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A abóbada encantada do Salão Principal estava escura e salpicada de estrelas, e abaixo viam-se as quatro longas mesas ocupadas por alunos desarrumados, alguns de capas de viagem, outros de robes.
Aqui e ali, brilhavam os vultos branco-perolados dos fantasmas da escola. Todos os olhares, dos vivos e dos mortos, fixavam-se na professora McGonagall, que falava de cima de uma plataforma no fundo do salão. Atrás dela, achavam-se, em pé, os demais professores, inclusive o centauro baio, Firenze, e os membros da Ordem da Fênix que tinham vindo lutar.- .. a evacuação será supervisionada pelo sr. Filch e por Madame Pomfrey. Monitores, quando eu der a ordem, vocês organizarão os alunos de suas Casas e os levarão, enfileirados, ao lugar da retirada.
Muitos alunos pareciam petrificados.
Entretanto, Ernesto Macmillan se levantou à mesa da Lufa-Lufa e perguntou:- E se eu quiser ficar e lutar?
Ouviram-se breves aplausos.
- Se você for maior de idade, pode ficar - definiu McGonagall.
- E as nossas coisas? - perguntou uma garota à mesa da Corvinal. - Nossos malões, nossas corujas?
- Não temos tempo para recolher pertences - respondeu a professora. - O importante é sair daqui são e salvo.
- Onde está o professor Snape? - gritou uma garota à mesa da Sonserina.
- Para usar a expressão vulgar, ele se mandou - esclareceu a professora, e ouviu-se uma grande ovação nas mesas.
- Já fizemos a proteção ao redor do castelo - continuava a professora -, mas é pouco provável que dure muito tempo, a não ser que a reforcemos. Portanto, devo pedir a vocês que andem rápida e calmamente e façam o que os seus monitores...
Suas palavras finais, no entanto, foram abafadas por outra voz que ecoou pelo salão. Era aguda, clara e fria: não era possível identificar sua origem; parecia sair das próprias paredes. Tal como o monstro que, no passado, ela comandara, poderia estar ali, em estado de latência, havia séculos.
"Sei que estão se preparando para lutar."
Ouviram-se gritos entre os alunos, alguns se abraçaram, aterrorizados, enquanto procuravam ao redor de onde vinha aquele som.
"Seus esforços são inúteis. Não podem lutar comigo. Não quero matar vocês. Tenho grande respeito pelos professores de Hogwarts. Não quero derramar sangue mágico."
Fez-se, então, silêncio no salão, o tipo de silêncio que comprime os tímpanos, que parece vasto demais para ser contido entre paredes.
"Entreguem-me Harry Potter", disse a voz de Voldemort, "e ninguém sairá ferido. Entreguem-me Harry Potter, e não tocarei na escola. Entreguem-me Harry Potter e serão recompensados."
"Terão até meia-noite."
O silêncio tornou a engoli-los. Todas as cabeças se viraram, todos os olhares no salão pareciam ter encontrado Harry, para mantê-lo congelado à luz de milhares de raios invisíveis. Então, uma pessoa se levantou à mesa da Sonserina, Pansy Parkinson, no momento em que ela esticou para o alto um braço trêmulo e gritou:
- Mas ele está ali! Potter está ali! Agarrem--
Antes que a garota pudesse terminar, Zabini passou o braço pelo ombro da garota e tampo sua boca com a mão, sorrindo gentilmente para as pessoas que o olhavam.
- Mais alguém tem algo a dizer sobre Potter?
Ninguém respondeu, os olhos de professora McGonagall brilhavam de orgulho.
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FRIENDS [Harry J. Potter]
FanfictionEM um universo mágico mergulhado na escuridão, Elladora Black, filha do assassino Sirius Black, e Harry Potter, o herói atormentado, se entrelaçam em um romance. Enquanto enfrentam ameaças sombrias que assombram seus destinos, Elladora e Harry desco...