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Me sento na cama e algo estranho me vem à mente, como uma lembrança a muito tempo esquecida.
"A beira de um lago com águas gélidas, cercada por sons abafados de pessoas gritando, um homem alto e forte pedindo por ajuda"

"O que isso significa?"
"De qualquer forma, não tenho tempo pra isso agora"

Com medo de que algum outro maluco entre no meu quarto, visto algo e me concentro em pensar como explicar tudo o que houve para Sukuna.

Toc...toc

Olho para a janela, e lá estava ele.

S/N -- Falando no diabo.

Sukuna entra bruscamente e para na minha frente imóvel, me encara como se eu fosse uma assombração.

S/N — Você sabe o que eu fiz, não sabe? — Pergunto a ele, que continua sem falar nada. — Eu não sabia mais o que fazer.

Sukuna — Você poderia ter morrido — sua voz soa como decepção.

S/N — Mas eu não morri.. — Respondo tentando acalma-lo.

Sukuna — Não?.. Você sabe os efeitos que isso pode ter em você? — Ele grita e senta na cama colocando a mão na cabeça.

Não consigo reagir, sua reação foi diferente do que esperava.

Sukuna — Eu não quero que você morra sua idiota!

S/N — Eu não vou morrer!!

Me sento a seu lado em silêncio.

Sukuna — Ele veio atrás de você?

S/N — Sim, está tentando me usar para chegar em você — Digo com a cabeça baixa.

Sukuna — Ele tocou em você?

S/N — Sim..

Sukuna — Eu vou matá-lo — Se levanta rapidamente e vai em direção a janela.

S/N — Espera!! — Ele vira sua cabeça em minha direção, mas em seus olhos havia uma pequena chama vermelha, algo realmente sombrio. — Você consegue sentir o que eu estou sentindo agora?

Sukuna — Você está com medo...

S/N — Significa que a gente tá ligado Porra, eu fiz isso pra você ser livre, comigo ou sem. Eu preciso te libertar.

Ele volta em minha direção e me beija, tão intensamente que me faz perder o fôlego. Seus braços entrelaçam minha cintura e ele me levanta em seu colo como se eu fosse um saco de batatas.

Sukuna — Em quentão de minutos você me faz perder a cabeça, e depois a faz voltar para o lugar novamente. Que espécie de bruxa você é? — Mesmo com nosso beijo, seu rosto ainda estava triste

Repentinamente sentia como se algo fosse mudar, como se o clima estivesse ficado mais frio e sombrio.

Sukuna — Eu sinto muito... — Se afasta devagar — Eu não consigo.

S/N — Como assim não consegue?

Sua gargalhada desesperada começa a virar assustadora, ele vai até a janela e se senta ma beirada.

Sukuna — Você foi idiota o suficiente pra achar que se eu fosse liberto ficaria com você? — Seu olhar penetrava em minha alma.

S/N — C..Como?

Sukuna — Eu estou com você por estar entediado, já que estou preso no corpo desse inútil com disfunção erétil. Mas vendo você quase se humilhando por um pouco de atenção, eu tive que pelo menos ter o mínimo de empatia, aquela que a gente sente pelos ratos em laboratórios.

S/N — Eu não consigo acreditar... você está me assustando.

Ele se aproxima e toca meu queixo.

Sukuna — Não se assuste, eu não quero sua ajuda, na verdade, não preciso dela — Volta sua direção para o lado de fora — Meu plano não envolvia nenhuma metida burra comendo um de meus receptáculos, mas enfim, não posso fazer nada..

S/N — Para com essa merda, eu sei que não está falando a verdade — As lágrimas já estavam escorrendo em minha bochecha.

Sukuna — Não estou? — Num movimento inesperado sukuna agarra meu pescoço e me joga na parede. — Não precisa chorar — Passa sua língua áspera e quente em minha bochecha.

S/N — E.. eu, Não não Entendo.. — Suas mãos agarraram meu pescoço com tanta força que acreditei estar morrendo.

Sukuna — Deixa eu ver, você achou que iria conseguir me libertar, e depois iríamos comprar uma casinha linda no campo onde viveríamos juntos, não é isso?

Não tenho forças para falar ou reagir.

Sukuna — Eu não vou matar você, não hoje pelo menos — Ele me solta e caiu no chão, podre, imóvel, como a cabeça de uma barata recém decepada— Porém, não quero que se meta nos meus planos ou na minha vida, eu vou me libertar e sair daqui pra nunca mais ver essa sua carinha de cachorro molhado. — Sem ao menos virar sua cabeça, ele solta para o escuro, e não consigo sentir mais sua presença no quarto.

Sem ainda acreditar no que acabara de acontecer, tento desesperada colocar minha cabeça no lugar.

Que merda, que merda aconteceu....
Eu sou tão burra e manipulável a esse ponto?

Tentando me levantar, ainda chorando ouço batidas na porta.

Mais humilhação?

Itadori — Oi? Tem alguém aí? Estou entrando..

Ao me ver, seus olhos se arregalam e corre para me ajudar.

Itadori — O que aconteceu? Está tudo bem? — Me levanta e coloca na cama.

S/N — Estou, foi só uma crise, aconteceu muita coisa ultimamente, não ando bem da cabeça.

Itadori — Quer que eu chama alguém?

S/N — Não — Última coisa que queria agora é que alguém me visse nessa situação deplorável. — Mas me fala, o que você veio fazer? — Tento mudar de assunto.

Itadori — Bom, eu queria um conselho na verdade, estou suspeitando que Sukuna está ficando mais forte.

S/N — Como?

Itadori — Eu sinto, apenas isso, tenho medo de perder o controle e acabar machucando alguém.

S/N — Ok, olha só, em primeiro lugar você nunca vai machucar alguém, por que se algo acontecer é culpa desse monstro e não sua. — Eu sei que ele está me escutando dentro de você — E segundo, se ele tentar fazer algo com você ou com alguém, eu juro que acabo com ele e faço ele sair daí, nem que eu tenha que me matar pra isso acontecer.

Itadori — Eu não sei se fico com medo ou aliviado — Ele sorri e me abraça — Obrigada S/N, vou deixar você dormir um pouco.

Sukuna on//

Merda, merda, que merda eu fiz..

Itadori — O que você fez?

Bixo, cala a boca guri sequelado, eu não tô com paciência.
Me deixa ao menos pensar em paz hoje ok?

Itadori— Ok

Eu fiz o certo não fiz?

......

Me responde besta

Itadori — Mas você me pediu pra ficar quieto

Esquece...

Sukuna off//

Desejos de uma Maldição (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora