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NO dia seguinte, encontro Nott sentado no sofá da comunal e me sento ao seu lado.
- O que quer, Ella?
- Malfoy. Ele está aprontando alguma coisa?
Nott franze o cenho.
- Por que você quer saber?
- Atoa. - dou de ombros.
- Acho que não, mas posso descobrir pra você.
- Obrigada. Outra coisa, como posso fazer Zabini e Harry se darem bem?
Nott ri.
- Você não pode forçar os dois a virarem amigos.
- Mas posso força-los a conviverem. - lembro.
- Ah, sei lá. Você tem que fazer Zabini entrar no meio deles discretamente.
Minha expressão se abre com a ideia.
- Você é genial, Theo!
O garoto faz uma expressão de sofrimento.
- Você não vai fazer isso comigo, né?
- Você sabe se comportar como um ser humano normal, não é igual a Zabini.
- Certo. - ele me olha desconfiado - Vamos pro Salão.
Depois de um café demorado e um tempo livre pois eu não faria Runas esse ano, estava com Zabini e Nott a caminho da sala de DCAT. Seria a nossa primeira aula com Snape e eu queria ver só o que ele iria passar para nos atormentar.
Snape já impusera sua personalidade à sala; estava mais sombria do que antes, pois ele fechara as cortinas e a iluminara com velas. Novos quadros adornavam as paredes, vários deles mostravam pessoas sofrendo com pavorosos ferimentos ou partes do corpo estranhamente torcidas. Ninguém falou enquanto os alunos se acomodavam, admirando os sinistros quadros escuros.
- Não pedi a vocês para apanharem seus livros - começou Snape, fechando a porta e virando-se para encarar a turma de sua escrivaninha. Hermione devolveu depressa à mochila o seu exemplar de Frente ao irreconhecível e guardou-a embaixo da cadeira. - Quero conversar com os senhores e exijo sua total e absoluta atenção.
Seus olhos negros percorreram os rostos voltados para ele.
- Creio que já tiveram cinco professores nesta matéria. Naturalmente, cada um teve o seu método e suas prioridades. Diante dessa confusão, é uma surpresa que tantos tenham obtido nota para passar nesta matéria. E surpresa maior será se todos conseguirem dar conta dos deveres do N.I.E.M, que serão bem mais complexos. - Snape começou a andar em volta da sala, falando agora mais baixo; os alunos esticaram o pescoço para conseguir vê-lo. - As Artes das Trevas são muito variadas, inconstantes e eternas. Combatê-las é como combater um monstro de muitas cabeças, no qual, cada vez que cortamos uma cabeça, surge outra ainda mais feroz e inteligente do que a anterior. Vocês estão combatendo algo que é instável, mutável e indestrutível.
Troco um olhar com Nott.
Sem dúvida, uma coisa era respeitar as Artes das Trevas como um inimigo perigoso, outra era se referir a elas como Snape estava fazendo, acariciando-as amorosamente com a voz.- Suas defesas - disse Snape alteando a voz -, portanto, têm de ser flexíveis e inventivas como as Artes que vocês querem neutralizar. Esses quadros - ele apontou alguns à medida que passava - são uma boa representação do que acontece com quem, por exemplo, sofre a Maldição Cruciatus - (ele fez um gesto indicando uma bruxa que visivelmente urrava de dor) -, sente o beijo do dementador - (um bruxo de olhos vidrados encolhido contra uma parede) - ou provoca a agressão de um Inferius - (uma massa sangrenta no chão).
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FRIENDS [Harry J. Potter]
FanfictionEM um universo mágico mergulhado na escuridão, Elladora Black, filha do assassino Sirius Black, e Harry Potter, o herói atormentado, se entrelaçam em um romance. Enquanto enfrentam ameaças sombrias que assombram seus destinos, Elladora e Harry desco...