[Concluída]
Se mudando para a pulsante metrópole de Seul, Taehyung, um jovem dono de olhos distintos, marcado por um passado sombrio e cicatrizes emocionais, afunda cada vez mais na solidão e na desesperança.
Porém, sua vida muda drasticamente ao c...
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Boa leitura!
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Algumas pessoas passam a vida carregando um sentimento de inadequação.
Eu não pertenço a esse mundo. Eu não pertenço a essas pessoas. Eu não pertenço a esse corpo. Eu não pertenço a essa vida.
Esse sentimento se prolonga e as vezes elas os levam consigo para o além. Algumas pessoas passam a vida inteira se sentindo inadequadas e insuficientes. E eu sempre me senti assim.
Quando você não se encaixa, parece que há sempre um vazio em algum lugar em você. Algumas situações deixam de serem vistas de forma clara e passam a serem interpretadas com as lentes da baixa autoestima e do desamor.
Eu nunca soube interpretar as situações da minha vida sem que o sentimento de inadequação não estivesse envolvido. Talvez eu não entendesse, naquela época, o que de fato era, mas não me sentir digno, não me sentir completo, não ser o suficiente. Por que deveria eu ser o culpado de um universo colapsado, se eu nada mais era do que um jovem querendo sobreviver?
Eu apenas fui acostumado a me culpar por coisas sem sentido e por coisas que eram responsabilidade alheia também. E então, de tanto me culpar, eu parei de me amar. Eu já falei vez ou outra sobre cicatrizes, eu tenho um montante delas. Meu corpo físico e a minha alma são recheados delas, mas eu também não entendia o significado de cicatrizes.
Eu não tinha uma alma cheia de cicatrizes, eu tinha uma alma machucada, uma alma que sangrava. Eu tinha lesões internas graves e hemorragias que sangravam sem parar. Eu estava morrendo, mesmo quando sentia que poderia estar voltando a viver. Eu menti para mim porque queria me encaixar. Eu menti para Jungkook, para nossos amigos e menti para todos porque eu sempre me senti tão inadequado, tão indigno, que eu senti que precisava interpretar esse papel até acreditar nele.
E então, eu finalmente entendi o quanto sangrava e entrei em colapso. Eu não me lembro de muitas coisas sobre os dias em que eu fui internado. O que eu me lembro é do calor de Jungkook e do quanto a falta de seu corpo me fazia querer gritar. Eu me lembro de sentir o corpo doer e da expressão que o meu pai carregava no rosto. Eu passei a maior parte daquela semana dopado, minhas lembranças são turvas, mas eu lembro de que todo momento consciente era um momento de dor. E eu nunca fui forte quando se tratava de sentir dor, então estive a um passo da insanidade.