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Sinto uma sensação estranha, como se tudo dentro de mim estivesse se revirando. Não era bem uma dor, parecia mais como mini agulhas me perfurando internamente, mas não sabia se era pelo "dedo" ou por aquela maldição desgraçada que fez algo minhas pernas.

Toda minha energia vital estava sendo sugada, começando quase a ficar sem ar, tentando respirar levemente e devagar para não acabar desmaiando de novo.
Não estava afim de ser levada ao hospital depois de uma missão novamente, iria levar um sermão dos grandes.
A única coisa que eu poderia fazer naquele momento era esperar....

.....

Ainda jogada no chão daquele casebre, olhando para o teto que estava lotado de teias de aranha, consigo me imaginar facilmente sendo comida pelos ratos, pensar em  pequenas patinha sujas andando sobre meu corpo tentando arrancar minhas carne com seus dentinhos pontudos e cheios de doença estava me deixando nervosa.
Essa sensação se esfriou quando vi o farol de um carro se aproximando. Nobara e o Sensei correram em minha direção para me socorrer.

Gojo -- Está bem?! -- Pergunta em tom preocupado tocando seus dedos suavemente  em meu rosto -- Venha, vou te ajudar a levantar.

S/N -- Obrigada -- Ela me pega em seu colo e me leva até o carro.

Gojo -- Não levarei você ao hospital, essas marcas em sua pernas são frutos de uma maldição, terei de cuidar disso quando chegarmos.

Nobara -- Ela vai perder as pernas? -- Ela coloca a mão no rosto desesperada.

Gojo -- Creio que não, mas vai ficar um tempo sem conseguir andar. -- Diz em tom sério.

Sou colocada no banco de traz, e logo eles entram.

Gojo -- Não imaginei que seria algo desse nível.. -- Diz ele em minha direção enquanto dirigia até a estrada próxima.

S/N -- Não houve luta, eu apenas apaguei e quando dei por mim estava com isso na perna -- Aponto para minhas coxas que estava tão vermelhas quanto uma pimenta.

Gojo -- Estranho..

Nobara -- Eu que o diga, quando vi, o cara já tinha sumido -- Da um sorriso leve -- Acho que só estava atrás do dedo.

O albino freia bruscamente o carro e encara Nobara com um olhar apavorado.

Gojo -- Você está me dizendo que ele conseguiu pegar um dos dedos do Sukuna? -- Diz ele embravecido.

Olho para baixo tentando disfarçar minha cara de aprovada.

E se ele descobrir que eu comi esse negócio? Ele vai me matar..

Gojo -- Puta merda! -- Soca com força o volante do carro -- Isso não deveria ter acontecido.

Nobara -- Ei! -- Retruca ela quase jogando para o lado do motorista -- Você está insinuando que a culpa é nossa? Não foi a gente que pediu pra vir até aqui sozinhas.

Gojo -- Eu sei disso -- Ele se acalma e coloca suas mãos na cabeça -- Não estou com raiva de vocês, foi irresponsabilidade minha ter deixado vocês virem.

S/N -- Está tudo bem -- Coloca minha mão em seu ombro -- Não tinha como saber, além de que eu tenho minhas suspeitas de quem teria o mandado.

Gojo -- Você não acha que eles teriam coragem de fazer, acha? -- Pergunta perplexo.

S/N -- Talvez.. eu só sei que foi realmente muito estranho a forma que ele chegou de repente.

Gojo -- E o que você acha que eles pretendem fazer com os receptáculos?

S/N -- Não sei.. -- Minto para ele -- Mas é só um dedo, não tem como fazer muita coisa -- Tento acalma-lo.

Gojo -- Espero que tenha razão...

.....

Seguimos nossa viagem calados, com um certo desconforto pairando no ar. As horas estavam passando devagar demais, e não parecia estarmos chegando nunca.

S/N -- Será que vai começar a chover? -- Pergunto a eles na tentativa de nós tirar desse clima estranho.

Nobara -- O tempo está escurecendo mesmo -- Coloca sua mão na janela do carro, o momento exato em que uma pequena gota de chuva cai no vidro embaçado.

Gojo -- Hoje pela manhã li no jornal que vai chover a semana toda -- O sensei entra na conversa, já aparentando estar mais calmo.

Nobara -- Quem ainda lê o jornal hoje em dia?

Gojo -- Pessoas inteligentes -- Responde ele revirando os olhos.

Sorrio com a pequena discussão dos dois. Não sabia quanto tempo ainda restava para chegarmos, mas finalmente aquele clima estava melhorando.

S/N -- Espero que esfrie, para podermos ficar na cama enroladas na coberta -- Toco no braço de Nobara mas sinto uma pulsação repentina e me afasto.

Nobara -- O que foi? -- Pergunta ela confusa.

S/N -- Nada.. -- Sorrio de leve e escoro minha cabeça no vidro da janela.

O sono chega lentamente, começo a não conseguir mais deixar meus olhos aberto, até que me rendo e adormeço....

....

S/N off //

Sukuna on//

Itadori -- Você pode para de reclamar de tudo que eu faço?

Sukuna -- Poderia, mas não quero não...

Itadori -- Insuportável.

Desde que esse moleque idiota começou com uma tal de "dieta", sinto uma genuína vontade de mata-lo. Eu não aguento mais, ele só come frango e alface.

Itadori -- Eu não sei do que tanto você reclama, você usa esse corpo também.

Sukuna -- O corpo pode ser o mesmo, mas eu ainda sou mais gostoso que você.

Itadori -- Vai catar coquinho.

Rio de sua falha tentativa de me insultar.

Sukuna -- Eu juro deixar você em paz por hoje se prometer me deixar comer uma barra de chocolate.

Itadori -- Mas aí não vai adiantar de nada meu esforço.

Já não iria adiantar de qualquer forma, sempre que vai dormir eu como tudo o que posso.

.....

Paro meus pensamentos em todos os lanches que poderia comer depois com uma súbita movimentação em minha energia.
Não era forte o suficiente, mas tinha um poder significativo. Uma energia que só sinto quando Yuji engole um de meus receptáculos.

Itadori -- Você sentiu isso?

Sukuna -- Sentir o que?

Itadori -- Nada... deixa quieto.

Aquilo só poderia significar uma coisa.

Droga S/N...

Sukuna off//

....

(Não me contive galere, é só isso mesmo

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(Não me contive galere, é só isso mesmo...)

Desejos de uma Maldição (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora