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Não apenas eu, mas eles ficaram boquiabertos com sua ameaça.
Ele queria me proteger, e eu não sabia como responder aquilo. Não era apenas um namorado querendo defender a honra da namorada, era uma maldição querendo defender alguém.

Uma maldição, que na teoria não era pra ter nenhum sentimentos, não de paixão pelo menos.
Um ser egoista que detestava a humanidade que tudo o que ela representava.
Mas lá estava ele, Sukuna, agindo como um amante nato, sinceramente estava orgulhosa demais, e um pouco preocupada. Ele estava se expondo por mim, precisava fazer algo.

S/N — Calma aí galerinha, ninguém vai me matar — Me pego olhando difetamente para sukuna, que me mostrava suas presas num sorriso delirante.

Gojo — Isso nós não sabemos — Ele parecia razoavelmente tranquilo em ouvir a notícia — Mas não se preocupe meu bem, logo nós nos livraremos dele.

Tento parecer o mais aliviada possível com sua fala, mesmo não tendo o mínimo de vontade de me livrar do Sukuna. Eu o queria cada vez mais, como uma droga viciante.

Me distraio facilmente olhando para a forma como seu corpo se movimentava. Como agia com tantas pessoas ao redor, parecia até um ser humano.

Megumi — Será que ainda vão demorar muito? — Pergunta olhando para o relógio no pulso.

S/N — Eu não sei, ela sangrou bastante, estava bem profundo o corte — Uma leve preocupação pairava sobre nós, mas sabia que Nobara não iria se deixar levar por aquilo, ela era forte — Mas acredito que logo teremos notícias.

Digo com um sorriso falso no rosto.

....

A cada segundo olhava para o relógio, já havia passado mais de uma hora, que demoravam uma eternidade. A teoria de que as horas passam rápido quando estamos fazendo algo que gostamos que dava extrema raiva nesses momentos de tensão.

Estava inquieta, poderia ser facilmente eu ali no lugar dela, deveria ser na verdade.
Eu sofreria por ela, morreria por ela, assim como sei que ela faria por mim.

"Maldito lugar, vou comer tudo"

Olho para o lado e vejo Sukuna sentado ao lado da máquina de doces se empanturrando, com saquinhos rasgados ao lado da lixeira.

"Está ansioso?"  — Pergunto a ele, que me olha com espanto, acredito que também tivera esquecido de nosso  "super poder", como ele mesmo havia nomeado.

"Não, isso só é muito gostoso" — Responde ele.

"Com qual dinheiro você pegou os doces?"

"Tinha uma senhora ali dando sopa" — Olho pra o lado, e havia um casal de idosos encostados um no outro.

"Você roubou ela?"

"Tô brincando, peguei da sua bola" — Ele coloca a mão na testa e sorri para o nada.

"Ladrãozinho"

Havia também uma moça perto do casal de idosos, de cabelos loiros, bonita, com um corte na testa.
Era a mesma moça que Sukuna havia beijado na festa, uma terrível coincidência. Deveria eu ter ciúmes depois do que havíamos conversado?
Ao perceber quem estava ali perto, ela se levanta e vai em direção ao rosado que continuava sentado, concentrado em seus doces.
Ao chegar ela se senta a seu lado e repete algumas poucas palavras que não consigo entender, e então encosta sua cabeça no ombro dele, que me olha assustado.

"Eu não tenho nada a ver com isso" — Ele empurra a moça delicadamente para longe de si e vem até mim.

"Não tem nada a ver com o que?" — Pergunto tentando não parecer tóxica.

Desejos de uma Maldição (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora