Estava tudo dentro da maior normalidade possível, os passarinhos estavam com aquele Piu Piu de sempre, as árvores dançavam com o vento e a Nobara cantarolava uma música estranha do Restart em meu ouvido.
E eu vou te esperaaar aonde quer que eu vá... Aonde quer que eu vaaaa....
Droga de música chiclete que não sai da minha cabeça agora.
Enfim...Desde que saímos do colégio para vir a essa tal missão de reconhecimento, não nos deparamos com nada diferente, só aquela sensação de estar sendo seguida que já era costumeira.
Paro ao lado de uma rocha e me sento, já estávamos quase chegando a cabana, o sensei não havia mentido quando disse que era no meio do mato. Não há literalmente nada por perto, nenhum sinal de civilização ou de internet, tínhamos sido jogadas aqui sozinha, se algo acontecesse seria Thau e bença.Nobara se senta ao meu lado e retira um sanduiche de dentro da bolsa.
Nobara -- Sinto seu olhar de desprezo -- Ela me repreende -- Eu como quando tô nervosa tá?
S/N -- Não estou te julgando -- Digo envergonhada -- Na verdade eu ia te pedir um pedaço.
Nobara -- Ata.. -- Com delicadeza retira um pedaço de seu lanche e entrega em minhas mãos -- Me valoriza porque não reparto comida com qualquer um.
S/N -- Pode deixar -- Mordo o sanduíche, que naquele momento parecia a coisa mais delíciosa que já havia comido na vida -- Isso está tão bom pra você quanto está pra mim?
Nobara -- Acredito que sim -- Ela sorri -- Eu acho isso de refeição pré morte.
S/N -- Você acha mesmo que vamos morrer? -- Pergunto entristecida.
Nobara -- Talvez -- Acena com sua cabeça em sinal de negação -- Mas sempre que saio numa missão eu como antes de entrar, o sabor sempre fica mais intenso -- a encaro curiosa -- Juro, pode pegar uma maçã velha e sair numa missão, se você a comer antes de entrar, vai ser como a melhor maçã que já comeu.
S/N -- Se você está dizendo vou acreditar -- Ouço um som estranho vindo de dentro da mata -- Você também ouviu? -- pergunto baixinho e olho em direção a Nobara, que já estava atenta.
Ela acena com a cabeça e da um sinal com a cabeça para que verifiquemos a área.
A cada passo que dava, meu coração acelerava, estava tudo tão silencioso que conseguia a ouvir caminhando atrás de mim.Nobara -- Por ali.. -- Ela murmura e aponta para uma árvore apodrecida.
Ao chegarmos mais perto, consigo sentir uma energia pulsar forte o suficiente para me fazer parar de respirar por alguns segundos.
S/N -- Está aqui? -- Digo a ela.
Nobara -- Não era para ser numa cabana? -- Pergunta confusa.
S/N -- Deve ser lá que ela usa como restaurante, já que devem aparecer caçadores eventualmente.
Nobara -- O sensei falou que estavam acontecendo mortes estranhas por lá -- argumenta ainda sussurrando -- Acha que devemos dar uma olhada?
S/N -- Si...
Nesse momento sinto como se um peso tivesse saído de minhas costas, aquela presença que estava pulsando ao lado acabara de sumir.
Nobara -- O que houve? -- Pergunta preocupada.
S/N -- Ela não está mais aqui -- Mal termino a frase e ouço um grito vindo de não muito longe -- Vamos...
....
Estávamos correndo por meio a mata, conseguia me enroscar em todos os galhos pelo caminho, não havia um espinho daquele lugar que não tivesse sentido o gosto do meu sangue ao me arranhar.
Olha eu amo a natureza, mas hoje tá de brincadeira...
Sinto que estávamos chegando perto, mas assim que nos aproximamos os gritos secaram.
S/N -- Chegamos.. -- Digo a Nobara que estava ofegante ao meu lado.
Nobara -- Inferno de vida -- Reclama soltando todos os galhos que estavam presos a ela.
S/N -- Ali a cabana -- Aquele lugar estava podre o suficiente para me fazer embrulhar o estômago -- Que cheiro horrível.
Nobara -- Acho que encontramos a dona dos gritos -- ela aponta para uma poça de sangue onde o corpo de uma mulher estava esquartejado -- O sanduíche não está mais me parecendo tão bom agora.
Vejo uma das partes sendo arrastada para dentro do casebre, e lá estava ela.....
Não era como o anterior, parecia mais primitivo, por assim dizer. Um bicho que mais parecia um slime estragado estava terminando de escangalhar a cabeça daquela pobre moça.Nobara -- Deixa que eu vou, você termina a ronda pra ver se é só isso mesmo -- Mas termina de falar e já estava indo pra cima daquela gosma.
Muito suspeito isso em...
Dou uma checada ao redor da casa e nada, só um depósito com algumas ferramentas enferrujadas e um caixinha de madeira que pego imediatamente.
Estava terminando de vasculhar o lugar quando ouço uma voz um tanto familiar vinda em minha direção.
..... Então quer dizer que você o achou antes de mim, menina esperta.
A não, aquele chato de galocha de novo.
S/N -- O que você quer? -- Pergunto enquanto procuro discretamente algum sinal de onde Nobara possa estar.
Mahito -- Eu vim pegar um certo objeto, mas vejo que você já se adonou dele -- Diz ele com um sorriso sincero.
S/N -- Não tenho nada aqui que possa te interessar -- Digo em tom ameaçador.
Mahito -- Não? E essa caixa na sua mão? Vai dizer que não sabe o que tem aí dentro?
Como ele poderia estar aqui? Por que estava?
Mahito -- Já que você vai ficar aí se fazendo de sonsa -- Revira seus olhos em desapontamento -- Eu vou ter que te matar.
S/N -- Porque? -- Pergunto rapidamente antes que ele consiga atacar.
Passo meus olhos pela cabana em minha frente e enxergo Nobara, que estava se preparando para correr em minha direção.
Não.... Espera....
Grito para ela com meus olhos e rapidamente sou compreendida. Ela se abaixa e se esconde numa pilha de feno, ainda observando a situação.
Sabia que não poderíamos vence-lo, a energia que sentia era poderosa demais e sabia que não seria nada fácil sair dessa situação.
Pelo menos não vivas....
![](https://img.wattpad.com/cover/281162058-288-k23081.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Desejos de uma Maldição (+18)
Fanfic⚠️ ATENÇÃO: NÃO RECOMENDANDO PARA MENORES DE 18 ANOS. S/N é filha de uma humana com maldição, possuindo poderes que até ela desconhece. É convocada para uma escola técnica de feiticeiros Jujutso de Tóquio, mas seu futuro depende unicamente se vai o...