Capítulo 28

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Aquele era sem sombra de dúvidas um dos dias mais intensos da Williams, hoje recebemos os Heston na empresa e, por mais que tudo seja terrivelmente perfeito todos os dias, hoje tinha que ser melhor. E não por estar recebendo alguém importante, como Theo fez questão de deixar claro ontem à noite, e sim para manter o patamar intocável que ele construiu durante todos esses anos.

O mais incrível de tudo isso era que Theo estava tranquilo, enquanto eu quase levei duas quedas catastróficas, deixei meu quadril na ponta da mesa de reuniões, o que consequentemente viraria uma mancha roxa do tamanho de uma laranja.

— Cloe! — Ele levantou de supetão. — Está machucada? — Theo veio até mim em passos largos.

— Não só deixei metade minha aqui na sua mesa de reuniões. — Falei, levando a mão ao lugar dolorido e ele olhou para mim com tanta preocupação que comecei a rir. — Por Deus, eu não vou morrer...

— Cloe, você conseguiu tirar uma mesa desse tamanho do lugar. — Ele apontou para a mesa.

— Isso acontece comigo o tempo todo, é melhor e se acostumando. — Sorri, tentando lhe passar um pouco de confiança, mas o infeliz ainda me olhava com aqueles olhinhos azuis espremidos.

— Bom dia para você também! — Ouvi ele gritar, mas eu já estava longe demais para responder.

Sai da sala dele correndo e fui até a minha, que era grande demais para meu gosto, mas eu começava a me adaptar.

— Cloe, querida! — Margareth chamou minha atenção.

— Bom dia, senhora. — Me aproximei dela e do filho que conversava animadamente com Eva.

— É bom te ver de novo... — James disse com um sorriso no rosto. — Onde está a pequena Judhy?

— Está na escola agora.

— Diga a ela que encontrei meus livros antigos. — Ele falou, jogando o braço por cima dos ombros da mãe. — Mostro quando vocês forem almoçar no Lisianthus outra vez...

— A sala de reuniões já está pronta e posso garantir que a Cloe deu o sangue por ela. — Theo falou atrás de mim. — Vamos?

Cada um seguiu o seu caminho e eu, como de costume, fiquei sentada na última cadeira da mesa, anotando cada palavra que Margareth e James diziam. Meu trabalho era garantir que nada escapasse, e vez ou outra ver algo que Eva ou Theo não viam, cada anotação era feita com riqueza de detalhes e eu sempre fazia as minhas sugestões bem embaixo de cada tópico importante.

Isso aconteceu porque um dia, por acaso do destino, filha da puta, o Theo encontrou alguns dos meus papéis no chão da minha sala, ele leu e depois disso me obrigou a nunca mais jogar minhas sugestões no lixo. É claro que fiquei vermelha de vergonha e tentei tomar o papel das mãos dele umas três vezes, até me dar conta de que ele tem quase o dobro do meu tamanho e bem mais que isso no quesito força.

Quando a reunião acabou e eu pude finalmente voltar à minha sala, eu me joguei na cadeira confortável e fechei os olhos, feliz por saber que tudo correu bem. (COMO SEMPRE)

Passei algumas boas horas trabalhando e adiantando o máximo que eu podia do meu trabalho e estudando um pouco de cada novo caso. Eu estava gostando disso, muito mais até do que deveria.

E quando chegou o horário de almoço e eu comecei a juntar minhas coisas, meu celular vibrou em cima da mesa.

Eva Williams:

Cloe, o que quer almoçar?

Cloe Muller:

Vou comer algo com Judhy no caminho para cá.

Cloe Muller - Livro 2 🍇Onde histórias criam vida. Descubra agora