Capítulo 21

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Bora de mais capítulo?  Beijos, boa leitura! 💜

5 anos depois...

— Vamos Judhy, precisa levantar. — Digo fazendo cócegas na dorminhoca.

— Não mamãe. — Ela se enrola ainda mais no cobertor.

— Ahh, então não vamos tomar sorvete de noite. — Solto minha arma secreta e a pequena pula da cama como se tivesse levado um choque.

— Isso não é justo. — Ela corre pro banheiro e eu vou atrás para ajudá-la a se trocar.

Nossa rotina é essa todos os dias desde que chegamos ao Missouri, apesar da dificuldade em ter que criar e me virar sozinha com Judhy ainda pequena essa cidade me trouxe bons momentos. Não ousei a criar laços depois de tudo que aconteceu em Oklahoma, tive a certeza de que nunca terei uma vida completamente normal. 

E então somos só eu e ela a exatos 4 anos, ela não lembra de nada que aconteceu em Oklahoma e de certo modo fico agradecida por isso, estamos indo bem e a cada passo que damos estou mais perto do nosso sonho. Sim, ir para Los Angeles se tornou também um sonho da minha pequena cachinhos dourados.

Judhy é espetacular, mas eu sempre soube que seria, mesmo quando ainda estava em minha barriga, a pequena garotinha é um poço de amor e gentileza que me faz ter mais orgulho a cada dia que se passa. É uma companheira fiel, e tenho certeza de que mesmo que eu não fosse sua mãe ela seria exatamente assim. Nossos primeiros dias aqui, mesmo que conturbados foram bons, ela sempre pareceu me entender perfeitamente mesmo com tão pouca idade.

— Mamãe, hoje eu quero ir com o cabelo solto. — Ela chacoalha os cachinhos loiros na frente do espelho. — Ele é lindo não é? — Pergunta se olhando no espelho.

— Claro que é. — Falo enquanto tento arrumar seu uniforme. — Tudo é você é perfeito meu amor. — Falo e ela sorri com as bochechas rosadas. — Eu amo você.

— Eu também amo você. — Judhy pula do banquinho e corre pelo nosso pequeno apartamento. — Vamos tomar sorvete? — Pergunta colocando a mochila nas costas com pressa.

— Claro que vamos, o sabor de sempre? 

— Sim, e depois a gente pode dançar até tarde. — Fala a pequena rodopiando.

— Um pouquinho só, nada de virar a noite na farra ou vamos acordar atrasadas de novo.

Ela corre até o quarto, pega a bola de futebol e vem como um furacão até mim, a escadaria do prédio era enorme e por isso eu fazia com que a pequena cheia de energia descesse as escadas com calma. Tomávamos café da manhã na padaria da esquina e ela sempre escolhia panquecas com morangos, depois do nosso café e caminhávamos até a escola que também não era muito longe e só depois de vê-la entrar eu saia pra trabalhar. Esse era o pior momento do dia, quando estava sozinha comigo mesma e me culpava por absolutamente tudo até chegar na porcaria do trabalho.

Quando Judhy completou 1 ano e 4 meses eu consegui um emprego como secretária de um advogado da cidade, consegui uma babá e logo que Judhy foi crescendo ela entrou para a escola em tempo integral. Como eu disse antes, aqui no Missouri as coisas se encaixaram de um jeito que às vezes parecia assustador.

O que não se encaixava de jeito nenhum era o meu coração, quando eu me pegava sozinha pensava em todas as pessoas que um dia tive que deixar para trás e isso doía tanto que me fazia perder o sono. Hoje era um desses dias, em que eu mal conseguia ficar de pé, mas precisava manter a cabeça no lugar para ajudar o senhor August.

Um velho de 65 anos que não desistia de trabalhar, e de um jeito muito louco isso me motivava.

— Bom dia, Muller. — Diz ele assim que cruza as portas do escritório.

Cloe Muller - Livro 2 🍇Onde histórias criam vida. Descubra agora