8° e último dia de maratona, espero que tenham gostado dessa chuva de capítulos todo santo dia kkkk obrigada por estarem sempre comigo. E não fiquem tristes, essa semana já tem capítulo de novo ❤️🥰 boa noite, mil beijos, boa leitura e feliz ano novo!!!
Dafne McCartney
Já se passaram 6 dias desde que Cloe subiu naquele maldito ônibus, se eu soubesse de todo seu plano jamais permitiria que ela fosse. Respiro fundo o ar gélido de mais uma noite fria em carmel, estou sentada na janela do meu quarto segurando seu celular em minhas mãos, já li tantas vezes a anotação que Cloe deixou no bloco de notas que até decorei. “Talvez você nunca me perdoe por isso, mas sejamos sinceras, Dafne, eu te conheço melhor do que ninguém, sei o quanto se esforçou para ir para Paris e agora com o bebê você simplesmente renunciaria a tudo apenas para me apoiar. E você não faz ideia do quanto eu te queria ao meu lado, mas não posso permitir isso, não posso permitir que limite sua vida por algo que fiz. Isso talvez seja um adeus, não sei, só quero te proteger e me certificar de que não enlouquecerá e vir atrás de mim. Eu te amo Daf, e saiba que sempre serei grata pelo que você é o Henry fizeram por mim.” Olhei para maldita tela mais uma vez, eu já nem tinha lágrimas e agora eu conseguia entender o que ela havia feito, mesmo odiando o fato de não saber onde ela está. Cloe era esperta e com certeza estava bem, pensei, na verdade, desejei, faz alguns dias que o sono sumiu do meu corpo e sempre que o perdia me via aqui sentada na janela pensando nela e na minha sobrinha. Sim, menina, tenho certeza que o bebê que Cloe carrega é uma menininha. Sorri da minha própria loucura, no fundo, eu sabia que ela tinha razão, sabia que tinha feito a coisa certa, mas eu não queria abandoná-la, assim como o crápula do meu irmão fez. — De novo acordada? — E falando no diabo, lá estava ele parado dentro do meu quarto. — Esquece isso. — Não sou um monstro como você. — Falei sentindo o ódio crescer. — Para com essa merda, Dafne, ela não é a sua família, eu sou. — Me virei olhando para ele, aquele não era o meu irmão. — Ela e o bebê são minha família. — Desce da janela e o encarei. — Tenho vergonha de você, tenho vergonha de ser irmã de um fraco que larga a mulher que ama por medo. — Não foi por medo! — Ele quase gritou, mas era madruga e ele acordaria nossos pais. — Fui aceito pelo melhor time de stanford, terei um futuro brilhante, não posso jogar isso fora por ela. — Cloe tem razão. — Falei o olhando com desprezo. — Você não merece fazer parte da vida dela. — Não vou ser pai aos 18 anos, Dafne, isso é loucura, não jogarei fora o meu futuro. — Ninguém te pediu para fazer isso, o mínimo que eu esperava de você é que fosse o homem que eu sempre imaginei que fosse. — Uma lágrima solitária escapou do meu rosto. — Acha mesmo que seu futuro será brilhante sem ter aquela mulher do seu lado? — Fiz uma pausa para notar ser espanto. — A Cloe era a única coisa boa que você tinha na vida, e o bebê é a prova disso. — Sou seu irmão, você não pode falar assim comigo. — Esse cara na frente não é nada além de um fraco! — Falei, doeu para cacete, não nele, mas sim o tapa estalado que me deu. — Não esperava menos de um cara como você. Dominic saiu do meu quarto em meio a escuridão, nunca pensei que ele me decepcionaria tanto, sentei na cama sentindo o rosto formigar, aquela dor não era nada comparada a dor que Cloe deveria ter sentido. Pensei sentindo o coração se apertar, ela estava sozinha em alguma cidade desconhecida, sem apoio, sem amigos e grávida do traste do meu irmão. — Desgraçado de merda. — Falei passando a mão no rosto. Apertei forte o celular da Cloe e logo depois o guardei na minha caixinha de maquiagem, deitei na cama me enroscando aos lençóis e sorri confiante. Cloe era incrível e saberia se virar sozinha, concorde com meu pensamento, a dias não venho tento um sono tranquilo, talvez lá, no fundo, eu sinta culpa pelas atitudes do meu irmão e essa culpa vem me causando insônia. Rolar na cama por horas e horas até o sol nascer já tinha se tornado algo comum, mas nessa madrugada por incrível que pareça eu consegui pegar no sono, o cansaço acabou vencendo no final das contas. Acordei com o barulho do despertador, quis estourar o celular na parede, mas era domingo e nada nesse mundo me deixava mais feliz, corri até o banheiro e em menos de 20 minutos eu já estava pronta, desce as escadas e encontrei minha família tomando café. — Bom dia, dorminhoca. — Disse minha mãe. — Meu Deus, Dafne, o que é isso. — Ela se aproximou analisando meu rosto, pude ver Dominic se contorcer na cadeira. — Dormi por cima da minha mão. — Falei sorrindo, tentando passar algum tipo de confiança. — Precisamos conversar sobre algo. — Falei e Dominic tossiu com medo. — Preciso ir… — Você não vai a lugar nenhum. — Falei apertando seu ombro, adorei vê-lo perder a cor. — Não estou lidando bem a falta da Cloe. — Eu sei, querida, nenhum de nós está. — Minha mãe tocou minha mão com carinho. — Cloe é uma garota incrível e espero que volte para casa. — Ela é a melhor de todas. — Falei sorrindo. — Mas ela não vai voltar. — Falei com sinceridade. — Cloe saiu magoada, quebraram seu coração em pedaços e pelo que conheço daquela garota ela nunca vai perdoar. — Sei que isso tudo te deixa triste, querida, mas Cloe é uma garota inteligente, tenho certeza de que está bem. — Meu pai disse e Dominic parecia ainda mais desconfortável. — É por ela que vou fazer isso. — Dei uma pausa dramática só paga que o desgraçado ao meu lado sofresse ainda mais. — Quero ir embora! — Não pode largar tudo e ir atrás dela. — Dominic disse assustado. — Acredite, Dominic, se eu pudesse fazer isso, eu faria! — Falei lhe encarando, o idiota baixou o olhar assim que viu a marca de sua mão em minha bochecha. — Promete a Cloe que não iria procurá-la, e ela me fez prometer que não largaria meu futuro para ir atrás dela. — Ela é uma grande amiga, sempre preocupada com vocês. — Minha mãe disse olhando para mim e para meu irmão que estava mais sem graça do que antes. — Quero ir para Paris amanhã, não aguento ficar mais um segundo nessa maldita cidade. — Falei e meus pais arregalaram os olhos. — Sua viagem será em um mês. — Meu pai me encarou. — Não pode esperar? — Por mim eu iria agora mesmo, não quero ficar, não quero ter que encarar as pessoas que magoaram minha melhor amiga. — Isso não precisa refletir em você, Cloe é uma pessoa e você é outra. — Dominic disse frio. — A partir do momento em que ela se tornou parte da família eu não consigo agir como se não significasse nada. — Quase gritei, mas mantive a concentração. — Nada me prende aqui, vou passar esse mês dormindo e indo na sorveteria. — Se quer mesmo ir não posso te segurar, é uma adulta e fico feliz de vê-la correndo atrás dos seus sonhos. — Meu pai disse sorrindo. — Adiantar a viagem não será problema, só pense bem e veja se é isso mesmo que você quer. — Mamãe falou sorrindo. — Agora vamos tomar café. — Me desculpem, mas preciso me despedir do Henry. — Falei levantando da mesa. — Antecipem a viagem por favor, minha decisão já foi tomada! Sai de casa e senti o ar fresco tocar meu rosto, fechei os olhos respirando fundo e caminhei pela calçada em silêncio. Eu sabia que tinha tomado a decisão certa, assim como Cloe, eu não podia ficar nessa cidade vendo meus pais tratarem meu irmão como alguém que ela não era. Fiz uma promessa a Cloe, jurei que ninguém mais saberia de sua gravidez, mas ver meu irmão agir como se nada tivesse acontecido me deixava em uma situação difícil. Se meus pais soubessem do bebê, obrigaram Dominic a assumir, mas não era isso que Cloe queria e eu precisava respeitar sua decisão. Por isso o melhor seria sair daqui, afinal o que os olhos não veem o coração não sente, não é mesmo? Quanto menos eu visse Dominic ser um falso egoísta, menos eu teria vontade de matá-lo, concordei comigo mesmo. Caminhei em silêncio até chegar na sorveteria de Henry e logo que entrei me sentei quietinha em uma das mesas, Henry atendia um cliente e assim que me viu sorriu me mandando esperar. — Ela deu alguma notícia? — Henry perguntou preocupado. — Não. — Falei triste. — Mas tenho uma notícia, convenci meus pais e amanhã vou para Paris. — Não posso dizer que estou feliz, mas sei o quanto está sendo doloroso para você ficar aqui e agir como se nada tivesse acontecido. — Henry segurou minhas mãos. — Desculpa por te deixar aqui sozinho. — Eu realmente sentia muito, Henry não era um garoto de muitos amigos. — Vou viajar em um mês, não é como se fosse um ano. — Ele sorriu, Henry sempre via o lado bom de tudo. — Sei que não definimos nossa relação, mas quero te levar comigo. — Falei sem arrodeio. — Não sei se você acha namoro a distância uma boa ideia, mas eu gostaria de tentar. — Espera precisa me sentar ou vou cair duro. — Você já está sentando a uns 10 minutos. — Entendi erado ou você acabou de me pedir em namoro? — Ele sorriu tentando me animar. — A garota dos meus sonhos me pediu em namoro e tem que viajar para Paris no outro dia. — Posso ir a Stanford uma ou duas vezes no mês e passar o fim de semana com você. — E eu seria o cara mais feliz do mundo! — Henry tocou meu queixo e com carinho uniu nossos lábios. — Aceita namorar comigo? — Eu fiz a pergunta primeiro. — Falei depositando beijos em seu rosto. — Eu só quero você desde que aprendi a andar, minha resposta não seria outra a não ser, sim! — Suas mãos vieram até minha nuca e nos beijamos, como se a sorveteria não estivesse lotada e cheia de fofoqueiros. Éramos somente eu e ele, unindo nossos lábios em uma dança erótica demais pro lugar, mas quem se importa? Tudo que eu queria era demonstrar o quão aquele garoto mexia comigo, o quanto cada celular do meu vibrava só de ouvir sua gargalhada. — Se a Cloe pudesse nos ver agora. — Ele disse dando um beijinho em meu nariz. — Não vou desistir de procurá-la. — Falei o encarando. — Cloe é minha melhor amiga e carrega minha sobrinha com ela. — Nossa melhor amiga e nossa sobrinha. — Ele disse, Henry não percebia, mas seu jeito era tão especial. — E nós dois vamos encontrá-las, pode demorar o tempo que for, não vamos desistir. — Sabe, Henry, foi esse seu jeito doce e carinhoso que fez com que eu me apaixona-se perdidamente por você. — Calma aí, garota. — Ele pós a mão no coração. — É pedido de namoro, declaração de amor… — Ele fez uma pausa. — Me bate, tenho certeza que tô sonhando. — Não me peça uma coisa dessa, eu posso gostar de bater. — Sorri notando que o rosto dele ficava vermelho. — Eu te amo, Dafne McCartney! — Ele se aproximou me beijando com tanto desejo que minhas pernas chegaram a ficar bambas, eu diria eu te amo Henry Evans com o maior prazer se sua boca não me levasse a loucura. Passei o maior tempo possível com Henry, e quando tive que ir para casa fiquei a madrugada inteira acordada fazendo minha mala, pegando tudo que fosse necessário para ir à faculdade. Roupas, sapatos, fotos, o celular da Cloe e o coração apertado. — Cloe Norris, no dia em que eu te encontrar nunca mais vou te deixar partir. — Confessei empurrando o último tênis em minha mala.
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Cloe Muller - Livro 2 🍇
RomanceGosto de pensar que destino não existe que isso é pura criação de histórinha de contos de fada, porque se fosse verdade o meu foi traçado por um filho da puta que me odeia com todas as forças. "Machucada e desacreditada do amor, Cloe fechou o seu co...