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"Espera, que?"

A não, agora não era hora desse desgramado sem coração sumir, como ele ousa me pedir em namoro e desaparecer assim.

"Ok, depois você resolve isso"

Precisando urgentemente ir falar com o Itadori, tento sair o mais calma possível do interrogatório e corro para o encontro dele que esfregava a mão nos olhos.

S/N — Oie, como você tá? — Pergunto me sentando a seu lado,

Agora quem estava com a polícia era o Sensei Gojo, então teria algum tempo para conversar.

Itadori — Eu não sei, como eu deveria estar? — Ele me olha confuso — Parece que levei um soco no estômago.

S/N — Tecnicamente, foi quase isso, teve uma explosão e agora estamos no hospital.

Itadori — Não consigo entender, eu estava dormindo a pouco tempo.

Eu não podia mais mentir para ele, era o corpo dele que estava ali machucado, já estava na hora.

S/N — Sukuna tomou seu corpo enquanto você dormia.

Itadori — O que?! — Ele salta pra traz — Ele machucou alguém? Ele causou a explosão?

S/N — Não, ele só te dopou e queria dançar, nada demais.

Itadori — Como você ousa, seu desgraçado — Ela soca sua barriga com ódio, e a boca de sukuna aparece em seu pescoço.

Sukuna — Você sabe que é o único que sente dor quando faz isso, não sabe?

Itadori — Você me dopou... — Seus olhos emanavam um ódio dilacerante.

Sukuna — Você é a criatura mais manipulável do mundo, eu diria que você mesmo se dopou.

S/N — Xiuuu vocês dois, agora não é hora pra isso. — Seguro a mão de Itadori para transmitir um pouco de paz em meio aquele caos absoluto — A polícia vai te fazer algumas perguntas.

Itadori — Por que? Eu matei alguém não foi? Fala a verdade.

Sukuna — Não sua besta, a boate explodiu e a gente tava lá.

Itadori — Então somos cúmplices, a meu Deus.

S/N — Fica tranquilo, já estamos cuidando de tudo, é só você falar que saiu para tomar um ar e fomos atrás de você, por isso não estávamos lá dentro na hora.

Itadori — E foi isso mesmo que aconteceu?

S/N — S..sim, exatamente isso — Minhas bochechas coram ao lembrar da cena anterior.

"Não Itadori, eu fui pro mato dar pro Sukuna"

Itadori — Está bem, me sinto melhor sabendo que estamos todos bem.

Eu deveria contar a ele sobre Nobara agora, seria o mais correto a se fazer.

S/N — Na verdade... Nobara foi atingida.

Seus olhos se arregalam num susto repentino, é uma lágrima escorre em sua bochecha.

Itadori — Ela morreu? Não pelo amor de Deus, não — Ele põe sua mão na cabeça em desespero e grita para todo o hospital.

S/N — Claro que não, já está se recuperando. Você acha mesmo que ela iria desistir tão fácil? — Eu o abraço em solidariedade.

Precisava deixá-lo estável, com certeza havia muita coisa em sua mente, e Sukuna não iria ajudar nessas horas. Por mais que eu fosse completamente apaixonada por ele, não podia ignorar seu lado maligno.

S/N — Fique calmo, está bem?

Itadori — Entendi, eu preciso manter o foco — Então, suas lágrimas sessão, mas ele me olha — Eu devo contar ao Sensei Gojo?

S/N — Acho melhor deixar isso entre a gente por enquanto, pode ser? — Se ele contasse ao Sensei, estaríamos numa enrascada.— Eles vão te chamar, eu vou ir da uma olhada na Nobara.

Eu me despeço, com um nó no estômago, aquela situação estava saindo do controle. Na verdade já havia saído na hora em que decidi me relacionar com um demônio

.....

S/N — Oi? — Entro no quarto e me deparo com vários aparelhos que mediam seu pulso, seu coração, pareciam até medir sua energia vital. — Você não pode demorar muito pra acordar, ouviu?

Se ela visse que seu cabelo estava bagunçado e sua cara lavada, entraria em colapso.
Olho em volta do quarto, estava tudo conforme deveria aparentar, mas algo estava me deixando nervosa, como uma neblina sobrevoando o céu azulado.

Havia trevas ali. Poderiam ser apenas uma sensação besta, uma paranoia depois de um trauma, mas deveria procurar. Até uma cadeira levemente torta me parecia suspeita.

—Conseguiu achar? — Uma voz tenebrosa assopra em meu ouvido.

S/N — Quem tá aí? — Viro rapidamente, mas não havia nada em minhas costas.

Porcaria de vida, não poderia ter paz uma hora dessas?

— Você esquece minha voz muito facial — Aquela voz levemente rouca só poderia ser de uma pessoa.

S/N — Mahito?

— Adivinhou... — Uma sombra atrás da cortina se junta com forma humana daquela maldição.

S/N — Você não consegue me deixar em paz? — Eu estava com ódio, aquele desgraçado havia provocado aquela explosão.

Mahito — Hum... não — Ele se aproxima descontraído e acaricia o rosto de minha amiga.

S/N — Não toca nela — Dou um tapa em sua mão, mas ele a agarra — O que você quer?

Mahito — Eu só vim ver como ela está, e te passar algumas informações.

Fico em silêncio, esperando as palavras daquele boçal.

Mahito — Eu sei que você já descobriu que eu causei a explosão, afinal você pensa, pelo menos eu acho — Ele sorri com deboche — E não fique chateada, era necessário.

S/N — Era necessário matar pessoas inocentes? — Uma energia amarga saltava em minhas veias.

Mahito — São só pessoas, não valem tanto a sua raiva, mas enfim, continuando — Ele cruza seus braços — Algo em mim me fez ficar um pouco enciumado com sua relação com Sukuna, então eu fiz algo especial para que você não possa trair nosso pequeno esquema.

S/N — O que você fez?? — Se ele falasse que fez algo com Nobara eu pularia nele, e arrancaria aquele maldito sorriso de seu rosto.

Mahito — Bom, digamos que, eu plantei uma pequena plantinha no coração de sua amiga — Ele a olha novamente — E basta apenas eu estalar o dedo para que o sangue dela apodreça.

Nesse momento, para me mostrar que não estava blefando, ele junta seus dedos num simples toque, e meu coração dispara. A boca de Nobara começa a espumar num líquido marrom avermelhado, e então, um mar de um líquido preto começa a escorrer da maca.

Mahito — Viu?

S/N — Ora seu.... — E então, o ódio toma conta de mim. Já havia tolerado aquilo por muito tempo...

Desejos de uma Maldição (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora