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CAMILA

- Sim, mãe, eu prometo que te ligo quando aí for manhã – despedi-me dela, começando a rir-me logo de seguida. Com a diferença horária, eles vão agora dormir e ainda nem sequer é véspera de Natal.

É demasiado cedo e, torna-se ainda mais cedo só de pensar que já estou acordada há quase uma hora. Saímos da Ópera de Sydney, vindo para o hotel e tomar um duche, arrumar as coisas e regressar a casa dos pais do Daniel. O nosso dia de ontem foi indescritível..., sinto-me cada vez melhor nesta pequena bolha que existe à nossa volta e, sem dúvida, com mais certezas de que ao lado do Daniel a minha vida faz cada vez mais sentido.

Sentei-me junto da janela a olhar para a cidade, tendo a certeza de que não podia ter realizado o meu maior sonho de criança sem ser com o Daniel.

- Não me digas que a minha sogra preferida não esperou para me ver? – ri-me, virando-me para eles. Merda. Está todo vestido de preto, com umas calças justas às suas pernas e uma t-shirt mais larga – que foi? – perguntou, olhando para ele mesmo – tenho alguma nódoa?

- Não – levantei-me, agarrando na minha pequena mochila onde tinha a máquina fotográfica – mas eu preciso de ir ao médico – fez-me parar à sua frente, ficando algo preocupado.

- Estás bem?

- Não! Eu é que não posso querer saltar-te para cima de cada vez que me apareces à frente! – riu-se à gargalhada, dando-me um beijo na testa.

- Quem diria que os ares da Austrália te iam deixar tão...

- Parva! – interrompi-o – eu estou, literalmente, parva, Daniel – rimo-nos os dois desta vez – devo andar a produzir hormonas a mais – encolheu os ombros, indo buscar a pequena mala de viagem que tínhamos trazido.

- Eu não me importo..., meio que me ajudas a manter o registo de atividade física para mostrar ao Michael – levantou o braço onde, no pulso, tem o relógio digital dele.

- Tu não vais mostrar isso ao Michael... - olhou-me, algo sério – vais?

- Não – riu-se logo de seguida – mas se mostrasse, ele ia perceber que às duas da manhã não andava a fazer musculação.

- Estamos com uma piada incrível! – esticou a sua mão na minha direção.

- Anda vá, meu mau humor preferido – assim que agarrei a mão dele, saímos do quarto do hotel em direção do elevador – queres levar o carro? – perguntou quando chegámos perto do mesmo.

- Estás mesmo a perguntar-me se eu quero levar o carro?

- Considera-o a tua prenda de Natal, shortie – deu a volta ao carro, abrindo a porta do lado do pendura. Sei perfeitamente que carro é este que tenho na minha frente: é um McLaren 765LT Spider. Dos carros mais bonitos, mais rápidos e legais para conduzir na estrada que a McLaren tem. E, ainda por cima, é descapotável. E que o Daniel me vai deixar conduzir – anda, miúda! – sim, eu tinha bloqueado. Antes mesmo de eu entrar no carro, ele já estava a abrir a capota – estava difícil...

- Tenho-te a dizer – liguei o carro, entrando quase em modo piloto automático – que eu andei no modelo anterior – que o meu irmão tem em casa – e o Lando ia morrendo de medo.

- O que vale é que eu não sou o teu irmão – recostou-se no seu banco, abrindo as mãos – começa a conduzir, Camila.

- Ok – sair do parque de estacionamento era a parte fácil. Mesmo que, só de carregar levemente no acelerador, o carro puxasse por mim e me pedisse para lhe dar mais velocidade – vais ter de me dizer para onde ir – percebi que ele nem sequer tinha colocado o GPS – eu não me lembro do caminho.

Always, DanielOnde histórias criam vida. Descubra agora