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DANIEL

- Eu sabia que tu eras a mulher certa para mim - é-me difícil, por vezes, acreditar que a tenho na minha vida. Sobretudo neste momento, em que tudo na minha vida começa a ser planeado em função da dela. E, no meio de tudo isso, começamos a tornar realidade a nossa vida.

- Só porque te fiz o pequeno-almoço? - ela tem o dia de folga, já que passou a noite inteira na fábrica.

- Exatamente por causa disso – ela colocou a chaleira em cima da mesa, preparando-se para regressar à zona da cozinha – hey – agarrei-a pela mão, fazendo com que desse uma volta sobre si mesma – por isso e por seres a melhor namorada do mundo – puxei-a para mim, envolvendo o seu corpo com os meus braços.

- Porque é que tenho a sensação de que me vais pedir qualquer coisa?

- Já não se pode ser igualmente carinhoso nesta casa?

- Pode – passou os seus braços por cima dos meus ombros, juntando os seus lábios com os meus. Não demorou muito a sentir o corpo dela a relaxar e, logo depois, interromper o nosso beijo para ter de bocejar – desculpa.

- Tens de ir dormir – dei-lhe um beijo na testa e ela apenas me assentiu que sim com a cabeça - mas, agora a sério - olhou-me – eu tenho mesmo muita sorte por te ter na minha vida.

- Eu só espero que digas o mesmo depois de entrares naquele carro e as coisas resultarem – bufou ao sair dos meus braços e ir à cozinha – foi uma noite demasiado longa, em que me tive de chatear duas vezes e para a qual ninguém quer regressar – confessou, ficando visivelmente alterada. Acabei por me sentar à mesa e, quando ela se juntou a mim, olhou-me – nem perguntes o porquê...

- Pela tua cara devo mesmo ficar calado – apenas me assentiu que sim com a cabeça, começando a comer o seu pão preparado com manteiga e fiambre – sempre vens comigo para o Bahrain? - assentiu-me que sim com a cabeça, estando a trincar o pão. Daqui por dois dias temos de voar para o Bahrain para uma segunda fase de testes, sendo que vamos ficar por lá já que a primeira corrida acontece uma semana depois – devias experimentar a pista lá - riu-se, encostando-se na cadeira.

- Vou ver a minha avó hoje – e aquele sorriso muda por completo – a Emily disse-me que ela ontem perguntou por mim, quero ver se durmo um bocadinho e depois vou lá.

- E quando é que vamos ver dos móveis?

- Fuck – acabei por me rir. Tínhamos combinado que, durante esta semana, íamos começar a ver dos móveis para trocar a cozinha na nossa casa. Ainda só a vi em fotos, não tivemos oportunidade de lá ir, mas é tão impressionante o quão já a sinto nossa. Porque o olhar dela muda quando pensamos no que queremos fazer lá e porque já só consigo imaginá-la naquela casa com crianças nossas por perto – acho que vamos ter de ir depois do Bahrain – abriu a agenda do seu telemóvel, aproximando-o ligeiramente de mim – eu amanhã estou cheia de reuniões, tu tens simulador... e depois de amanhã viajamos – olhou-me - não sei onde e quando é que vamos conseguir começar a mudar a casa...

- Voamos do Bahrain para cá assim que a corrida acabar – porque o dia a seguir à corrida temos sempre folga – e ficamos logo em Londres para tratar disso. Aproveitamos e também escolhes logo a decoração do quarto – duas rugas formaram-se na testa dela – que foi?

- O quarto ainda não é preciso...

- É, sim cara namorada – encostei-me na cadeira – pelo que me disseste, os quartos estão todos vazios neste momento, correto? - assentiu-me que sim com a cabeça - tu ficas rabugenta se dormes no chão e depois culpas-me a mim – riu-se – por isso, vamos tratar do quarto, sim. Até porque há duas crianças que precisam de ser feitas...

Always, DanielOnde histórias criam vida. Descubra agora