CAMILA
Olhar para o Daniel rodeado da sua família deixa-me em paz. Pelo sorriso genuíno e sempre tão especial que ele tem nos lábios, pelo carinho que partilha com os sobrinhos e o brilho nos olhos de cada vez que olha para os pais. Tinha conseguido vir mais cedo para a Austrália com ele, aproveitando, também, para tentar relaxar.
Não tem sido fácil lidar com tudo o que está a acontecer em torno do início da época. Há uma pressão enorme sobre a prestação dos carros, mas uma maior ainda quando se trata do Daniel. Ele não sabe, e tomara que não o saiba, mas a equipa começa a falar sobre uma possível troca de pilotos para o ano. E é isso que altera todo o meu sistema nervoso, que me faz ficar mais ansiosa com tudo o que se está a passar e com vontade de que o Daniel saiba de tudo.
- Esse ar cansado não engana ninguém - a Grace sentou-se ao meu lado, fazendo com que o baloiço aumentasse um bocadinho do seu ritmo. Já estava aqui sentada há algum tempo, apenas a observar o Daniel a brincar com os sobrinhos.
- Está a ser um início de época complicado – confessei, olhando para a mãe do Daniel - só espero que este fim de semana seja melhor.
- Já está a ser – agarrou a minha mão puxando-me para ela - só o facto de estarem aqui, já melhora em tudo.
- Eu acho que o Daniel ainda não lhe contou... - olhou-me muito depressa – mas nós já começámos as mudanças para Ascot - há duas semanas começámos a levar as minhas primeiras coisas para Ascot. Ainda não conseguimos lá ficar, mas, só de pensar que quando voltarmos, continuaremos a levar as nossas coisas para lá, dá-me outro ânimo.
- O trabalho não vai ficar mais distante para ti? - assenti-lhe que sim com a cabeça, olhando para o Daniel que dava uma valente gargalhada.
- O conforto é diferente – bem como para tudo aquilo que queremos que aconteça na nossa vida – além de que o seu filho que ter duas cabras anãs – rimo-nos as duas, fazendo com que o Daniel nos olhasse e, como sempre, o seu sorriso só se tornou maior.
- Meninos, o tio tem de ir embora – ouvi-o falar com os sobrinhos, estranhando tal afirmação. O combinado comigo era jantarmos com a família dele..., mas, pelos vistos, isso não vai acontecer – vão dar um beijinho de até amanhã à tia – apontou para mim e os seus sobrinhos vieram na minha direção.
Eles fizeram o que o Daniel lhes tinha dito, correndo logo de volta para o local onde estavam os jogos a que estavam, para começarem a jogar com a avó que os acompanhou. O Daniel, esse ser surpreendente, veio ter comigo e, de mãos esticadas na minha direção, mostrava-se com aquele ar matreiro.
- O que é que tu estás a tramar?
- Nada que tu não mereças – agarrou as minhas mãos, puxando-me para ele – achas que voltavas à Austrália e voltavas a levar com a minha família?
- Dan... - ele riu-se, juntando os seus lábios com os meus.
- Vamos embora – avisou a família e acabámos por nos despedir deles, apenas, com um aceno. Amanhã estaríamos todos juntos para a qualificação e só me faz sentir mais tranquila com tudo o que este fim de semana poderá representar – sabes qual é a melhor parte de estares num país rodeado de água? – perguntou ao entrarmos no seu carro.
- Eu não entrar em pânico tão depressa? – riu-se, começando a conduzir.
- Também, porém, em qualquer reta que apanhes, vais dar a uma praia – olhou-me por alguns segundos.
- Vais mesmo levar-me a uma praia? – apenas assentiu que sim com a cabeça, voltando a focar-se na estrada – e vamos jantar na praia?
- Isso já não sei – estiquei-me na direção dele, juntando os meus lábios com o seu pescoço – isso não vale.
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Always, Daniel
FanfictionDaniel Mudar de equipa é sempre um enorme desafio. E esta mudança só me veio provar que não seria diferente. Pela pressão com que entro dentro do carro, a vontade que tenho de mostrar que apostarem em mim para esta equipa foi uma boa decisão... e o...