18
NO jantar daquela noite, todos estavam muito animados por ter Harry por perto. Muitas cadeiras tinham sido amontoadas no aposento para a reunião e no meio havia uma longa mesa de madeira, coalhada de rolos de pergaminho, cálices, garrafas de vinho vazias e algo que parecia uma pilha de trapos. O Sr. Weasley e seu filho mais velho, Bill, estavam conversando em voz baixa com as cabeças juntas a uma ponta da mesa.
A Sra. Weasley pigarreou ao entrar na cozinha seguida de Harry e Sirius. O marido, um homem magro, óculos com aros de tartaruga e cabelos ruivos que começavam a ralear, olhou para os lados e imediatamente se levantou.- Harry! - exclamou o Sr. Weasley, apressando-se a cumprimentar o garoto, cujas mãos apertou com força. - Que bom ver você.
- Boa viagem, Harry? - perguntou Bill, tentando recolher doze pergaminhos de uma só vez. - Então Olho-Tonto não obrigou vocês a passar pela Groenlândia?
- Ele bem que tentou - respondeu Tonks, se aproximando para ajudar Bill, e, logo em seguida, virando uma vela em cima do último rolo. - Ah não... me desculpe...
- Aqui, querido - disse a Sra. Weasley, exasperada, consertando o pergaminho com um aceno da varinha.
A Sra. Weasley viu Harry olhar os pergaminhos. Recolheu com violência a planta da mesa e meteu-a nos braços sobrecarregados de Bill.
- Essas coisas deveriam ser retiradas assim que terminam as reuniões - disse com rispidez, antes de se dirigir em grandes passadas a um armário antigo de onde começou a retirar pratos de jantar.
Bill puxou a própria varinha e murmurou "Evanesco!", ao que os rolos desapareceram.
- Sente-se, Harry - disse Sirius. - Você já conhece Mundungo, não?
- Alguém falou meu nome? - resmungou Mundungo sonolento. - Concordo com Sirius... - E ergueu a mão encardida no ar como se estivesse votando, as pálpebras pesadas e os olhos vermelhos fora de foco.
Ginny abafou umas risadinhas.
- A reunião terminou, Dunga - avisou Sirius, enquanto todos se acomodavam ao redor da mesa. - Harry chegou.
Harry franze o cenho, se sentando ao meu lado.
- Hein? - disse Mundungo, espiando malignamente por entre os cabelos ruivos embaraçados. - Não é que chegou mesmo! Caramba... você está bem, 'Arry?
Mundungo apalpou os bolsos, nervoso, ainda olhando para Harry, e puxou um cachimbo preto recoberto por uma camada de sujeira. Meteu-o na boca, acendeu a ponta com a varinha e chupou-o longamente. Enormes nuvens redondas de fumaça esverdeada o envolveram em segundos.
- Estou devendo desculpas a você - grunhiu uma voz no meio da nuvem de fumaça fedorenta.
- Pela última vez, Mundungo - chamou a Sra. Weasley -, por favor, não fume essa coisa na cozinha, principalmente antes de comermos!
- Ah! - exclamou o bruxo. - Certo. Desculpe, Molly.
A nuvem de fumaça desapareceu no que Mundungo repôs o cachimbo no bolso, mas um cheiro acre de meias queimadas permaneceu no ar.
- E se vocês quiserem comer antes da meia-noite, vou precisar de ajuda - anunciou a Sra. Weasley a todos na cozinha. - Não, você pode ficar onde está, Harry querido, fez uma viagem muito longa.
- Em que posso ajudar, Molly? - perguntou Tonks, adiantando-se entusiasmada.
A Sra. Weasley hesitou, parecendo apreensiva.
- Hum... não, tudo bem, Tonks, você também precisa descansar, já fez o suficiente hoje.
- Não, não, quero ajudar! - insistiu a bruxa, animada, derrubando uma cadeira ao se precipitar para o armário, no qual Ginny apanhava talheres.
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FRIENDS [Harry J. Potter]
FanfictionEM um universo mágico mergulhado na escuridão, Elladora Black, filha do assassino Sirius Black, e Harry Potter, o herói atormentado, se entrelaçam em um romance. Enquanto enfrentam ameaças sombrias que assombram seus destinos, Elladora e Harry desco...