Capítulo 08

35 8 17
                                    

Boraa de mais? Boa Noite meus amores, milll beijos e boa leitura.

Meses se passaram eu já estava completamente recuperada e embora meu pé doesse todas as noites, as coisas caminhavam bem, na escola, em casa e com o Dominic. Já não éramos mais um casal escondido, a Dafne sabia, o resto do mundo não, mas estava funcionando bem demais assim.
Dafne e Henry se pegavam às escondidas, meus pais pareciam cada vez mais estranhos e vida parecia razoavelmente resolvida, eu tinha pais legais, faltava menos de três meses para escola acabar e eu tinha um namorado super fofo.
Apesar da pressão que Dominic estava passando, último ano, atleta supremo da escola, enfim os pais dele estavam deixando-o louco, mas Dafne tentava ajudar sempre que podia. E eu estava lá nas madrugadas vendo filme no meu quarto ou só olhando as estrelas com ele, essa era nossa hora favorita onde tínhamos só nós dois e o céu.
Quando estávamos juntos a pressão lhe abandonava um pouco e ele podia finalmente ser o meu Dom, o cara que chorava no meu colo por não suprir todas as expectativas, o que se abria e me deixava ver seu lado mais vulnerável. O Dom que tinha o sonho de estudar astrologia, mas quase foi expulso de casa por compartilhar isso.
— Sou um puta de um sortudo por ter você. — Dominic falou mexendo em meu cabelo que já não era mais tão curto.
— Nós dois somos sortudos. — Falei lhe dando um beijo rápido.
— Cloe, eu sei que é cedo para falar sobre isso. — Ele fez uma pausa dramática. — Quero ficar sempre com você.
Ele disse enquanto deixava uma trilha de beijos em meu corpo, e mais uma vez na escuridão do meu quarto pensei em me entregar. Aquela não era a primeira vez que eu pensava e o desejo de sentir as mãos dele passeando pelo meu corpo só aumentavam, mas Dominic era compreensivo e nunca avançou nenhum sinal, apesar de que eu queria avançar todos eles.
— Eu… — Tentei falar o que queria, mas as palavras sumiam toda vez.
— O quê? — Ele me encarou.
— Um turbilhão de coisas estranhas. — Falei com certa dificuldade para respirar.
Por isso lhe beijei, esse era o único jeito de calar minha boca e manter as mãos dele em mim, e puta merda eu gostava da sensação de tê-las ali.
— Amo beijar você. — Ele disse mordendo meu lábio fazendo uma sensação estranha percorrer meu baixo ventre.
— Amo quando suas mãos estão aqui. — Falei levando suas duas mãos até o meu bumbum.
Dominic deu um pulo, ficou sem ar e me olhou com aquele olhar de que poderia me atacar a qualquer momento, gostava quando ele me olhava assim. Mas nada aconteceu, eu ainda estava travada porque, no fundo, bem lá, no fundo, algo me fala que Dominic foderia minha vida, e eu não tô falando isso no bom sentido.
E como sempre vinha acontecendo nos meses, acordei mais cedo que o normal e ele já não estava mais lá, por isso levantei, fiz toda minha higiene pessoal e voltei para cama, ainda podia ficar deitada por mais uma hora. Hoje era dia de fisioterapia e minha mãe iria comigo, depois me levaria até o antro do desespero.
— Animação Cloe! — Falei enquanto me encarava no espelho.
Hoje era o último dia de fisioterapia, evolui muito bem nos últimos meses e já não preciso usar as muletas, ainda dói quando piso com muita força no chão e sejamos sinceros ossos quebrados nunca mais são os mesmos de antes, eu já não consigo ir para escola caminhando como sempre fazia.
— Está pronta? — Minha mãe perguntou colocando apenas metade do corpo para dentro do meu quarto.
— Sim, mas acho que preciso de uns três sanduíches seus para melhorar meu dia. — Falei enquanto prendia meu cabelo num rabo de cavalo.
— Cloe Norris são 7:15 da manhã, seu dia acabou de começar. — Ela disse e saiu batendo os pés para longe do meu drama.
Me olhei no espelho e me encarei perguntando o que diabos em tinha de errado, porque eu me sentia tão estranha sendo que minha vida parecia encaixar perfeitamente, Dafne diz que sempre espero o pior de tudo e estou começando a acreditar naquela maluca.
— Coma tudo ou farei você comer por outro lugar. — Disse minha mãe colocando o prato com três sanduíches em minha frente.
— Sabe que eu te amo não e?
— Claro que ama, sou uma mãe maravilhosa. — Ela disse e logo depois tomou um gole de seu suco.
Tomamos nosso café da manhã e em pouco menos de 15 minutos já estávamos no carro indo em direção ao hospital, quando chegamos a fisioterapia foi muito mais tranquila que das outras vezes e o médico ainda passou alguns exercícios para realizar em casa. Eu deveria fazer o mínimo de esforço possível e acredite eu tentava.
Como combinado, minha mãe me deixou na escola, devido às fisioterapias eu tinha uma permissão para chegar mais tarde e odiava o fato de entrar na sala de aula quando as aulas já tinham começado, caminhava sem olhar para ninguém e me sentava na primeira cadeira vaga que tinha.
— Como foi? — Liam, que estava sentado ao meu lado, perguntou.
— Bem, obrigada! — Respondi sem nenhum ânimo, quanto menos eu falasse menos ele perguntaria.
— Que bom, essa era a última? — Ele continua puxando assunto.
— Nem acredito, mas sim. — Abri meu livro e tentei focar na aula.
As primeiras horas sempre eram as mais desgastantes, onde eu tentava forçar meu cérebro a fazer algo do qual ele não queria, depois ele se acostumava e me colocava no modo automático, onde eu ouvia tudo e não entendia nada. Aquele era mais um dia normal.
Na hora do almoço meu ânimo melhorou, afinal meu estado de espírito é totalmente influenciado pela carga de comida que ainda existe em meu estômago, almocei com Dafne e Dominic que fizeram mil perguntas sobre a última ida ao hospital.
— Queria poder ficar mais tempo com você. — Dominic disse quase num sussurro enquanto segurava minha mão por baixo da mesa. — Mas agora tenho o último treino antes da final hoje a noite.
— Vou cuidar bem dela. — Dafne falou piscando pro irmão, eles pareciam ter um código e isso ocasionalmente me assustava.
— Não podem faltar a aula para me ver treinar?
— Dominic, eu até gosto de você, mas arriscar uma aula para te ver treinar está fora de cogitação. — Falei e ele rapidamente levou a mão ao coração como se tivesse ofendido.
— Se eu disser que preciso de apoio moral, vou ser dramático demais?
— Com toda certeza. — Falei e ele sorriu depositando um beijo longo na minha bochecha.
— Sabe onde esse beijo deveria ser? — Sussurrou em meu ouvido.
— Claro, mas tenho uma reputação a zelar. — Sussurrei de volta e ele se afastou rindo.
— Vamos ficar pro jogo e independente do resultado, tem festa lá em casa hoje. — Dafne disse no mesmo tom empolgado de sempre.
— Qualquer coisa é motivo para uma festa, não é?
— Cloe preciso de agitação, odeio ficar parada. — Ela disse com sorriso no rosto. — Garotos, vitória do time e cerveja barata.
— A descrição do paraíso segundo Dafne McCartney.
— Dominic sem camisa, beijos e amassos é a sua?
— Calada McCartney!
— Adoro o fato de você dar uns pegas no meu irmão.
— Você é estranha.
— Eu sei, mas isso faz de você minha cunhada. — Ela disse enquanto comia um bolinho. — E acredite, eu não iria querer outra.
— Seu irmão mandou você falar isso?
— Não, porra, eu só acho que amo mais você do que meu irmão. — Ela sorriu enquanto se tocava do que falou.
— Impossível, aquela desgraça está a vida inteira do teu lado.
— Exatamente por isso, ninguém aguenta o Dom por muito tempo.
Passar um tempo com a Dafne sempre foi bom, a garota era uma verdadeira palhaça e de certa forma me fazia bem ficar perto dela. Lhe ajudei a organizar alguns detalhes da festa, e quando as aulas acabaram fomos ao campus da escola, sentei na grama e estiquei as pernas, andamos escola inteira e agora meu pé latejava.
O pôr do sol me fez esquecer a dor, eu e Dafne mandamos os últimos convites por mensagem enquanto as pessoas gradualmente chegavam pro jogo, a lista de convidados dela parecia não ter fim.
— Daf, vai socar esse povo todo onde?
— Quer mesmo saber? — Ela fez uma pausa com um sorrisinho cínico no rosto. — Meus pais vão estar fora por três dias, tenho que aproveitar para dar a melhor festa do ano.
— Você fala isso em todas.
— É óbvio, e cada festa é única. — Disse deitando a cabeça em meu colo. — E toda festa dos, McCartney são incríveis.
— Nisso preciso concordar.
— Imagina só como vai ser o seu casamento. — Ela disse empolgada.
— Ta sonhando um pouquinho alto demais.
— Talvez, mas se me deixar organizar será incrível.
— O que vocês estão conversando? — Dominic falou me dando um susto desnecessário.
— Sobre a festa de hoje a noite. — Respondi antes que a irmã dele falasse.
— Já está tudo pronto, agora só falta você fazer sua parte. — Dafne disse seria.
— O que você precisa que eu faça? — Domingo perguntou sentando ao meu lado.
— Preciso que seu time ganhe o jogo!
— Isso é fácil. — Disse ele jogando a cabeça para trás recebendo os últimos raios de sol.
Ficamos ali sentados esperando o tempo passar, vimos pais e amigos chegando para assistir ao jogo enquanto a gente só conversava. É verdade que de uns tempos para cá eu ficava a maior parte do tempo com eles e isso acabou sendo bom já que eu não fazia mais tudo sozinha.
Depois que Dafne gritou comigo, dizendo que eu não precisava me fechar, que podia contar com meus amigos, as coisas foram mudando, entendi que mesmo não tendo muito em comum com eles, tinha muita coisa que podíamos fazer juntos.
— Vamos McCartney! — O treinador gritou chamando a nossa atenção.
Pegamos as mochilas e seguimos até a quadra, achei um lugarzinho para mim no canto onde eu pudesse torcer pro Dominic e vibrar pela apresentação de Dafne, achei que ficaria sozinha, mas logo o Henry me achou e sentou ao meu lado. Uma coisa tenho que ressaltar, o olhar de admiração que ele tinha quando via Dafne dançar era algo surreal, sabe aqueles amores que duram uma vida? Com certeza seria o deles.
— Como foi sua fisioterapia?
— Bem, mas ainda preciso continuar com os exercícios em casa. — Falei educadamente.
— Você vai dar conta. — Falou tocando meu ombro.
E então nos concentramos no jogo, foi duro, por muito pouco não perdemos e até eu que não era fã de futebol vibrei e comemorei a vitória, a festa na quadra foi gigantesca, mas nada comparada a festa que seria na casa do McCartney.
Como todos estavam ansiosos, os minutos de comemoração na escola foram pouco, logo todo mundo seguiu o caminho para a casa deles.
Eu estava no carro com Dom, Daf e Henry e como já se passava das 20:00 a cidade era calma, e mesmo estando no carro a nossa festa já havia, o som alto e a agitação acabaram me animando, é duro admitir isso, mas eu estava gostando dessa maluquice.
Assim que chegamos ao destino, Dafne logo tratou de ligar o som, Dom e eu ficamos responsáveis pela comida e bebida, ou seja, abrir pacotes e mais pacotes de salgadinho e esconder todas as bebidas caras do seu pai. Enquanto isso, Henry ficava em frente a casa recebendo os convidados e os levando pro quintal.
— Quem come nessas festas? — Dominic perguntou levando um doritos até a boca.
— Eu e você. — Falei fazendo o mesmo que ele.
— Claro, vocês não param a boca nem por um minuto. — Dafne disse entrando na cozinha. — Quando não estão comendo algo, estão se comendo.
Nós dois nos entreolhamos, um sorriso surgiu nos lábios de Dominic, e então seus olhos chegaram a minha boca, causando as mesmas sensações estranhas de sempre.
— Podemos fugir mais cedo? — Perguntei e Dafne me fuzilou com o olhar.
— Depois das 2:00 da madrugada eu deixo. — Ela disse encarando o irmão.
— Não posso te prometer isso. — Dominic disse e acabou levando uns tapas da irmã.
Em poucos minutos a casa encheu, barulho, gente dançando e se pegando e o bom e velho cheiro de cerveja barata emanava por todo lugar, tentei me misturar, mas como sempre nunca dava certo e eu ia para varanda olhar o pessoal enquanto tomava umas cervejas.
— O que passa pela sua cabeça loirinha? — Domingo perguntou chamando minha atenção.
— O quanto quero que esse ano acabe. — Respondi tomando mais um gole.
— Não está satisfeita com o rumo que sua vida tomou?
— Estou satisfeita com uma metade, a outra já não suporta mais a escola.
— Faltam só quatro meses.
— O que quer fazer antes de ir para faculdade? — Perguntei.
— Assumir nosso namoro. — Ele disse sem exitar.
— Tem muita coisa para acontecer, e o que ninguém sabe ninguém estraga.
— Nossos pais surtariam. — Ele disse um pouco triste.
— Eles e todas as suas admiradoras. — Indiquei com o olhar um grupo de meninas que não tiravam o olho dele.
— E o Liam. — Ele disse tão baixo que se eu não tivesse perto o suficiente não escutaria. — O infeliz nem disfarça.
— Nenhum desses garotos da escola faz o meu tipo.
— É mesmo senhorita Norris?
— Uhum… — Murmurei e levantei indo em direção a Dafne que me chamava fazendo sinal com a mão.
