Capítulo 25

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Jungkook e eu estamos conversando há mais de duas horas. Há muito assunto e quando penso estarmos finalizando a conversa, nós iniciamos uma nova e seguimos neste ciclo infinito. E não é que eu esteja reclamando, a verdade é que eu não poderia estar mais feliz.

Não tocamos mais no assunto relacionamento e isso me abriu uma oportunidade de conhecer melhor o Jungkook de vinte e dois anos e eu já o adoro. Senti medo de que não conhecesse mais o homem que amo, porém, sinto o coração preenchido de paz e amor quando percebo que Jungkook, ainda que agora pareça ter algumas cicatrizes também, ainda é aquele garoto que tem o coração enorme, que ainda gosta de coisas românticas e conversas profundas. Ele ainda gosta da minha companhia e de falar sobre banalidades também. Ele é como uma versão melhorada do meu amor.

Quando o barzinho parece cheio demais pela chegada da madrugada, nós começamos a caminhar pela rua, o mesmo trajeto de anos atrás e o meu coração imediatamente é preenchido de uma nostalgia que não passa despercebida por Jeon. Não demora até que eu sinta sua mão se entrelaçando à minha e ele enfie nossas mãos juntas no bolso do sobretudo. É quente e aconchegante, como estar em casa.

Sem combinarmos ou fazermos qualquer comentário sobre, eu nos vejo chegando ao parque que desde que éramos amigos se tornou o nosso lugar. É tarde da noite, as ruas estão vazias e o parque parece só mais um lugar fantasma em meio ao frio e à madrugada do início do ano, nós nos aproveitamos disso e nos sentamos em um dos bancos espalhados em volta do playground.

— Já faz tanto tempo... - É Jungkook quem reinicia a conversa, ainda que em meu interior, essa frase e o sentimento de saudade também estejam retumbando por todos os lados. — Nós dois éramos tão jovens naquela época, hyung. Nós tínhamos medo de absolutamente tudo sobre a vida, mas ignoravamos isso só para podermos ficar juntos. - Sorrio.

— Os problemas pareciam inexistentes quando nós dois estávamos um com o outro. - Ele aperta mais seus dedos em volta da minha mão. Eu perco longos instantes observando a existência linda e serena de Jeon Jungkook. Há uma pequena brisa gelada nos rodeando e fazendo seus fios negros dançarem sobre sua cabeça, ele parece com música, uma bela melodia que estou escutando com os olhos.

— Eu voltei aqui diversas vezes durante esses anos todos, sempre me perguntava o porquê de tudo aquilo ter acontecido. E confesso que até mesmo amaldiçoava todos esses bons momentos nossos, eu não achava justo termos vivido todas essas coisas para no final nos separarmos daquela forma. - Dessa vez, sou eu quem aperta a mão de Jungkook, porque enquanto ele diz todas essas coisas e me olha nos olhos, eu vejo muita dor também. — Foi o próprio inferno, tudo aquilo, aquele tempo, ser aquele Jungkook, amar aquele Taehyung, foi tudo muito difícil para mim, hyung. Mas se nada daquilo tivesse existido, se as coisas fossem diferentes, não acho que estariamos aqui agora, não acho que você seria a melhor versão do Taehyung que eu conheci.

— Nós nunca saberemos... - Sussurro.

— Não... E nós nem mesmo precisamos saber, eu estou satisfeito, muito satisfeito. Eu só... Só quero saber como será daqui pra frente, acho que o passado não precisa mais ter lugar entre nós dois, apenas quando necessário. - Eu sorrio fraco e me aproximo, toco seu rosto e sinto seu sorriso em suas bochechas redondas que eu amo há tantos anos.

— Eu te amo, Jeon Jungkook. Eu te amo pra sempre. - E então o sorriso se alarga ainda mais e eu vejo seus lindos olhos brilharem e sinto que isso é tudo o que importa. Esse sorriso, esses olhos felizes, o meu Jungkook.

— Eu te amo muito mais, Kim Taehyung.

Jungkook e eu nos amamos e eu sinto que isso não mudará nem tão cedo, tão pouco quero. Desde o primeiro momento nós nos amamos, quando éramos amigos, quando nos tornamos namorados e mesmo quando estávamos distantes um do outro, continuamos a nos amar. Eu sei e sinto o seu amor. Jungkook conhece e sente o meu amor também, isso é fato. Mas ainda que eu saiba sobre seus sentimentos, ainda maior que saber, eu quero demonstrar, experimentar e matar a saudade.

SINGULARIDADE - TAEKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora