Capítulo 09

29 8 33
                                    

Cheguei... O mundo tá conspirando contra o capítulo simplesmente não queria ser postado, mas agora foi! É isso meus amores, miilll beijos e boa leitura. ❤️

Quatro meses se passaram e posso afirmar que isso é tempo suficiente para uma grande reviravolta, hoje eu já não era uma menina estranha sem amigos, quem tô querendo enganar? Ainda era estranha, porém tinha um namorado em segredo e já não era mais virgem, o que, a meu ver, era bem melhor que ficar sozinha no quarto assistindo.
Nesses últimos meses me divide entre ele e a escola, me dediquei bem mais na parte da escola para que no fim do ano eu não estivesse correndo igual uma louca por notas boas, estudei igual uma condenada, me inscrevi em todas as universidades possíveis e nas horas vagas eu descontava todo meu estresse nele, com horas e horas de sexo até perder as forças.
Dominic e eu estávamos indo bem, e decidimos que assumiremos nosso namoro quando formos para a faculdade já que nós dois vamos para Stanford, desse jeito, bem longe daqui, seria melhor. Pelo menos é isso que eu acho.
Hoje era um daqueles dias, eu estava uma pilha de nervos a procura de alguém para dividir apartamento comigo já que Dafne de última hora resolveu que estudará moda em Paris e me deixou completamente abandonada, eu tinha tanto para resolver em tão pouco tempo que mal conseguia comer.
- Cloe não vai tomar café de novo? - Minha mãe gritou ao me ver passar correndo pela cozinha.
- Não vai dar! - Gritei de volta indo em direção a porta.
Acabei dormindo demais e me atrasei, por sorte liguei para Dominic que ainda não saiu de casa e me daria uma carona, confesso que minha vida nas últimas duas semanas não está sendo muito fácil, estou cansada e me alimentando extremamente mal, o que vem desencadeando um mau humor terrível e por mais que eu tente manter a calma as coisas acontecem de propósito.
Como o professor de física que resolveu pegar no meu pé de uma semana para cá e por culpa dele posso ganhar uma nota baixa, Dafne que mudou de ideia, e meus pais que parecem estar brigando o tempo todo. Todos os problemas suscetíveis a acontecer na minha vida um dia resolveram chegar um mês antes da minha formatura.
Eu estava exausta, e no carro segui calada pensando no que poderia fazer para sair de tantos problemas, o primeiro deles era ganhar do professor demônio, e Dominic seria minha arma para isso, chegamos juntos, desce do carro e andei até a quadra.
- Achei que não viria! - Disse o demônio.
- Impossível, Cloe é a pessoa mais competitiva que existe. - Dominic disse. - Ela pode não ser boa, mas vai tentar ganhar essa corrida.
Isso mesmo meus amigos, eu teria que correr em uma ação beneficente da escola só para não ter nenhuma nota ruim em meu currículo estudantil, nunca achei que teria que literalmente correr para garantir isso, mas cá estou eu, amarrando o tênis enquanto sou observada pelos outros competidores que julgavam cada movimento meu.
- Sabe que não precisa ganhar, né? - Dominic me olhou preocupado.
- Não sou dessas pessoas que aceitam uma derrota, e você já deveria saber isso.
- Cloe, você só precisa participar e não chegar primeiro.
- Dominic, eu vou ganhar essa merda. - Falei enquanto alongava.
- Sei que vai, só estou pedindo para que não se machuque. - Ele segurou meu pé me ajudando no alongamento. - Lembra que não pode forçar o pé?
- O pé pode cair, mas vou passar na cara desse demônio a minha vitória.
- Ele despertou o monstro. - Dominic falou sorrindo, suas mãos tocaram meu rosto e naquele instante entendi porque ele queria tanto me beijar num dia de jogo. - Vou estar do seu lado.
Respirei fundo segurando a vontade de beijá-lo e encarei a linha de chegada, eu ganharia essa merda nem que tivesse que passar por cima de tudo, e ao ouvir o sinal corri em disparada como se minha vida dependesse daquela vitória, eu não precisava passar por isso, mas a audácia do professor ao dizer que eu não me importava com as atividades extracurriculares me pegou. Eu não aceito perder nem em pedra, papel e tesoura, imagina numa corrida por um currículo cheio de notas A?
Corri como nunca, era meu orgulho que estava em jogo e quando cruzei a linha de chegada em primeiro lugar meu coração falhou, literalmente, o mundo ficou preto, o chão sumiu de meus pés e tudo apagou.
Dominic McCartney
Não deu tempo de comemorar, Cloe foi ao chão e naquele momento eu sabia que ela tinha ido longe demais, corri o mais rápido que pude e quando me aproximei dela lhe encontrei desmaiada, peguei a loirinha orgulhosa no colo e a levei até a enfermaria da escola junto do demônio, digo do professor Filipe.
- Você não estava brincando quando disse que ela era competitiva. - Filipe disse checando os sinais vitais dela com a enfermeira.
- Ela vai ficar bem. - A enfermeira disse levando um pano ao rosto de Cloe, que abriu os olhos devagar.
- Oi, bem-vinda de volta. - Falei me aproximando dela.
- Ganhei não foi? - Perguntou me fazendo rir.
- Claro que sim. - Respondi rindo da maluca.
- Cloe você precisa se alimentar e se hidratar, daqui a pouco vai se sentir melhor. - A enfermeira ressaltou tocando na perna dela.
- Claro, assim que sair daqui tomarei café.
- Espera, você não comeu antes de correr? - Perguntei me dando conta do que ela falou.
Ela nem precisou responder, o rosto vermelho entregou tudo, e depois de um milhão de broncas saímos da enfermaria e como conheço bem sua teimosia levei a loirinha direto para o refeitório, nada como uma pizza do dia anterior para forrar o estômago, e depois de alimentada Cloe melhorou sem humor em 100% e agora, sim, o dia podia continuar.
Cloe Norris
Na sala de aula senti meu estômago revirar, porém, segurei, eu sabia que não era uma boa ideia comer pizza requentada do dia anterior, apesar de ter certeza que essa pizza tinha uns 3 a 4 dias, mesmo assim comi e agora lutava para segurar o vômito foi gostoso de comer, mas tenho certeza que seria horrível na hora de colocar para fora.
- Cloe você precisa desacelerar, está forçando muito seu corpo. - Dominic falava. - Sei que está fazendo o possível, mas não se cobre tanto.
- Agora com todas as notas A vou conseguir relaxar. - Falei sentindo meu corpo três vezes mais leve depois dessa corrida.
Dafne e eu vínhamos treinando nos 3 últimos dias, para que não chegasse no dia da corrida e passasse vergonha, e deu certo, sim, eu desmaiei, mas isso foi depois da linha de chegada e tecnicamente a corrida já havia acabado. E agora eu poderia voltar a longa, chata e entediante vida de estudante.
Eu nem sei sobre o que foram as aulas hoje, mas agora eu já estava a caminho de casa e como estava cansada e minha mãe não me atendeu peguei carona com Dafne e Dominic que não paravam de tagarelar, encostei a cabeça na janela do carro e deixei que a brisa do vento me trouxesse um pouquinho de paz, o ar gelado era mais que bem-vindo, e quando vi estarmos perto da praia tive a melhor ideia do mundo.
- Dominic para o carro. - Falei e ele me encarou sem entender. - Para a porra do carro!
- Calma mulher... - Ele ficou sem entender, mas foi diminuindo a velocidade.
Assim que o carro parou pulei dele, e sem falar nada com eles caminhei até a praia sentindo a areia fria tocar meus pés cansados, me aproximei um pouquinho mais da água e sentei no chão admirando a vista, eu não sei explicar o porquê, mas senti precisar disso, dessa paz.
- Amiga, você tá bem? - Dafne chegou e sentou ao meu lado.
- Sim, só estou cansada. - Confessei deitando a cabeça no ombro dela.
- Agora que ganhou essa corrida, você vai me prometer que vai para de se cobrar tanto. - Ela falou. - Já tem bastante nota boa nesse currículo, você não precisa se preocupar tanto.
- Prometo que vou descansar, agora tudo que preciso fazer é assistir às aulas.
- Faltam duas semanas até formatura, tenta não se matar até lá.
- Pode deixar.
- Agora vamos embora, estou morrendo de cólica.
- Desculpa por isso.
- A culpa não é sua. - Falou levantando. - Você precisava disso e eu sei como é ruim se sentir pressionada.
Caminhamos juntas até o carro, amanhã era sábado e eu podia finalmente ter um descanso, fiz uma nota mental de que amanhã eu não faria absolutamente nada, ao chegar em casa tomei um banho quente, coloquei um pijama e literalmente me joguei na cama sentindo meu corpo se apagar, tudo que ele queria era descansar e eu prontamente obedeci já não conseguindo manter os olhos abertos.
Quando acordei os raios de sol aqueciam o meu rosto, o brilho dourado de uma manhã ensolarada saudavam o meu corpo me trazendo novas energias, me estiquei na cama acordando o corpo, mesmo ainda estando deitada da janela eu podia avistar o dia incrível que estava lá fora me esperando, peguei o celular e olhei a hora, já se passava das 09:00 manhã e meu estômago roncava. Pulei da cama, levantei num impulso e tudo ficou escuro, mas apenas respirei esperando o corpo se acostumar.
- Preciso urgentemente comer alguma coisa. - Falei andando até o banheiro, lá fiz toda minha higiene pessoal.
Mas na hora de escovar os dentes a pizza requentada de ontem resolveu dar o ar da graça e lá estava eu agarrada a privada, isso vinha acontecendo com frequência nas últimas três semanas já que minha alimentação piorou num grau absurdo, isso quando eu tinha tempo de comer e com certeza isso tinha a ver com a perda significativa de peso.
- Cloe? - Ouvi a voz da mamãe entrando no quarto. - Querida está tudo bem?
- Estou no banheiro. - Consegui falar antes de colocar os bofes para fora.
- O que aconteceu?
- Comi pizza requentada ontem. - Falei e voltei a vomitar.
- Cloe, sei que você é a melhor em tudo que faz, mas se continuar assim vai acabar se matando. - Minha mãe tocou meu rosto e segurou meu cabelo. - Olhe como está pálida, querida, você deve estar com uma infecção alimentar.
Continuei a vomitar, na verdade, vomitei até perder as forças e quando já não existia mais nada para ser colocado para fora resolvi tomar um banho, quando acabei de vestir um vestido soltinho e desce as escadas para tomar café, tomei café com meus pais e minutos depois voltei ao meu quarto.
Com um dia como aquele eu não poderia ficar trancada em casa, então liguei para Henry que já estava na sorveteria trabalhando e é claro que eu iria para lá, não existe lugar no mundo que vende um sorvete de uva como aquele.
- Só preciso arrumar meu cabelo. - Falei encarando minha cara de derrota no espelho.
Revirei minha penteadeira atrás e um elástico, mas todos eles haviam sumido, por que eles sempre sumiram? É como se existisse um buraco negro sugador de tudo que fosse assessório, corri até o armário do banheiro, lá era minha última alternativa, e enquanto procurava notei o pacote de absorventes ainda fechado, mas eu não estava atrasado, peguei o celular e chequei calendário, eu estava com uma semana de atraso, sentei no chão sem forças.
E de repente tudo começou a se encaixar, mas Dom e eu sempre usávamos camisinha, o choro se entalou na minha garganta quando me lembrei do dia em que ele dormiu aqui e fizemos pela manhã, não usamos proteção. E então entendi o motivo do chão sumir dos meus pés.
- Dafne, eu preciso de você agora! - Gritei pelo celular sentindo meu corpo inteiro tremer.
- Acabei de acordar, assim que tomar café vou correndo até sua casa. - Ela respondeu e eu entrei em desespero.
- Cloe, eu e o seu pai vamos ao almoço beneficente. - Minha mãe gritou entrando no meu quarto.
- Tudo bem, estou me arrumando para ir à sorveteria do Henry! - Tirei forças de onde não tinha para responder.
Mas continuei jogada no chão do banheiro desejando que fosse só coisa da minha cabeça, o medo falou tão alto que agarrei minhas pernas e não segurei o choro, pedindo a Deus que Dafne chegasse logo.
- Cloe! - Escutei ela gritando das escadas.
- Vem logo. - Abri a porta do meu quarto correndo e a puxei para dentro.
- O que aconteceu? - Ela sentou na cama. - Por que está chorando?
- Dafne, estou atrasada. - Falei sem rodeios.
- Não está não maluca, hoje é sábado, esqueceu? - Ela disse com tanta certeza que até me fez rir.
- Não esse tipo de atraso.
- Ata. - Ela fez uma pausa, e eu esperei até que ela terminasse de raciocinar. - Puta que pariu aquele tipo de atraso? - Ela saltou da cama nervosa.
- Calma Dafne, agora preciso de um teste de gravidez.
- Como vamos comprar isso?
- Na farmácia é lógico.
- Na cara e na coragem? - Ela perguntou, então me dei conta que não poderia fazer isso, a dona da farmácia contaria a todos.
- Vou pedir pro Henry comprar. - Ela falou enquanto digitava no celular. - Ele é o único que vai guardar segredo. - Ela disse me acalmando.
E então eu me sentei na cama sem reação, minhas pernas tremiam sem controle e posso jurar que meu coração saltaria pela boca a qualquer instante, como foi que deixei isso acontecer? Me fiz essa pergunta tantas vezes que já perdi as contas. Estava desesperada, como contaria isso aos meus pais? Como Dominic e eu cuidaremos de uma criança sendo que não tínhamos capacidade nem para cuidar de nós mesmos.
- Daqui a 30 minutos o Henry tá chegando aqui. - Ela disse sentando ao meu lado. - Cloe fica tranquila, eu sei que está com medo, mas esse seu atraso pode só ser o estresse das últimas semanas.
- Não sei porque, mas algo me diz que não é só estresse.
- Se for um bebê, vamos cuidar e amar com todo carinho do mundo, você tem alguma dúvida disso? - Ela segurou em minhas mãos e me abraçou.
Fiquei ali em seu abraço até a campainha tocar, e com ela o medo e o desespero voltaram com tudo, peguei o teste das mãos de Dafne e corri até o banheiro se tinha alguém melhor para lhe dar com Henry eu não saberia quem era, entrei no banheiro com pressa li todas as instruções e as segui passo a passo.
Deixei o teste na bancada e sai do banheiro, me joguei na cama e desabei, por que tanta coisa tinha que acontecer em tão pouco tempo? Coloquei para fora o choro entalado de dias misturado com a angústia de saber o resultado, foi então que resolvi encarar o medo, e pulei da cama indo em direção ao banheiro, peguei o teste com as mãos trêmulas e quase caí ao constatar o sinal de positivo para gravidez.
- Puta que pariu! - Falei cobrindo a boca com a mão, o coração a mil por hora. - Caralho!
- O que foi? - Dafne entrou no banheiro. - Vou ser tia? - Perguntou e eu apenas lhe entreguei o teste.
- Puta merda, eu vou ser tia! - Exclamou eufórica. - Desculpa falar palavrão na frente bebê. - A louca tocou na minha barriga. - Mas vai se acostumando, sua tia é uma louca.
Naquele instante ela me sorrir e então caiu a ficha que um ser humaninho crescia dentro de mim, e foi então que chorei, entrei em um looping infinito de choro e soluço que não dava para controlar, chorei tanto que nem me dei conta do tempo apenas senti meus olhos pensarem e o corpo também, esse serzinho mudaria minha vida para sempre.
E eu não sabia por onde começar, meus pais e o Dom, os pais do Dominic, eu estava a beira de um colapso. O pânico que tomou conta de mim nos últimos dias não chegava nem aos pés de descobrir uma gravidez.
- Acho que a gente já pode parar de chorar.
- Eu também acho. - Falei realmente cansada. - Não conta nada pro seu irmão, quando ele vim aqui de madrugada vou contar tudo a ele.
- Tarde demais. - Ela me olhou preocupada. - O desgraçado me viu entrando aqui e disse que assim que chegasse do mercado com o papai vinha para cá.
- Merda, você pode dizer que estou dormindo.
- E nesse instante a campainha tocou outra vez.
- Cacete, o que vamos fazer. - Dafne me perguntou nervosa.
- Manda ele subir, quanto mais rápido melhor.
Falei convicta mesmo não tendo certeza de nada, deixei que Dafne descesse e minutos depois Dominic subisse, quando ele abriu a porta meu coração acelerou ainda mais.
- O que aconteceu? - Ele se aproximou ajoelhando entre minhas pernas. - Porque você e a Daf estão tão pálidas.
Lhe entreguei o teste e pude ver seu rosto perder a cor, a expressão de Dominic se transformou em segundos, ele ficou em choque e eu não sabia se falava ou esperava ele processar toda a informação.
- Quando vamos à clínica? - Ele perguntou sentado no chão.
- Não sei, acho que precisamos contar aos nossos pais primeiro.
- Ficou maluca? - Ele me encarou com uma frieza no olhar que nunca vi antes. - Vamos tirar essa coisa daí antes que ela acabe com a minha vida.
Aquelas palavras me acertaram em cheio, porém não derramei uma lágrima, as emoções fugiram do meu corpo e por mais que ele falasse eu já nem conseguia ouvir, não até Dafne entrar no quarto e xingar o irmão de todos os palavrões possíveis, fiquei congelada apenas encarando eles dois.
