Capítulo 12

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Você é o Sol para a Lua
Você é meu oceano pintado de azul
Você, eu sou nada sem você 
(Sem você, sem você)
Você é a luz no escuro
Você é a flecha no meu coração
Você, eu sou nada sem você (oh-oh)
...
Eu sou nada sem você
Você é o ar em meus pulmões
Você é as veias do meu sangue
Sim, você, sou nada sem você 

Vovó costumava dizer que para cada sentimento bom que somos capazes de sentir, precisamos de um sentimento ruim para conseguir entender a intensidade e o valor do sentimento positivo, precisamos da sensação esmagadora de ver algo se quebrar, para ...

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Vovó costumava dizer que para cada sentimento bom que somos capazes de sentir, precisamos de um sentimento ruim para conseguir entender a intensidade e o valor do sentimento positivo, precisamos da sensação esmagadora de ver algo se quebrar, para valorizarmos a sensação de sermos inteiros.

 Ela dizia que é como provar o sabor amargo para acentuar o sabor doce, e então entender a maneira como te agrada bem mais a suavidade de um chocolate do que a acidez do limão. Você precisa da chuva para dar valor ao Sol, você precisa do frio para dar valor ao calor, você precisa de algo ruim para valorizar algo bom. 

Nós precisamos da distância para valorizar o calor humano, precisamos da solidão para valorizar os laços.

Eu sempre me perguntei se essa filosofia estaria ligada ao fato de que nos esquecemos do tempo parco e da vida insuficiente que temos, e simplesmente abandonamos aquilo que mais deveríamos amar, como se aquilo não tivesse seu valor real e inestimável. Passamos por momentos incríveis sem sequer saborear intensamente cada segundo. Talvez pelo costume, talvez apenas seja o hábito extremamente ridículo de acharmos que teremos sempre o diamante em mãos e jamais perderemos. Por tantos outros motivos e costumes humanos eu venho me perguntando se é por não sabermos valorizar as coisas boas que alguém decidiu criar a maldita ideia de que precisamos da dor para valorizar a felicidade.

ㅡ A calmaria antecede a tempestade, Tata. - Eu até mesmo ouço a voz rouca da mulher, que enquanto cuidava de mais uma dezena de queimaduras em minhas costas, tentava me consolar sobre uma vida injusta, dolorosa e me policiar sobre as ilusões de uma criança que facilmente se esquecia de todas as agressões sofridas ao aproveitar o mínimo da vida.

Eu deveria, ao menos uma vez, ter escutado vovó.

****

A noite foi regada a risos, muita música e conversas profundas sobre o mundo e sobre nossas vidas no geral. Para o meu alívio, e de todos pelo que demonstraram, Bogum não participou alegando estar cansado pela viagem, o que nos rendeu uma noite agradável que se encerrou com Jungkook e eu dormindo abraçados em sua cama grande e confortável. 

Eu sinto o meu corpo ser  balançado com delicadeza e abro os olhos, encontro Jungkook com um belo sorriso no rosto corado e com os olhos ainda mais brilhantes que o normal. Abro um sorriso e me espreguiço, ele me encara até que eu me sente e então desvia os olhos. 

ㅡ Bom dia, Jungkookie! - Seu rosto fica ainda mais vermelhinho, é bonito de se olhar.

ㅡ B-bom dia, hyung! - Os olhinhos descem até suas mãos e ele respira fundo. ㅡ Me desculpe te acordar tão cedo, mas quero ir até um lugar com você antes que o sol nasça. - Eu abro um sorriso ainda maior.

SINGULARIDADE - TAEKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora