey concordou. - Vamos só nos despedir das pessoas, e nós podemos ir embora.
-Ok...

Casey e Charlotte saíram do quarto, e foram se despedir dos convidados que estavam no andar de baixo. Foram mais meia hora sendo cordial com pessoas desconhecidas.

Depois de trocar mais algumas amenidades, e marcar algumas reuniões, Casey guiou Charlotte para a saída da mansão onde eles pegaram o carro e foram embora.

Durante todo o caminho de volta, Charlotte não tentou puxar assunto como havia feito antes. Agora ela estava encolhida no banco do passageiro, olhando para a rua. Ela não queria ter filhos, pelo menos não nessa situação atual em que se encontrava, casada com um homem que não amava, vivendo em um mundo totalmente diferente do mundo em que foi criada.
Por um momento Charlotte chegou a imaginar como seria criar uma criança nascida na máfia, que no futuro herdaria todo o poder de seu pai, como agora estava acontecendo com Casey...

Dangerous Love (Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora