Ainda um pouco atordoada por causa da notícia que tinha acabado de receber, Charlotte foi até o seu closet e começou a arrumar a sua mala o mais rápido que ela podia.
-Mãe a senhora vai ficar bem aqui sem mim? - Charlotte perguntou para Maggie enquanto fechava sua mala.
-Claro que vou Charlie! Agora é questão de dias para o seu pai ter alta do hospital e voltar para casa. Nós vamos ficar bem querida...
-Nossa eu estou saindo de um hospital, pra ficar em outro agora com o Casey. Que loucura, né? – Charlotte falou rindo de nervoso.
-É, é uma loucura filha. Eu não sabia que o trabalho do Casey era tão perigoso assim. Tentaram matar ele...
Maggie sabia que sua filha tinha se casado com um homem cujo o trabalho não era muito honesto, mas ela não sabia que este trabalho era tão perigoso, assim. Ela nunca tinha perguntado para seu marido no que ele havia se metido para conseguir tirar a empresa deles do buraco, mas agora ela sabia que ele tinha se metido e casado a filha deles com um homem vivia uma vida perigosa. E agora Maggie começava a temer pela segurando de Charlotte mal sabendo das coisas que ela já havia passado neste tempo que estava morando em Nova York.
-É, eu me casei com um mafioso, e vou ter um filho dele. – Charlotte deixou sua mala de lado, e se virou para sua mãe. – É a vida, né? – Ela sorriu de lado, dando de ombros.
-É, é a vida... – Maggie concordou.
-Charlotte você já está pronta? - Lorenzo perguntou entrando no closet.
-Já estou sim. – Ela desviou seu olhar para ele.
-Tá, eu vou levar as suas coisas lá para baixo. - Ele falou pegando a mala dela. – Não demora muito pra descer. – Ele falou saindo do closet.
-Vamos descer também querida. - Maggie falou abraçando Charlotte de lado.
As duas desceram as escadas de vagar, abraçadas de lado, conversando baixinho. Charlotte não estava preparada para ir embora, mas teria que ir pois agora o seu marido estava precisando dela.
Já na porta de casa, Maggie e Charlotte se despediram com um beijo, e um longo abraço.
-Quando você chegar em Nova York me avisa filha. E se cuida, agora você está carregando uma vida dentro de você. - Maggie falou sorrindo.
-Eu vou me cuidar mamãe, pode deixar. - Ela sorriu. - Fala para o papai que eu mandei um beijo.
- Eu falo sim filha. E me avisa sobre o estado de saúde do Casey também. Eu quero saber se ele está bem.
-Ok, pode deixar que eu te aviso. Tchau, mãe te amo. – Charlotte se afastou de Maggie.
-Tchau minha querida. Também te amo, muito. – Maggie acenou para sua filha.
Depois se se despedir de sua mãe, Charlotte entrou no carro aonde Lorenzo já á esperava. Ele estava com uma cara fechada, não parecia estar muito feliz com toda aquela situação.
-Você tem alguma notícia sobre o estado de saúde do Casey? – Charlotte quebrou o silêncio enquanto Lorenzo dava partida no carro.
-Agora ele está sendo operado. Provavelmente quando nós chegarmos em Nova York, ele já terá saído da sala de cirurgia.
-Assim eu espero... – Charlotte começou a rezar baixo. Ela não queria e nem podia perder o Casey agora.
O caminho para o aeroporto foi muito silencioso. Charlotte estava nervosa com tudo o que estava acontecendo, e Lorenzo também, então eles não estavam muito afim de jogar conversa fora.
Já no avião, o silêncio continuava a imperar entre os dois. Antes de subir no avião Lorenzo conversou com um dos seguranças que estava em Nova York para saber notícias de Casey. Ele não tinha muitas novidades para contar a Lorenzo, então a conversa foi breve.
Depois que o avião decolou Charlotte começou a se sentir mal. Ela estava enjoada, muito enjoada. Sem querer alarmar Lorenzo sobre o seu mal estar, ela falou que ia ao banheiro, e se levantou graciosamente da poltrona. Quando chegou no banheiro, Charlotte nem conseguiu fechar a porta direito, e colocou todo o seu jantar para fora, e tudo mais que havia comido durante o dia.
-Charlotte está tudo bem com você? - Lorenzo perguntou do lado de fora do banheiro. Ele tinha percebido que ela não estava bem.
-Está tudo bem sim. Eu só não estou me sentindo muito bem. – Ela falou dando descarga, e indo se olhar no espelho. O seu estado não era dos melhores. - Eu estou muito nervosa com tudo o que aconteceu. - Ela falou agora saindo do banheiro depois de lavar o rosto e a boca. - Acabei vomitando todo o meu jantar. - Ela sorriu fraco para o segurança, e deu de ombros.
-Você quer comer alguma coisa? Eu posso mandar a aeromoça preparar algo para você.
-Não precisa Lorenzo. Eu só quero me sentar e beber um pouco de água. Você pode pegar para mim, por favor? – Ela perguntou passando por ele.
-Tudo bem, eu vou pegar água pra você. - Lorenzo saiu, e Charlotte foi se sentar em sua poltrona novamente, agora se sentindo um pouco melhor.
(...)
Duas horas depois Charlotte e Lorenzo estavam desembarcando em Nova York. Já passava das duas horas da manhã, e os dois agora iriam direto para o hospital para onde Casey foi levado.
Um dos seguranças foi buscar eles no aeroporto, e ajudou Lorenzo com as malas, enquanto Charlotte descia as escadas. Ela estava tão cansada, que acabou dormindo no banco de trás do carro, enquanto Lorenzo conversava baixo com o homem que estava ao seu lado.
...
-Charlotte acorda. Nós chegamos ao hospital. – Lorenzo sacudiu ela de leve. – Acorda.
-O que? - Ela abriu seus olhos um pouco alarmada.
-Nós chegamos ao hospital. - Ele repetiu abrindo a porta do carro.
Saindo do veículo, Charlotte se encolheu com o frio que estava fazendo em Nova York naquela noite.
Ela e Lorenzo entraram no hall do hospital, que era grandioso. Um dos hospitais mais bem conceituados e caros da cidade de Nova York.
Depois de perguntarem por Casey Salvatore na recepção, e se identificarem como familiares dele, os dois foram guiados para o terceiro andar, aonde eles encontraram Sarah, Josh e para a surpresa de Charlotte, Graziela Vitale estava lá na sala de espera junto com eles.
-Ai Charlie finalmente você chegou. - Sarah falou se levantando, e indo até ela, lhe dando um forte abraço.
-Oi Sarah. Como o Casey está? Vocês já tem alguma notícia dele?
-Nós não sabemos de nada. Os médicos levaram ele para a sala de cirurgia, e não voltaram até agora. - Ela falou evitando chorar, por mais que seus olhos vermelhos e inchados mostrassem que ela já havia chorado antes. - O tiro foi grave Charlotte, no peito. Igual o tiro que o meu pai levou... – Os olhos dela marcharam.
-Deus... - Charlotte falou voltando a ficar nervosa, e respirou fundo. Ela não poderia chorar agora.
-Ei fiquem calma as duas, e venham se sentar. - Josh falou as puxando para o sofá.
-Olá Charlotte. - Graziella a cumprimentou.
-Oi. Eu não sabia que você estava no país Graziella. – Charlotte parou por um breve momento e fitou a mulher alta e morena a sua frente.
-É, eu cheguei já faz alguns dias...
-Entendo. – Ela fitou Graziella por mais alguns segundos, até ser puxada por Josh para se sentar.
A espera por notícias de Casey acabou às quatro horas da manhã, quando o médico que o operou apareceu na sala de espera.
-Como está o meu irmão Dr.? - Sarah foi a primeira a se levantar.
-Ele está instável agora. O senhor Salvatore foi levado para a UTI, e nós vamos ter que esperar para ver como ele vai reagir nas próximas horas. Agora é tudo questão de esperar.
-Eu posso ver o meu marido Dr.? - Charlotte perguntou. Ela queria muito ver Casey, mesmo que fosse de longe.
-Ainda não senhora.
-Eu não posso vê-lo nem pelo vidro do quarto da UTI? – Ela insistiu.
-Agora não. Eu sinto muito senhora Salvatore.
-Tudo bem. Eu entendo.
-Bom, eu recomendo que todos vocês vão descansar um pouco. Quando vocês voltarem, eu já terei respostas mais conclusivas sobre o estado de saúde do senhor Salvatore. E talvez eu possa autorizar as visitas.
-Tudo bem Dr., nós vamos fazer isso. - Josh falou tomando as rédeas da conversa. - Vamos para casa querida? – Ele abraçou Sarah de lado.
-Eu não quero ir Josh. Nós temos que ficar. Eu quero ficar aqui, com o meu irmão.
-Nós temos que ir Sarah. Você ouviu o médico. Nós não vamos poder ver o Casey agora, e nós temos que descansar. Não vai adiantar ficarmos aqui.
-Ok, vamos. – Ela se deu por vencida.
Depois que o médico foi embora, eles ainda ficaram na sala de espera conversando, decidindo o que seria feito a partir dali.
-Já que eu não posso ficar aqui, eu vou para a cobertura. – Charlotte ajeitou sua camiseta e se levantou do sofá.
-Você pode vir com a gente para casa Charlie. Pra que você não fique sozinha naquela cobertura gigantesca. - Sarah falou.
-Eu não quero atrapalhar Sarah. O Lorenzo pode ficar lá comigo, e também tem a Rebecca. Um dos dois podem me fazer companhia.
-O Lorenzo agora tem outras coisas para fazer, já que o Casey está impossibilitado. Vem com a gente para casa Charlotte. - Josh reforçou o convite de Sarah. – Você não vai nos atrapalhar.
-Tudo bem eu aceito ficar com vocês. – Ela sorriu agradecida.
-Vamos então. - Sarah deu o braço para sua cunhada, e sorriu.
-Oi, será que alguém poderia me levar para o hotel? - Graziella perguntou chamando a atenção dos três. – Eu também tenho que descansar. – Ela cruzou os braços, mostrando que não estava gostando de não estar recebendo atenção.
-Se eu não me engano tem um ponto de táxi lá na entrada do hospital Graziella. Você pode pegar um. - Charlotte falou cínica.
-Eu não sou mulher de pegar táxi Charlotte. Você sabe quem eu sou, não sabe? - Graziella falou enviesada levantando o seu queixo, e batendo seu salto alto, e caro no piso de mármore.
-Deixa que eu levo a senhorita Vitale para o hotel. - Lorenzo falou entrando na sala. - Você não se importar com isso, não é Charlotte? – Ele se virou para a sua patroa.
-Claro que não. - Ela deu um sorriso forçado. – Pode levar ela Lorenzo.
-Ótimo. Então vamos embora todos. – Sarah falou tomando o caminho da saída.
Depois de saírem do hospital, cada um se encaminhou para os seus veículos. Charlotte foi com Sarah e Josh, enquanto Graziella acompanhou Lorenzo até o outro veículo.
-Charlotte eu levo as suas roupas pra você depois, ok? Logo de manhã... – Ele destravou o carro e fez sinal para Graziella adentrar o veículo.
-Tudo bem Lorenzo. E vê se descansa também.
-Eu não tenho tempo para descansar agora. Não com o Casey no hospital. – O segurança lhe direcionou um sorriso cansado.
-A Charlotte tem razão Lorenzo. - Josh falou. - Você tem que descansar.
-Tá, eu vou fazer isso senhor. - Lorenzo deu um meio sorriso, e partiu para o carro, aonde Graziella já o esperava.
Uma hora mais tarde, Charlotte já estava instalada em um dos quartos de hospedes da casa de Sarah. Ela agora estava deitada vestindo uma camisola da sua cunhada, e estava toda coberta.
Já passava das cinco horas da manhã, e ela não conseguia dormir. O dia logo ia nascer, e ela não conseguia pregar os olhos. Tinham acontecido tantas coisas nessas ultimas horas, que ela não tinha pensado nem um minuto sequer no bebê que ela estava carregando em seu ventre.
-Eu vou ter um bebê... - Ela falou passando sua mão na barriga. - Nós vamos ter um bebê Casey. - Charlotte falou baixinho e fechou seus olhos. - Nós vamos ter um bebê. - Ela falou novamente, e finalmente caiu no sono ainda com a mão em sua barriga, querendo que Casey estivesse ao seu lado naquele momento.
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Dangerous Love (Finalizado)
RomansaCasey Salvatore era um homem experiente que vivia uma vida perigosa na máfia em Nova York. Em breve ele iria tomar conta de todos os negócios do seu pai Giovanni Salvatore, que iria ceder oficialmente o seu lugar como chefe da máfia italiana para se...