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DANIEL

- Habituava-me tão facilmente a dormir contigo todas as noites.

- Eu sei que tu gostavas de ouvir a mesma coisa, mas mexes-te imenso – retirou a sua cabeça da minha barriga, ficando a olhar-me – eu meio que durmo mal, sabes disso?

- Estás só a inventar! - apenas acenou que não com a cabeça, voltando a deitá-la sobre a minha barriga. Agarrou-se à minha cintura, apertando-me contra ela e passou a sua perna por cima da minha – porque tu estás aí muito bem.

- Agora estou - não me imaginava tornar-me este tipo de homem. Em que acordar ao lado da Camila me fizesse sentir que o dia já estava conquistado, que nada me poderia incomodar e que, se por alguma razão não voltasse a ter este momento, sabia que os que tivemos foram os melhores – porque é que só tens uma tatuagem neste braço? - percorria a sua mão pelo meu braço direito, tocando de leve na minha barriga com o seu nariz.

- Não sei, acho que me habituei a fazer no esquerdo – olhou-me – e olhando-me ao espelho, não consigo ver tantas tatuagens do lado da grande na perna.

- Sabes que essa tatuagem é altamente sexual, não sabes?

- Até que ponto?

- Não finjas que não sabes – beijou-me a barriga, voltando a deitar-se sobre ela – eu tenho de me ir embora.

- Explica-me, novamente, porque é que não podemos ir juntos para o circuito? - respirou fundo, permanecendo em silêncio.

É o fim de semana do Grande Prémio no Mónaco e ela tem dormido sempre aqui em casa. Aliás, chegou bem mais cedo do que o esperado, já que a equipa chegou toda na quinta e ela já aqui está desde segunda-feira. Só que foge. O sol ainda está a abrir os primeiros raios e ela já está a sair de minha casa, de forma a chegar ao hotel onde a equipa está instalada e fingir que foi lá que dormiu.

- Não compliques.

- Está bem – por muito que gostasse de agarrar a mão dela e percorrer o paddock com ela do meu lado, não poderei trocar isto por nada – fica só mais um bocadinho – deslizei na cama, ficando ao mesmo nível que ela – acho que não vou conseguir mudar de lugar durante a corrida.

- É um circuito complicado para ultrapassar... - virei-me para ela, encostando a minha testa com a sua – podes ganhar umas posições no início, mas com cuidado. Eu realmente devo gostar de sofrer..., não me bastava ter o Lando e agora ainda me tenho de preocupar contigo.

- Tu preocupas-te comigo, Camila?

- Um bocadinho – juntou os lábios dela com os meus, aproveitando para colocar a minha mão por dentro da sua/minha camisola e percorrer as suas costas – acho bem que me vás visitar durante a próxima semana – disse-o, depois de interromper o beijo e me olhar – eu não me devia ter habituado a isto.

- Mal acabe a corrida, marco logo sessões no simulador – assim que comecei a deslizar os meus dedos pela sua anca, ela fechou os olhos e mordeu o lábio inferior.

- Tu és tão perigoso, Daniel Ricciardo – depois de um curto beijo, levantou-se num ápice – mas eu vou fugir antes que seja tarde demais.

- Cami – ia a entrar na casa de banho, virando-se para mim confusa.

- Que piroso, Daniel!

- Se eu te chamasse de Mila, ia ser só estranho e Cam é muito básico – franziu a testa, cruzando os braços – és a Cami do Danny.

- Ó meu Deus! – agarrou na minha camisola que estava espalhada no chão, atirando-a para mim – eu namoro com um ser sensível! – disse-o entrando na casa de banho. E, claro, ficou em silêncio, muito provavelmente por se ter apercebido do que tinha acabado de dizer – Daniel – espreitou para o quarto, pressionando os seus lábios um contra o outro.

Always, DanielOnde histórias criam vida. Descubra agora