O tempo em Nova York estava passando muito rápido. Tinham acontecido tantas coisas naquele ano, que nem parecia que ainda era março.
Em fevereiro Casey e Charlotte comemoraram um ano de casados, com uma viagem para Los Angeles, uma cidade que Charlotte nunca havia conhecido antes. As coisas entre Casey e Charlotte estavam indo muito bem. Nem parecia que a algum tempo atrás os dois viviam se estranhando, e que principalmente Charlotte corria fugia das investidas do seu marido.
Muitas coisas tinham mudado, e agora o casal Salvatore pareciam apaixonados, e sempre que podiam ficavam trancados no quarto se amando, explorando o corpo um do outro.
Depois de meses após a morte te seu pai, Casey conseguiu ajeitar tudo do modo que queria agora que estava comandando todos os negócios da família. Tinham coisas que seu pai se negava a fazer, que hoje Casey tinha conseguido implantar que muitos tinham gostado, e os que não gostaram fingiram e sorriram falsamente para Casey. Ele não ligava se os seus subalternos não gostavam da sua forma de trabalhar, o que importava eram os seus aliados de negócios estarem ao seu lado assim como eles estavam quando Giovanni era vivo.
As confusões do começo do ano já haviam sido esquecidas, e tudo ficou para trás. Principalmente um certo alguém chamado Ethan. Ela não teve mais notícias dele, e nem queria.
Toda semana Charlotte se encontrava com Sarah para almoçar, ou simplesmente as duas ficavam jogando conversa fora no escritório do hotel, quando Sarah tinha tempo para receber sua cunhada lá. Com todo trabalho que tinha no hotel, elas acabavam almoçando por lá mesmo.
Hoje especialmente Charlotte acompanhou Sarah no orfanato onde elas tinha indo á alguns meses atrás.
Charlotte tinha adorado passar o dia lá com as crianças, e como prometido ela voltou. Quando chegou ao orfanato, ela foi cercada pelas crianças, que queriam a sua atenção e carinho.
Ela ficou muito feliz quando soube que uma das garotinhas que conheceu na primeira vez em que visitou o lugar, tinha sido adotada, por um casal de Nova Jersey. Ela torcia tanto para que todas aquelas crianças fossem adotadas, e recebessem todo amor e carinho que merecem receber. Mas infelizmente ela sabia que nem todos esses órfãos teriam essa sorte.
-Eu acho linda a forma como você trata as crianças Charlie. – Sarah falou admirada com o jeito que seu cunhada tinha para lhe dar com crianças, sendo elas já maiores ou ainda pequenas.
-Eu adoro crianças Sarah. Antes de me casar com o seu irmão, eu estava fazendo faculdade de pedagogia, justamente para ser professora do Jardim de infância. – Charlotte falou sorrindo ao ver algumas crianças brincando perto da onde ela estava. – Ela são tão inocentes e amorosas, elas estão alheias de toda a maldade e obscuridade do mundo. Saber disso me trás paz. – Ela falou ainda observando as crianças.
-Sabe, já está na hora de você e o meu irmão terem um bebê... Já faz um ano que vocês estão casados. Meio que já passou da hora.
-Olha só quem fala! – Charlotte se virou para sua cunhada. - Você e o Josh estão casados á mais tempo que eu e o Casey, e ainda não tiveram filhos! – Ela falou indignada com a cobrança de Sarah. – Se tem alguém que já passou da hora de engravidar aqui, esse alguém é você.
-Bom, agora não é hora de nós termos um filho. Eu estou administrando o hotel, e não posso me afastar por causa de uma gravidez. - Sarah se justificou. – Josh me entende perfeitamente, e ele não parece querer ter filhos agora também. Pelo menos ele nunca né cobrou sobre isso. Ele sabe que não é o momento.
-E eu te digo o mesmo. Agora não é hora para eu e o Casey termos um filho. Ainda é muito cedo para isso.
-Eu te entendo Charlie. É que o meu irmão agora é o Capo da família, e ele precisa ter um herdeiro. E quanto mais cedo isso acontecer melhor. Ele precisa ensinar tudo sobre quem nós somos para o herdeiro dele.
-Isso não vai acontecer agora. Eu sinto muito. Com licença Sarah. - Charlotte se desculpou, e voltou a brincar com as crianças que estavam esperando por ela.
