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S/N -- Como assim? -- Pulo assustada na frente de Sukuna -- Não tem nada estranho por aqui.

Gojo -- Como não S/N? -- Ele me tira da frente com facilidade e se aproxima do Rosado como se fosse o beijar.

Meu coração para, estava incapaz de me mexer, fico gélida, pálida como uma nuvem. Caso o pior acontecesse estava pronta para correr.
Com certeza uma covarde, mas não sou burra a ponto de ficar no meio de uma luta entre esses dois.
Gojo x Sukuna, eu particularmente não estava preparada pra isso.

Distraída demais para perceber que estavam me chamando, saio de meu transe quando escuto o albino pronunciar o nome de Itadori.

Gojo -- Aqui Yuji, eu não quero que nenhum aluno meu engravide -- Ele entrega para o rosado um pacote de camisinhas e me encara com julgamento -- Além disso, olha essa gravata ridícula -- O branquinho a tira com delicadeza e a coloca em seu bolso.

Sukuna -- Relaxa Sensei querido, sei que gostaria de estar no meu lugar, mas lamento não ser possível -- Afina a voz para que se pareça com a de Itadori e sorri malicioso para Gojo.

Percebo que o clima estava ficando meio estranho, e tento me intrometer.

S/N -- Então, vamos... -- Pego na mão do rosado e o puxo para a saída.

Gojo -- Bom encontro para vocês, te vejo amanhã de manhã S/N -- Ele grita de longe.

Sukuna -- Que desgraçado, viu ele tentando me provocar? -- Coloca uma de suas mãos na cabeça com raiva -- Da próxima eu mato aquele exibido.

S/N -- Já foi um milagre ter passado sem ser percebido, se ele desconfiar que você possui o corpo do Itadori, você e ele vão morrer entendeu?

Sukuna -- E o pior.. -- Ele continua, fingindo que não havia me escutado -- Sempre que pode ele dá em cima de você.

S/N -- Ele dá em cima de todo mundo se duvidar, até do Megumi -- Sorrio para disfarçar o nervosismo.

...

Chegando ao cinema, só consigo pensar que estávamos arrumados demais para a ocasião, era nosso primeiro encontro oficial e já estávamos passando vergonha.

Que ódio Sukuna..

Sukuna -- Só tem gente brega nessa cidade? -- Ele olha pela multidão.

S/N -- Nós e que estamos arrumados demais -- Digo rindo com vergonha -- Fique aqui, vou comprar os ingressos.

Vou em direção a bilheteria, uma moça que aparentava ter não mais que 17 anos me atende.

-- Olá, ingresso para qual filme? -- Ela diz com um sorriso de orelha a orelha.

S/N -- Dois para Titanic, por favor -- Digo educadamente.

-- Aproveitando o remake dos clássicos?

S/N -- Sim, sempre fui fã dos mais antigos -- Olho discretamente para Sukuna, que estava escorado numa coluna, distraído.

-- Aqui está, aproveite o filme -- Fala me entregando os ingressos.

S/N -- Obrigada!

Volto para o lado de Sukuna, que me aguardava.

Sukuna -- Então... Como funciona esse tal de cinema?

S/N -- Nós vamos ver um filme, numa tela grande. -- Digo animada.

Sukuna -- É só isso? Não poderíamos ver esse filme em casa?

S/N -- Mas eu já disse que a tela é realmente muito grande? -- Ele revira os olhos e da um sorriso de canto.

O puxo pelo braço para irmos em direção a sala.

S/N -- Venha, para de ser rabugento, sei que você é velho, mas.. -- Agora vou tocar na ferida.

Sukuna -- Como assim eu sou velho? Sou experiente -- Começo a rir de sua irritação -- Mil anos não são nada para um demônio, eu sou quase um bebê maldição sabia?

S/N -- Claro, claro...

Olho para ele, que estava ainda mais bonito com toda aquela raiva, e acaricio sua bochecha. Nesse momento, ele entende que estava zoando com a sua cara.

S/N -- E ainda dizem que você é mau, com essa carinha toda fofa aí.

Sukuna -- Isso porque não viu minha forma verdadeira -- Ele cruza os braços.

É verdade, aquele ali não era ele de verdade, era Yuji, ele estava apenas usando seu corpo.
Deveria estar me sentindo culpada, mas não conseguia.

Sukuna -- É aqui? -- Ele pergunta olhando para as nossas cadeiras.

S/N -- Sim, agora é só esperar -- Digo sentando ao seu lado.

Sukuna -- Qual a história?

S/N -- Que história?

Sukuna -- Do filme -- Fala olhando para a tela a nossa frente -- O filme que é importante demais que tem que ser visto numa tela "realmente muito grande" -- Faz sinal de aspas com as mãos.

S/N -- Não vou te dar spoiler, só vou dizer que é um filme muito bom, um clássico.

Sukuna -- Um clássico.. -- Ele revirava na cadeira, e ajeitava as abotoaduras de seu terno.

S/N -- Você está bem? -- Pergunto preocupada.

Sukuna -- Estou, só sentindo alguma coisa estranha.

S/N -- Nervosismo?

Sukuna -- Não, alguma tipo de energia amaldiçoada -- O encaro assutada e ele me olha, com aqueles olhos negros me fazendo ficar com mais medo.

S/N - O.. O que?.. -- Procuro envolta para ver se acho algo ou alguém suspeito e volto meu olhar para Sukuna, que estava rindo.

Sukuna -- Você caiu direitinho -- Ele gargalha se escorando na cadeira.

S/N -- Não tem graça -- Digo irritada.

Sukuna -- Tem sim, tinha que ver sua cara -- Continua a rir.

S/N -- Idiota, abestado -- digo baixinho e não consigo segurar o riso.

Sukuna -- Tá bom, vem cá -- Me puxa para deitar em seu ombro -- Mas sério, eu tô com um mão pressentimento.

S/N -- Pode ser a ansiedade, você está tendo que agir como um ser humano comum.

Sukuna -- Deve ser isso mesmo.

....

O filme iria começar, a sala estava lotada, com todas as cadeiras preenchidas. Havia escolhido um lugar na parede para sentarmos, quanto mais longe dos outros melhor.

Não queria deixar Sukuna ainda mais nervoso, mas também conseguia sentir algo estranho naquele lugar, talvez fosse algo da minha cabeça, e poderia ser só o ambiente cheio demais.

Mas talvez tivesse a possibilidade de haver uma maldição nos espionando. Sendo qualquer uma dessas possibilidades, tinha que tentar manter a calma.

....


Desejos de uma Maldição (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora