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Não há nada que me empeça de cometer o crime mais terrível e grotesco do universo, além, claro, da minha consciência que poderia ficar pesada com tal ato.

Mesmo que nesse momento não sinta que poderia me fazer algum mal, não era como uma assassina voraz, mas logo após engolir aquele maldito dedo, meus instintos ficaram mais aguçados, cada movimento, cada mínimo barulho a meu redor, era motivo para um arrepio que não cessava. Com certeza o homem aranha se sentia daquele jeito.

Sukuna — Eu não quero piorar a situação.. mas eu me senti assim por muito tempo, uma voz que vinha de todos os lados me bombardeando de ideias mirabolantes.

S/N — E o que você fez? — Tinha de haver uma solução, uma razoável que não incluísse matar outros seres humanos.

Sukuna — Eu? Matei quem estivesse na minha frente, me tornei a maldição mais poderosa do universo e depois um desgramado me trancou num potinho.

S/N — Que ótimo concelho pra vida — Digo a ele indignada. — Devo começar matando quem então? — Um leve tom de deboche sai por entre minhas palavras.

Sukuna — Primeiro aquele magricela — E por incrível que parece, ele falava sério — E não é nem por que ele te beijou, eu sinto algo de muito ruim nele.

S/N — Ciúmes não é motivo pra você matar alguém... nas piores circunstâncias quebrar o vidro do carro ou o PS. — E era verdade, algumas pessoas tem seu ego tão ferido que chegam ao ponto de destruírem bens materiais.

Sukuna — E assim que as pessoas se vingam hoje em dia? — Pergunta indignado.

S/N — Não, não, isso são mulheres quando são traídas, homens matam suas parceiras.

Sukuna — Mas qual a razão? Digo, eu não ligo de matar um ou outro.

S/N — Um dia você entende.

Estávamos quase chegando ao estacionamento, e já conseguia ouvir as vozes de nossos amigos indignados.

Nobara — Se vocês foram se comer no mato, por que não avisaram? — Grita indignada.

Sukuna conseguia inibir muito bem sua energia quando estava com outras pessoas, percebendo agora que não era Itadori, sua atuação me dava vontade de rir.

Ele se movia de forma engraçada, acredito que tenha ensaiado seus passos na frente do espelho, até o modo de falar mudava. Parecia um gatinho domado.

Gojo — Olha, você sair da nossa brincadeira tudo bem, mas sair pra ficar com ele, não dá, é como trocar vinho pela água —Diz ele vindo diretamente até mim — Eu respeito, mas não concordo

S/N — Não, só fui procurá-lo, e então fomos tomar um ar — Respondo constrangida.

Não há nada mais perturbador do que alguém saber que você estava transando, é como quando você faz algo muito errado quando mais novo e tenta esconder o máximo possível, mas parece que todos ao seu redor sabem e estão te julgando por isso.

Gojo — Sei.. — Ele retira uma folha seca que estava presa em meu cabelo, que devia ter se grudado na hora do rala e rola.

Sukuna — Você não pode culpá-la por escolher a melhor opção. — Diz ele de uma forma contida, vindo de Sukuna era quase um milagre — Afinal você já está meio velho mesmo, quantos azulzinhas deve ter tomando só hoje.

Gojo — Como disse? — Pronto, tudo que eu precisava nesse momento era uma batalha de homens tentando descobrir quem tem o pinto maior.

Sukuna — Tá tudo bem, depois de uma certa idade é difícil fazer o pau subir, meu avô sempre dizia que a melhor coisa é colocar pimenta — Ele sorri malicioso, estava deixando escapar sua energia — E só tacar pimenta na cabecinha.

"Pelo amor de Deus"

Nessa hora, eu já estava pronta para interromper aquela discussão besta, mas então, ao fundo, na boate em que estávamos anteriormente, uma explosão eclode e somos jogados para longe.

Cacos de vidro e fuligem são jogados para cima de nós, com a velocidade do vento quente, parecia que estávamos sendo atropelados.

Meu ouvido zumbia, e minha visão ficara embarcada com a fumaça. Não enxergava um palmo a minha frente, não sabia se alguém havia se machucado seriamente.

"S/N?"

Ouço o som de uma voz grave em minha mente, havia esquecido a conexão estranha com Sukuna.

"Onde você está?"

Pergunto a ele, que provavelmente também estava caído em algum lugar por ali.

"Aqui!"

Uma mão forte me ajuda a levantar, era Megumi, ele estava coberto de cinzas.

Megumi — Tudo bem? — Ele grita assustado.

S/N — S..sim

Gojo — Aqui, estamos aqui — Ele estava com um corte na cabeça e segurava Nobara no colo, que parecia inconsciente.

Sukuna aparece por trás de mim e nos guia para longe de toda a fumaça.

Gojo — Estão todos bem? — Pergunta inconformado com o que acaba de acontecer. — Nobara?

Ele da leves tapinhas no gosto dela, mas sem respostas. Ele estava com ferimentos profunos, um caco de vidro havia conseguido penetrar em seu tórax.

S/N — Precisamos ir ao hospital, rápido! — Entro em desespero

Gojo — Vamos — Ele a carrega, até um dos pouco carros que havia continuado intacto — Alguém sabe fazer ligação direta? — Sukuna soca o vídeo do carro e abre para que possamos entrar.
Sento no banco do motorista e tento fazer a ligação rapidamente, antes que a polícia ou os bombeiros apareçam.

Gojo — Não podemos ficar muito tempo, rápido! — Ele grita para mim, que tento manter a calma para não xingá-lo.

S/N — Pegou — Dou partida no carro, e seguimos em direção ao hospital mais próximo.

Megumi — Desde quando você dirige? — Pergunta o emo em estado frenético.

S/N — Desde agora.

Megumi — Aí meu Deus S/N, a gente vai morrer por sua causa! Me dá esse volante!

S/N — Cala a boca se não você vai morrer mesmo, sossega aí e tenta ajudar o Sensei com a Nobara! - Grito para ele.

O clima estava tenso, me sentia como num filme de perseguição, o Vin Diesel certamente estaria orgulhoso se visse as manobras que estou fazendo.

Sukuna — Só tenta não bater tá benzinho.

"Benzinho?"

Pergunta a ele em minha mente, mas não tenho resposta, apenas o som do carro da polícia se aproximando de nós rapidamente.

Gojo — Precisamos despistar eles!

S/N — Como? Estamos literalmente em linha reta nessa estrada.

Sukuna — Tive uma ideia....

Desejos de uma Maldição (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora