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NÃO demorou muito para DCAT se tornar a matéria favorita da maioria dos estudantes, e eu não poderia estar mais orgulhosa de meu padrinho.

Ah, claro.
Padrinho.

Esse era meu laço com o professor Remus Lupin. Ele explicou que era por isso que sempre me escrevia e queria saber como eu estava, ele também me contou que meu pai era padrinho de Harry Potter, mas que eu não podia contar isso a ele porque se não ele acabaria indo atrás de um assassino, o que não poderíamos deixar. Eu falei a Remus que não precisava se preocupar com isso porque eu e Potter não tínhamos contato algum e ele pareceu ficar desapontado com essa informação.

De qualquer forma, hoje era dia de ir a Hogsmeade, mas estava tão frio que eu decidi ficar dentro do castelo e combinei de tomar chá com Remus em sua sala. Vesti uma roupa chique mas casual e segui para o meu destino.
Para minha surpresa, ao chegar lá, Potter estava sentado em uma das cadeiras conversando com Remus.
Ambos se viram para mim e Potter arregala os olhos.

- Ah, sinto muito, não sabia que o senhor tinha visita.

O garoto começa a se levantar mas eu o impeço, me aproximando e colocando a mão em seu ombro.
Eu queria sim, passar um tempo sozinha com Lupin, mas dizer isso em voz alta seria falta de educação com Potter que também queria a companhia do professor.

- Por favor, não se incomode, podemos tomar chá todos juntos. - sugiro.

Me sento ao lado de Potter e Remus pisca para mim, me fazendo sorrir. Depois de me servir, Lupin avalia a expressão de Potter, um tanto preocupado.

- Tem alguma coisa preocupando-o, Harry?

- Não - mentiu o garoto. Depois, bebeu um pouco de chá observando o grindylow que o ameaçava com o punho. - Tem - disse ele de repente, pousando a xícara de chá na mesa do professor. - O senhor se lembra daquele dia em que lutamos contra o bicho-papão?

- Claro.

- Por que o senhor não me deixou enfrentar o bicho? - perguntou Potter abruptamente.

Lupin ergueu as sobrancelhas.

- Eu teria pensado que isto era óbvio, Harry - disse ele parecendo surpreso.

- Por quê? - tornou ele a perguntar.

- Bem - falou Lupin, franzindo de leve a testa -, presumi que se o bicho-papão o enfrentasse, ele assumiria a forma de Lorde Voldemort.

Potter arregalou os olhos, eu também fiquei surpresa.
Além de Potter, a única pessoa que eu ouvira dizer o nome de Você-sabe-quem, fora o prof. Dumbledore.

- Pelo visto eu me enganei - desculpou-se o professor, ainda franzindo a testa. - Mas eu não achei uma boa ideia Lorde Voldemort se materializar na sala dos professores. Imaginei que os alunos entrariam em pânico.

- Logo no começo, eu realmente pensei em Voldemort - disse Potter honestamente. - Mas depois, eu... eu me lembrei daqueles dementadores.

- Eles são realmente assustadores. - digo para Potter, dando um gole de chá, ele sorri de leve.

- Bem, bem... Estou impressionado. - Remus sorriu brevemente - Isto sugere que o que você mais teme é o medo. Muito sensato, Harry. Quanto a você, Ella, o que foi aquilo que vimos?

Engulo em seco, deixando meu chá de lado. Finjo que Harry Potter não está ali e ignoro o fato que ele poderia contar para alguém o que eu iria dizer agora, só queria falar com meu padrinho.

- Medo de ser eu mesma. - confesso, encolhendo os ombros - Não acho que muitas pessoas iriam gostar de me ver, o que é estranho porque todos estão sempre me dizendo que meus pais eram autênticos até demais.

Remus afirma em entendimento.

- Você não precisa ser igual a seus pais, Ella, você sabe disso, certo?

Estava prestes a responder que não sabia quando fui interrompida por uma batida na porta.

- Entre - convidou o professor.

A porta se abriu e Snape entrou. Trazia um cálice ligeiramente fumegante e parou, apertando os olhos negros, ao ver eu e Potter.

- Ah, Severus - exclamou Lupin sorridente. - Muito obrigado. Podia deixar aí namesa para mim?

Snape pousou o cálice fumegante, os olhos indo de Potter para Lupin e para mim.

- Eu estava mostrando a Harry e a Elladora o meu grindylow - disse Lupin em tom agradável, indicando o tanque de água.

- Fascinante - comentou Snape sem sequer olhar para o tanque. - Você devia beber isso logo, Lupin.

- É, é, vou beber.

- Fiz um caldeirão cheio - continuou Snape. - Se precisar de mais...

- Provavelmente eu deveria tomar mais um pouco amanhã. Muito obrigado, Severus.

- De nada - disse o colega, mas havia uma expressão em seus olhos que não me agradou.

O professor se retirou de costas para a porta, sem sorrir, vigilante.

Potter e eu olhamos, curiosos, para o cálice. Lupin sorriu.

- O Prof. Snape teve a bondade de preparar esta poção para mim - explicou ele. - Nunca fui um bom preparador de poções e esta aqui é particularmente complexa. - Ele apanhou o cálice e cheirou-o. - É pena que o açúcar estrague o efeito da poção - acrescentou, tomando um golinho e estremecendo.

- Por quê...? - começou Potter.

Lupin olhou para ele e respondeu à pergunta incompleta.

- Tenho me sentido meio indisposto. Esta poção é a única coisa que me ajuda. Tenho a sorte de estar trabalhando ao lado do Prof. Snape; não há muitos bruxos que saibam prepará-la.

Troco um olhar com Potter, provavelmente ambos pensando se seria sorte trabalhar com o Snape.
O professor sempre me odiou, talvez tanto quanto odiava Harry Potter.

- O Prof. Snape é muito interessado nas Artes das Trevas - disse Potter.

- É mesmo? - admirou-se Lupin, parecendo apenas levemente interessado, enquanto tomava mais um gole.

- Tem gente que supõe que ele faria qualquer coisa para ocupar o cargo deprofessor de Defesa Contra as Artes das Trevas.

Lupin esvaziou o cálice e fez uma careta.

- Horrível - disse. - Bem, Harry, Ella, é melhor eu voltar ao trabalho. Vejo vocês mais tarde na festa.

- Certo - concordou Harry, deixando na mesa sua xícara vazia.

Sai da sala junto de Potter e paramos um em frente ao outro no corredor, já que cada um iria para um lado.

- Acho que devíamos ficar de olho nele. - comenta Potter - Quer dizer, se ele aparecer morto amanhã, saberemos porque.

Consigo sorrir.

- É, acho que sim. Até mais, Potter.

FRIENDS [Harry J. Potter]Onde histórias criam vida. Descubra agora