7°dia boraaa? Mais um capítulo menina, espero que estejam gostando... Amanhã é nosso último dia e eu já estou sofrendo por antecipação kkkkkk miiil beijos, boa leitura!
Naquela manhã acordei com a sensação mágica de sentir os raios de sol aquecerem o meu rosto, o brilho que meu rosto pálido tanto precisava, um dos meus rituais matinas preferidos, eu não me dei conta do quanto sentia falta de coisas tão simples como essa. O meu dia seria cheio outra vez, mas manter a mente longe dos meus problemas era a melhor opção, assim como fiz ontem a noite enfiando a cara no livro de romance que Philippa deixou na minha mesinha de canto. Me estiquei na cama para acordar o corpo e logo depois levantei devagar assim como Philippa tinha me instruído dias atrás, após seguir a rotina matinal de sempre desce as escadas e fui direto para o restaurante. Ajudei Enrico com as mesas e fizemos quase as mesmas coisas de ontem. Por volta das 10:00hrs da manhã tomamos café, juntos e Philippa nos contou sobre quão ruim havia sido sua noite sono, aquela hora o restaurante sempre ficava vazio e tínhamos um bom tempo para conversar com calma. — Cadê a dona dessa espelunca? — Disse Daniel atraindo a nós três com sua saudação. — Tia Geórgia! — Enrico correu para abraçar a tia enquanto seu tio Daniel se aproximou do balcão. — Tia essa, a Cloe Muller. — Enrico me apresentou. — E um prazer conhecê-la, querida, seja bem-vinda a Oklahoma! — Falou se aproximando de mim e me abraçando. — Prazer é todo meu. — Falei retribuindo seu abraço. — O que está achando da cidade? — Me sinto em casa, e acho que nesse momento crucial da minha vida era exatamente disso que eu precisava. — Conclui e ela me deu um sorriso amigável. — Que esse seja um bom início então. — Tocou minha mão. — Philippa, o que acha de tomarmos umas cervejas? — São 10 horas da manhã, quer mesmo ficar bêbada antes do almoço? — Philippa perguntou. — Você ainda tem dúvida? — As duas se abraçaram e foram até o freezer que ficava na parte interna da cozinha do restaurante. — Como está se sentindo Cloe? — Daniel perguntou se aproximando. — Muito bem, obrigada por perguntar. — Falei e logo o barulho do sino em cima da porta ecoou pelo ambiente. — Com licença, Daniel. — Bem-vindo ao Dallas, em que posso ajudar? — O rapaz me fitou dos pés a cabeça, aquele foi o primeiro olhar julgador que recebi desde que cheguei aqui. — Posso anotar seu pedido? — Perguntei mais uma vez, mas ele não parava de me olhar. — É nova na cidade? — Perguntou. — Isso vai fazer alguma diferença no seu pedido? — Fui grossa, eu sei, mas odiei o jeito que ele me encarou. — O Enrico pediu para você me atender? — Não, eu trabalho aqui e estou cobrindo o Enrico. — Falei e percebi que seus olhos buscavam por alguém. — Vou te dar um tempo para pensar no que quer, quando decidir me chame. — Me afastei de sua mesa e fui direto para onde Enrico e sua mãe estavam. — Que carinha mais entranho. — Quem? — Enrico se aproximou. — Aquele ali. — Apontei pelo enorme vidro que dividia restaurante de cozinha. — Ficou me encarando como se eu fosse uma louca. — Puta merda, aquele é o Rafael! — Enrico exclamou, mas eu não fazia ideia de quem era. — Um certo jogador do time de futebol da escola. — Enrico respondeu quando notou minha confusão. — Ele perguntou se você tinha me mandado lá. — Falei notando que as bochechas de Enrico ficaram vermelhas. — Tadinho, ele acha mesmo que eu não consigo atendê-lo? — Você ainda gosta dele! — Constatei notando o quão Enrico ficou desnorteado depois que o viu. — Não posso mentir para uma grávida. — Falou me fazendo sorrir. — Falei a ele que estava te cobrindo, mas algo me diz que ele não acredita em mim. — Filho da puta quebrou meu coração e os caquinhos que sobraram ainda conseguem ter a ousadia de palpitar por ele. — Fica aqui, deixa que atendo ele. — Vou atender as outras mesas, já tá mais do que na hora de parar com essa frescura de primeiro amor. — Senti firmeza. — Falei sendo sincera. — Nem sempre nosso primeiro amor será o último. — Você tem toda razão. — Enrico caminhou até a porta, mas exitou, fui até ele e segurei sua mão. — Ele te magoou muito Enrico, mas acredite em mim, eu consigo te entender, é difícil mandar no coração. — Falei e ele sorriu apertando a minha mão. — Sou um idiota! — Não é não, aquele cara sentando ali jogou fora a chance de passar o resto da vida com um cara muito especial, atencioso e de coração enorme, se tem algum idiota aqui, é ele! — Falei, sem controle, as palavras simplesmente saíram. — Anos se passaram e eu ainda me sinto o mesmo garoto de 17 anos. — Enrico baixou o olhar como se sentisse vergonha. — Que bom que agora eu pelo menos entendo que aquele ser humano ali não me merece, vai na minha frente, tomarei uma água. Sai da cozinha primeiro e logo o Rafael levantou a mão, fez todo seu pedido e tentou se controlar, mesmo que seus olhos procurassem por alguém no salão. Sorri ao ver ser rosto perder a cor assim que Enrico saiu da cozinha, ele parecia surpreso, olhou descaradamente e depois baixou o olhar. — Falou de mim para o Enrico? — Ele perguntou baixinho. — Não, por que falaria? — Falei seria e ele ficou confuso. — Não faço ideia de quem você seja! — Rafael! — Ouvi a voz de Enrico atrás de mim. — Quanto tempo não te vejo. — Rafael levantou para abraçar o Enrico, mas meu amigo somente lhe estendeu a mão. — Bom apetite. — Achei que pudéssemos almoçar juntos. — Rafael perguntou, nessa altura do campeonato eu já tinha me afastado. Andei em direção ao balcão, entreguei o pedido de Rafael a Philippa e me sentei na primeira banqueta disponível que vi, peguei uma garrafa de água bem gelada e comecei a tomar pequenos goles bem devagar, estava nervosa por Enrico, ou estava com medo de que aquilo um dia acontecesse comigo? Bom, era melhor eu aprender alguma arte marcial, assim podia descontar um pouco do meu ódio. — Não gosto desse garoto! — Philippa disse falando do óbvio. — Enrico é único, é autentico e quando esse tal de Rafael está por perto ele quer transformar meu menino em algo que ele não é. — Enrico sabe lidar com ele! — Falei olhando de longe. — Espero que tenha razão, Cloe. — Philippa parecia bem preocupada. — Por que ficou pensativa do nada? Nem mesmo consegui lhe responder, estava afundada em meus pensamentos, e se fosse eu? Pensei, como eu reagiria se meu passado aparecesse assim de repente, respirei fundo me dando conta que todos estariam ocupados demais vivendo suas vidas para pensar em mim. — Não quero que meu passado volte para me atormentar. — Falei sincera. — Ele não vai, querida, fica tranquila. — Philippa tocou minha mão. — Depois de tudo que ouvi… — Falei e imediatamente bebi um pouco de água. — Ele me acusou de ter planejado tudo isso, disse que não deixaria nem eu, nem essa coisa estragarem a sua vida. — Eu podia sentir o ódio na minha voz. — Ele se referiu ao bebê como se não significasse nada. — Filho da puta desgraçado! — Philippa falou enquanto dava a volta no balcão. — Se achar que precisa colocar tudo para fora, apenas coloque, guardar tudo isso para você não lhe fará bem. — Ele falou do bebê com tanta frieza que nunca vou conseguir esquecer, quando falei que não faria o aborto pude ver seu rosto mudar. — Falei sem chorar, apenas colocando para fora, exatamente como Philippa disse. — Era como se eu não o reconhecesse, ele não era o mesmo. — Sabe Cloe, o pai do Enrico e o pai do seu bebê não são assim tão diferentes, quando te vi aqui nesse balcão pela primeira vez eu sabia que tínhamos algo em comum, só não sabia que era tanto. — Sorriu. — Você ainda tem muito o que digerir, foram muitas as pessoas que te magoaram e a única que não magoou você teve que afastá-la por segurança e isso por mais que seja doloroso foi o melhor, acredite em mim. — Acho que preciso assimilar tudo, meu pai me rejeitou, minha mãe sequer conseguiu falar comigo e isso está doendo mais do que qualquer outra coisa. — Desabafei sentimentos que nem eu mesmo sabia que tinha. — O Dominic foi uma decepção, sim, não posso negar, mas os meus pais, puta que pariu, eu não sinto nada mais por eles. — Falei lembrando das palavras de ódio proferidas pelo meu pai. — Você é a garota mais forte que já conheci, depois disso tudo ainda teve coragem de viajar por 2 dias e meio sozinha até chegar aqui. — Philippa me passava uma autoconfiança absurda. — Essa Cloe que chegou aqui a 3 dias atrás é a Cloe que você precisa levar para o futuro, a Cloe do passado ficou em Carmel na lembrança daqueles idiotas. Philippa tinha razão, eu já não era mais a mesma a tanto tempo, a frieza com que lhe dei com as situações deixava isso bem claro, mas eu ainda precisava conhecer essa nova eu, ou melhor, eu precisava conhecer a Cloe Muller. — Tudo que acontece na nossa vida é lição, as coisas ruim acontecem para que a gente seja forte. — Philippa concluiu. — Por mais que seja doloroso, existe um motivo te digo isso por experiência própria. — Sei que tudo isso vai passar e um dia não conseguirei lembrar das palavras que tanto me machucaram. — Falei, sabendo que aquele dia chegaria. — Nunca vou permitir que magoem o bebê. — Disso tenho a mais certeza, você vai protegê-lo com sua própria vida. — E vou passar por cima de qualquer um que ousar magoá-lo. — Philippa sorriu. — O instinto materno pode ser assustador às vezes, mas sei exatamente o que você senti e acredite em mim querida, todos seus sentimentos ficaram ainda mais ampliados quando ele ou ela nascer. — Obrigada por me ouvir. — Falei tocando suas mãos. — Por me conselhar e me manter forte. — Sempre que precisar de um apoio, um abraço vou estar aqui. — Ela me abraçou forte, e eu retribui me dando conta do quão eu precisava ser acolhida. Nosso momento desabafo acabou logo em seguida, por ser horário de almoço, o restaurante encheu e Enrico e eu ficamos desorientados correndo para um lado e para o outro, mas confesso, eu gostava de agitação, gostava de manter a mente ocupada. Conversar e conhecer outras pessoas acabava sendo uma boa distração, a nova Cloe gostava de socializar e eu iria me aproveitar disso. Ao decorrer da tarde fui para o balcão ajudar Philippa, o movimento havia diminuído e nada era mais satisfatório do que vê-la cozinhando. Ela fazia tudo com tanta mestria que eu ficava hipnotizada, suas panquecas de morango e chantilly eram o carro chefe da casa, não da para descrever, mas elas eram deliciosas. — Acho que esse bebê vai gostar das minhas panquecas. — Disse colocando mais algumas em meu prato. Sorri já tendo certeza disso, não era atoa que eu tinha sonhos com elas, eu estava seguindo as orientações médicas sobre minha alimentação, mas o pequeno ser humaninho dentro de mim, implorava pelas panquecas da Philippa. — Quando eu estava grávida não conseguia chegar perto da cozinha, só de sentir o cheiro de comida eu ficava enjoada. — Eu nunca irei enjoar das suas panquecas, isso eu garanto. — Falei sorrindo. — Pelo visto o mini Muller vai comer panqueca batida no liquidificador quando nascer. — Enrico falou roubando um de meus morangos. O resto do meu dia foi assim, atendendo mesas e vez ou outra dando pausas para comer, Philippa não me deixava sentir fome, sempre estava me empurrando comida e sua desculpa era a de cheguei aqui muito magra e precisa repor os quilos perdidos. E eu concordei, óbvio nada naquele momento me deixaria tão satisfeita quando as deliciosas panquecas dela. No final da noite, por volta das 00:40, arrumamos todo o restaurante, organizamos tudo e por volta das 02:00 da madrugada eu estava subindo as escadas em direção ao meu quarto. Tomei um bom banho bem caprichado e logo depois me sentei na cama, não existe sequer uma gota de sono, por isso peguei meu livro e me dediquei a terminar de ler. Hoje tinha mais um livro em minha mesinha de canto, um que falava sobre maternidade, da gravidez ao parto, minha curiosidade foi tão grande que não consegui parar de ler, devorei os dois livros em 3 horas. E quando minhas pálpebras já estavam se fechando quase que automaticamente, eu me aconcheguei ao cobertor, deixando que meu corpo fosse abraçado por ele. — Hoje foi um dia ótimo meu pequeno ser humaninho, fizemos e saboreamos coisas incríveis. — Toquei minha barriga com carinho. — Agora nós dois precisamos descansar. Fechei os olhos e respirei fundo, minha mão, continuo ali acariciando como se eu estivesse colocando meu pequeno bebê para dormir. Sorri orgulhosa, eu jamais iria esquecer desses momentos, das noites em que passei adorando minha barriga e criando a nossa conexão, sabendo que quando ele ou ela chegasse ao mundo tudo isso triplicaria. — Tenho muito orgulho de você. — Confessei, o mini Muller nunca ouvirá palavras tão duras como as que ouvi. — E mamãe, nunca, em hipótese alguma, desistiria de você.
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Cloe Muller - Livro 2 🍇
RomanceGosto de pensar que destino não existe que isso é pura criação de histórinha de contos de fada, porque se fosse verdade o meu foi traçado por um filho da puta que me odeia com todas as forças. "Machucada e desacreditada do amor, Cloe fechou o seu co...