Foi tudo tão rápido que eu nem percebi, quando me dei conta já estava dançando como se fosse algo normal para mim. Tinha algo no ar ou talvez fossem as três cervejas, mas a vergonha que sempre tive foi embora e então percebi que eu amava dançar e me perguntei porque me privei disso tantas vezes.
Dancei até os pés doerem e quando já não aguentava mais de tanto que o pé ainda lesionado latejava fui até a cozinha e peguei uma bolsa de gelo. Sentei numa das cadeiras do balcão e levei a gelo até o pé, uma breve olhada e já podia se notar um certo inchaço.
— Se machucou? — Dominic largou a cerveja no balcão e veio até mim.
— Não, dancei demais e o pé inchou. — Expliquei levantando a bolsa de gelo para que ele pudesse ver.
— Vou pegar o spray no quarto e já venho. — Ele disse prestativo, mas segurei em seu braço antes que ele se mexesse.
— Vou com você. — Falei já sabendo tudo que queria fazer naquele quarto.
Caminhamos até lá e como todos estavam no quintal ninguém nos viu, já havia entrado no quarto dele inúmeras vezes, mas nunca tão convicta do que queria fazer. Por isso, assim que a porta se fechou atrás de mim, puxei seu corpo para que ele vinhe-se ao encontro do meu, colei nossos lábios e lhe beijei como se minha vida dependesse daquilo.
— Cloe, seu pé… — Ele disse cuidadoso.
— Dominic, foda-se o meu pé! — Respondi o puxando para ainda mais perto.
Os toques se intensificaram, ele percebeu o que eu queria e eu agradeci internamente por ele entender tão rápido, deixei que toda insegurança fosse embora e me entreguei a sensação de sentir suas mãos passearem pelo meu corpo. Fomos para cama e antes tive o prazer de tirar sua camisa e sentir o calor de sua pele com as minhas mãos.
Não existia vergonha, na verdade, nunca existiu, o que tinha era incerteza, mas agora eu queria que ela fosse pro inferno, a única coisa que fazia sentido era dor latente que meu corpo sentia. Como uma necessidade estranha que precisava ser preenchida e naquele momento eu sabia que Dominic poderia fazer isso.
Me entreguei a ele, que com calma e paciência conheceu os pontos do meu corpo e me mostrou os deles não tínhamos a menor pressa e isso me deixou satisfeita já que podia aproveitar o máximo que desse. Podíamos ir devagar, o problema era que eu o queria o mais rápido possível. Mesmo sofrendo com espera agonizante de vê-lo pôr o preservativo.
— Desculpa Cloe. — Gemeu enquanto me preenchia devagar. — Ahh…
Perdi o fôlego, ao mesmo tempo que era gostoso era doloroso, mas nenhuma dor supera o prazer, finalmente eu o tinha colado a mim, tinha me soltado da desconfiança e do medo e pela primeira vez fiz algo do qual queria muito sem me importar com as consequências.
Se aquela era minha primeira vez, como seriam as próximas? Aquele era o sentimento enquanto deslizava as mãos em suas costas e gemia com sua boca colada à minha, ambos arfando, ambos delirando um pelo outro.
— Dom… — Gemi quando o senti ainda mais fundo.
Dominic mordeu meu lábio de leve fazendo corrente elétrica viajasse por todo meu corpo, meu corpo esquentou, uma onda de prazer passeou por ele me fazendo gemer ainda mais alto me agarrando a Dominic como se ele fosse minha salvação. E logo depois o mesmo aconteceu com ele, fiquei maravilhada ao sentir seus espasmos que me abraçou com força e beijou rosto.
— Tudo bem? — Perguntou  deitando ao meu lado.
— Perfeitamente bem, mas preciso de um banho. — Sentei na cama me enroscando com o lençol.
— Vou preparar a banheira para você. — Ele disse pulando da cama.
Minutos depois eu estava imersa em uma água quentinha com cheiro de lavanda, quanto Dominic se lavava no chuveiro naquela posição eu podia admirar com mais clareza cada traço do seu corpo mesmo o seu show sendo rápido, Dominic se enrolou na toalha e sentou na beira da bandeira.
— Me deixa ver o seu pé? — Ele falou referindo ao pé que agora eu já nem lembrava que doía.
Tirei o pé da banheira e ele segurou analisando o inchaço, depois molhou as mãos na água quente e começou a massagear o local enquanto me encarava cuidadoso.
— Esse é o melhor momento da minha vida. — Ele disse enquanto sua mão deslizava com delicadeza.


Cloe Muller - Livro 2 🍇Onde histórias criam vida. Descubra agora