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DANIEL

Não saber nada sobre a Camila é, provavelmente, das coisas mais difíceis de lidar no meio de tudo o que aconteceu. Houve muita coisa que ficou por dizer, conclusões que eu não posso tirar sem antes ter uma conversa mais profunda com ela sobre isso. Porque, por ela, eu mudaria a minha vida de um minuto para o outro. Porque eu já não imagino um futuro, sem ter aquela mulher do meu lado.

- Alguma novidade transatlântica? - ri-me perante a pergunta do Michael ao regressar ao quarto com o pequeno-almoço.

- Não - contei-lhe, sem entrar em grandes em pormenores, que tínhamos tido uma pequena discussão antes de virmos para Los Angeles.

- Deixa lá que se tu és teimoso, ela parece-me ser ainda mais – surpreendi-me com o meu telemóvel a dar-me sinais de uma chamada.

- Novidades trans pacíficas – mostrei-lhe o ecrã, já que era a minha mãe - bom dia, mãe.

- Boa noite!

- Realmente... o que é que estás a fazer acordada? - na Austrália já passa da meia-noite com certeza.

- Está demasiado calor e não estava a conseguir adormecer – suspirou – vais para Londres?

- Não... eu disse-te que vou direto para a Hungria.

- Não, não vais Daniel. A Camila faz anos!

- Hã?! - eu às vezes acho que a minha mãe sabe mais coisas do que eu – como é que tu sabes isso?

- O irmão dela colocou nas redes sociais. Tu estás em LA?

- Estou...

- Eu não acredito nisto – sinto que, a qualquer momento, vai ralhar comigo – Daniel, ela faz anos.

- Mãe, eu não sabia – agarrei no meu computador, começando a procurar algum voo direto para Londres – eu sinto que vais ser a pessoa que mais me dá nas orelhas no meio disto tudo.

- E com razão. Deixar a rapariga para ir de férias, já é mau o suficiente..., mas é o aniversário dela, no mínimo aparece com um ramo de flores.

- Ok, eu já percebi – levantei-me num ápice, começando a vestir-me – Michael eu vou para Londres – avisei-o, colocando a minha mãe em alta voz no telemóvel - a Camila faz anos e a minha mãe está demasiado chateada comigo – eles riram-se os dois – o voo mais rápido parte dentro de uma hora e meia e chega a Londres às onze da noite de lá.

- Vais ter uma hora para de esforçares e, pelo menos, chegar a tempo de lhe dares os parabéns - advertiu a minha mãe.

- Sim, mãe, eu já percebi que ainda nem a conheceste pessoalmente e ela já passou a ser a tua preferida.

- Não é todos os dias que tu tens uma namorada. Eu tenho de aproveitá-las – a gargalhada foi geral dentro do nosso quarto.

Acabei por me despedir da minha mãe, enquanto colocava as minhas coisas dentro da mala da forma mais desorganizada possível, mas a mais rápida que conseguia.

- Aproveita para resolver as coisas com ela – disse o Michael quando parou o carro à porta do aeroporto – e voltamos a ver-nos na Hungria.

- Obrigado, Michael – agarrei na minha mala, despedindo-me dele e entrei no aeroporto.

São 10 horas de viagem pela frente, em que só espero que não existam atrasos. Porque, agora, quero chegar a tempo de, pelo menos, dar-lhe os parabéns. Antes de o avião descolar, dei por mim a rir-me com a publicação que o Lando tinha feito, onde tinha colocado várias fotografias da Camila quando era pequena.

Always, DanielOnde histórias criam vida. Descubra agora