Charlotte e Casey já tinham conversado sobre filhos, mas a conversa não foi muito longe. Ela não queria colocar uma criança nesse mundo louco em que seu marido havia crescido. Ela não queria que seu filho tivesse o mesmo destino de Casey, mesmo sabendo que um dia terá que engravidar. O quanto mais puder evitar uma gravidez, ela vai fazer isso. O máximo que conseguir.
...
As seis horas da tarde Sarah e Charlotte foram embora.
Sarah ainda tinha que passar no hotel antes de voltar para casa, e Charlotte queria fazer o jantar para Casey hoje. Ela iria aproveitar que Rebecca não tinha ido trabalhar na cobertura hoje, e iria cuidar do jantar.
Enquanto planejava o que iria fazer para o jantar, Charlotte olhava distraída pela janela. O trânsito estava calmo, e o carro fazia o mesmo caminho que fez no dia do atentado dos russos contra ela, o que resultou na morte de John. Se arrepiando ao lembrar de tudo o que aconteceu naquele dia, Charlotte olhou brevemente para trás, pra ver se o carro mão estava sendo seguido, e depois olhou para Lorenzo que dirigia concentrado no trânsito.
Charlotte foi tirada de seus pensamentos paranoicos quando seu celular tocou. Quando tirou o aparelho de dentro da bolsa, ela viu que era sua mãe ligando.
-Oi mamãe. - Ela atendeu.
-Oi querida. - Maggie respondeu com a voz embargada, e Charlotte percebeu no mesmo momento que algo tinha acontecido.
-Mãe, está tudo bem? - Ela perguntou ficando preocupada.
-Ai Charlie... - Maggie fungou.
-Mãe, o que aconteceu?
-Filha... – Maggie começou a falar, mas parou, tentando encontrar as palavras certas para contar o que havia acontecido. - O seu pai sofreu um acidente de carro. – Ela finalmente falou.
-O o o que a senhora disse?
-Seu pai sofreu um acidente de carro.
-Mais como isso aconteceu? – Charlotte se ajeitou no banco de trás.
-Seu pai estava voltando para casa, fazendo o caminho que ele sempre faz, no horário de todos os dias. Parece que um outro carro maior bateu nele. Acho que um caminhão de pequeno porte.
-Meu Deus mãe. – Charlotte sentiu as lagrimas brotarem em seus olhos. - Aonde a senhora está agora? – Sua voz estava embargada.
-Eu acabei de chegar no hospital.
-A senhora já tem notícias do estado do papai?
-Ainda não... - Maggie começou a chorar, deixando sua filha desesperada. - Charlie falaram que o acidente foi feio. Eu estou com medo de perder o seu pai.
-Não fala assim mãe. O papai é forte, ele vai sair dessa. - Ela falou dando forças para sua mãe, mas com medo também de perder seu pai. - Olha mãe fica calma. Eu vou dar um jeito de ir te encontrar ai em Seattle, ok?
-Ok filha.
-Tá, olha eu vou desligar agora. Eu te ligo novamente daqui a pouco. – Charlotte fungou tentando não cair no choro.
-Tudo bem querida. - Maggie concordou, e Charlotte finalizou a ligação ainda sem acreditar no que sua mãe tinha acabado de lhe contar.
Charlotte permaneceu olhando fixamente para o seu celular, rezando para que nada de pior acontecesse com o seu pai. Ela não estava pronta para perde-lo, não assim por causa de um motorista imprudente que bateu em seu carro
.
-Charlotte, está tudo bem? - Lorenzo perguntou olhando para ela pelo espelho retrovisor.
-Não. - Ela soluçou. - Nós precisamos voltar para casa rápido. E eu preciso falar com o Casey também. – Ela falou tirando os pensamentos ruins da cabeça, e se concentrando no que tinha fazer agora.
-Fica tranquila, em quinze minutos nós já estaremos na cobertura. - Lorenzo falou acelerando o carro.
Chegando na cobertura Charlotte foi direto para o seu quarto arrumar suas coisas para viajar. Lorenzo ficou no andar de baixo tentando falar com Casey pelo celular.
Enquanto colocava algumas roupas na mala, Charlotte rezava e pedia á Deus para que seu pai sobrevivesse á este acidente. Ela estava doida para pegar o primeiro avião que fosse para Seattle, mas ela sabia que tinha que falar com Casey que ainda não tinha dado sinal de vida.
Enquanto tentava fechar sua mala, Charlotte estava às lágrimas que estavam deixando a sua visão borrada. Depois que fechou a mala, e foi deixa-la no canto do closet, ela foi tomada por um mal estar, uma tontura que lhe fez deixar a mala de lado, e se apoiar no braço do sofá, para não cair no chão. Todo aquele nervosismo estava lhe fazendo muito mal.