- Como pode falar algo assim? - Dafne gritava.
- O que quer que eu faça Daf? - Ele me encarou gélido. - Estrague minha vida só porque ela está grávida?
- Não, seu imbecil, você deveria perguntar o que a Cloe quer! - Dafne gritava. -
- Minha decisão já está tomada, cabe a ela escolher o dia de fazer o aborto. - Ele sentou na cama ao meu lado e eu quis correr. - Espero que entenda minha posição, não mudarei de ideia.
- Preciso sair daqui. - Levantei rápido, mas Dominic segurou em meu braço. - Não encosta em mim. - Puxei meu braço, seu toque me causava nojo.
- Cloe, você concorda comigo? - Ele se aproximou e eu dei um passo atrás. - Não posso ter um filho, e você sabe perfeitamente o porquê. - Ele falava com tanta frieza que nem parecia ser o mesmo Dominic.
- Esse é uma decisão que tenho que tomar, não cabe a você decidir o futuro da minha vida. - Falei reunindo todas as minhas forças possíveis.
- Posso dizer o que eu quero. - Ele proferiu, senti náuseas enquanto o ouvia falar. - Não vou passar o resto da minha vida preso a uma mulher e uma criança, se quiser mesmo colocar essa coisa no mundo saiba que ficará sozinha.
- Perfeito, agora concordo plenamente com tudo que disse. - Falei pegando meu celular e a minha carteira na penteadeira. - A partir de hoje nós dois não temos nenhuma ligação, esqueça de mim, esqueça essa coisa e suma da minha vida.
Enfiei o celular e a carteira numa bolsinha que encontrei em cima da cama, sai do quarto sem olhar para trás, eu podia ouvir os passos atrás de mim, porém pouco me importava, segui caminho até a cozinha, escrevi uma nota para minha mãe dizendo onde eu estava e andei em direção a porta.
- Onde você vai? - Ele perguntou, enquanto eu tentava calçar a maldita sandália. - Cloe, ter um filho agora vai ferrar com todos os meus planos de vida. - Ele deu um passo em minha direção
- Dominic vai se foder! - Gritei antes que ele chegasse perto de mim. - Qual foi a parte que você não entendeu? - Dei uma pausa encarando seu rosto apenas para ficar com ainda mais raiva. - Eu não quero que você faça parte da minha vida, muito menos o bebê, você acabou de morrer para mim.
- Cloe, posso ir com você? - Dafne se aproximou e tocou meu ombro com delicadeza.
- A gente pode se encontrar mais tarde? - Perguntei com carinho. - Obrigada por tudo, mas preciso ficar um pouco sozinha.
- Me liga. - Ela beijou meu rosto e me ajudou a levantar. - Eu te amo e nunca se esqueça disso. - Seu abraço foi apertado e quase me desabar, porém, se ficasse mais 5 segundos no mesmo ambiente que Dominic, eu o mataria.
- Eu te amo. - Beijei seu rosto e saí de casa sem me importar com o olhar dele sobre mim.
Caminhei pela calçada e a cada passo que eu dava o mundo desmoronava, ter um filho agora mudaria tudo, mas ele nem sequer perguntou como eu estava, em nenhum momento falou sobre nós ou sobre nossa relação, as lágrimas caiam descontroladas pelo meu rosto, nunca achei que alguém fosse capaz de me decepcionar tanto.
Caminhei sem rumo e acabei parando na praia, sentei na areia de frente pro mar e não me importei com os olhares curiosos, apenas chorei e me permiti sentir toda dor, naquele momento nada mais era importante, eu estava grávida e não sabia nem por onde começar. Eu só sabia de uma coisa, nunca mais confiarei em ninguém, em meios aos meus pensamentos o celular vibrou.
Se fizer a escolha certa me ligue, se não lide com isso sozinha. - Dominic McCartney.
Já tomei minha decisão, e peço para que nunca mais se aproxime de mim, eu quero ficar sozinha, não quero que você faça parte da minha vida.
- Cloe Norris.
- Vai jogar no lixo tudo que a gente viveu, só porque ficou grávida? - Dominic McCartney.
- Vou e se você passar perto de mim, vou socar tudo que a gente viveu bem no meio do seu cu. - Cloe Norris.

Cloe Muller - Livro 2 🍇Onde histórias criam vida. Descubra agora