...
Uma hora e meia depois Casey entrou na cobertura, nervoso querendo ver sua esposa.
-Cadê ela? – Ele perguntou para Lorenzo que estava na sala andando de um lado para o outro.
-Ela está lá em cima, no quarto de vocês arrumando uma mala.
-Tá, eu vou lá falar com ela. - Casey subiu as escadas correndo.
Chegando no quarto Casey foi direto para o closet, e viu Charlotte sentada no chão chorando. Ela não estava mais aguentando segurar o choro, ela estava desesperada.
-Ei querida. – Ele falou se abaixando, e a abraçando forte.
-Aonde você estava? - Charlotte perguntou fungando. - Você demorou. - Ela falou se afastando um pouco dele.
-Me desculpe, eu estava longe do meu celular, em uma reunião.
-O meu pai sofreu um acidente de carro. Minha mãe falou que foi grave.
-O que aconteceu? – Casey perguntou limpando as lágrimas dela.
-Eu não sei direito. A minha mãe disse que um caminhão de pequeno porte bateu no carro do meu pai. Casey eu não quero perder o ele. – Ela o abraçou novamente.
-Isso não vai acontecer querida. Olha, eu vou arrumar as minhas coisas, e nós vamos pegar o jatinho para Seattle, ok? – Ele fez menção de se levantar, mas Charlotte o impediu.
-Não, você tem que ficar aqui.
-Por que?
-Você tem as suas coisas da máfia para fazer, e eu não quero te atrapalhar com uma viagem de última hora.
-Mas você não me atrapalha Charlie. – Casey beijou a testa dela. – Eu quero ir para te dar apoio, pra cuidar de você...
-Não, é melhor você ficar aqui. Eu vou ficar bem sem você lá em Seattle.
-Tá, mas o Lorenzo vai te acompanhar. Eu não quero você viajando sozinha, ainda mais nesse estado de nervos que você está agora.
-Ok. – Ela concordou.
-Bom, já que você não quer que eu vá, pelo menos eu vou te acompanhar até o aeroporto. – Ele acariciou o rosto dela.
-Tudo bem.
-Olha, eu vou descer para falar com o Lorenzo, enquanto você vai tomar um banho e trocar de roupa. Nós saímos em uma hora. - Casey falou se levantando e levantando sua esposa com ele. - Eu já volto. - Ele deu um beijo em sua testa, e saiu do closet.
...
Uma hora e meia depois Charlotte, Casey e Lorenzo já estavam no aeroporto, em uma pista particular, onde o jatinho dos Salvatore já estava pronto para decolar.
Charlotte já tinha ligado para sua mãe falando que dentro de algumas hora estaria chegando para ficar com ela e acompanhar o estado de saúde de seu pai.
-Você tem certeza mesmo de que não quer que eu vá com você para Seattle? - Casey perguntou colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha de Charlotte. – Ainda dá tempo de eu pegar algumas roupas na cobertura.
-Eu tenho certeza sim. Você tem as suas coisa da máfia para fazer aqui. E eu não quero que você deixe tudo sem controle, para me acompanhar em uma viagem.
-Se você precisar de mim, eu vou correndo te encontrar lá. É só me ligar, ou pedir para o Lorenzo fazer isso. Eu largo tudo, e vou te encontrar. O meu trabalho é importante, mas você também é.
-Você é um bom homem, sabia disso?. – Ela sorriu fraco. - Obrigada Casey. - Charlotte falou dando um beijo cálido no rosto de seu marido.
-Eu só sou bom com você... – Ele passou sua mão no rosto dela, e depois passou deu dedo nos lábios delas. – Eu te adoro. – Ele sussurrou.
-Eu também... – Charlotte sussurrou de volta.
Depois de se despedir de seu marido, Charlotte andou em direção ao jatinho particular, e subiu as escadas onde Lorenzo já estava á esperando para eles partirem.
Quando já estava no topo da escada na porta do jato, Charlotte se virou e acenou para Casey que retribuiu o gesto.
Casey só foi embora, depois que perdeu o jato de vista na noite escura de Nova York.
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Dangerous Love (Finalizado)
RomanceCasey Salvatore era um homem experiente que vivia uma vida perigosa na máfia em Nova York. Em breve ele iria tomar conta de todos os negócios do seu pai Giovanni Salvatore, que iria ceder oficialmente o seu lugar como chefe da máfia italiana para se...