The way i'll love you | Peter Parker

"little leed's ant"

Após a aula acabar, já no meu caminho de casa, ouço alguém me chamar:

- Hey, Sophie, espera! - me viro para trás vendo Peter correndo atrás de mim.

- Oi, tá tudo bem? - parece que o garoto correu uma maratona até me alcançar, ele para e recupera um pouco do ar.

- Aham, sim, tá sim. Só queria saber se eu p-podia caminhar com você até o prédio? Sabe a gente é...

-  Pode ser. - o interrompo, Peter tem um sério problema de tropeçar em meio das palavras.

- Ah, beleza então. - o mesmo começa a acompanhar meus passos. - Você tem algum amigo na escola? Sempre vejo você, sabe, sozinha..

- Na verdade, não. Não tem problema, eu realmente sou, mas é por escolha.

- Okay. Por acaso, eu iria perturbar sua ida de volta para casa, ouvindo Taylor Swift?

- Parece que você não esquece isso, eu não ouço só Taylor Swift. Meu gosto musical é variado, tipo eu estou ouvindo The Way I Loved You mais cedo, e agora, eu poderia estar ouvindo Back to Black do AC DC.

- Eu amo essa música. Então, você não queria, tipo, ir lá em casa hoje?

- Você conversa comigo por um dia e já está nesse nível? - o pergunto ironicamente.

- O-o que!? N- não, eu nunca faria isso. É só que, o Ned quer realmente que você se enturme, ele te chama de formiguinha leeds 2.0.

- O que!? - fico surpresa com isso, começo a soltar gargalhadas. - Perai, não precisa me chamar para ir pra sua casa só porquê eu sou uma "formiguinha leeds 2.0".

- Não vai estar só eu lá, se é isso que está pensando. Nos últimos dias da semana, nós nos juntamos para assistir filmes, as vezes, eles até dormem lá. E eu também quero que você enturme, e acredite nós somos o melhor grupo daquela escola.

- Ta bom, vou acreditar nisso. Vou pensar, talvez eu vá, hoje eu fico sozinha, mesmo.

- Como assim? Sua mãe não chega um pouco depois de você!?

- Ui, stalker. Hoje não, ela sai em dias de sexta e faz questão de jogar isso na minha cara.

- Eu não sou stalker, só percebo quando a movimentação lá fica "agitada".

- Oh!

- Me desculpa, eu não queria...

- Tá tudo bem, acontece. Ela realmente não faz questão de disfarçar. - o comentário dele não me deixou triste, mas é difícil quando todo mundo sabe muito bem o que acontece naquelas quatro paredes.

- Bem, então te vejo mais tarde. - foi aí que percebi que já tínhamos chegado no prédio. A conversa realmente fluiu nesse caminho.

- Te vejo mais tarde. - Sorrio um pouco e vou em direção à porta de meu apartamento.

○○○○○

Deixo minha mochila no canto do quarto, pego meu caderno de desenhos e já vou para meu destino. O telhado.

Decido terminar o desenho de Mj, por mas que aquilo tenha me deixado envergonhada, eu preciso terminar antes que eu esqueça mais uma vez.

- Hey, garota suicida! Quanto tempo. - me assusto com a voz e me viro me deparando com Homem Aranha novamente em meu telhado.

- Sabe, esse não é um dos melhores nomes para se chamar alguém, cabeça de teia.

- Vou fingir que isso não me afetou e em minha defesa eu nem sei seu nome.

- Sophie.

- Okay, Soso. - faço uma careta com o apelido. - Espero que hoje não seja o dia que você decidiu se suicidar.

- Não sei aonde você encontrou essa intimidade, mas não, tenho compromisso mais tarde.

- Vai num encontro? - os olhos da máscara arregalam

- Não, com certeza não. Vou na casa de um colega, só isso. E eu não preciso te dar satisfação sobre o que eu vou fazer, nem te conheço. Vai que você seja um velho pervertido.

- Olha acho que pela minha voz, essa opção fica de fora! - concordo balançando a cabeça. - E eu gosto de conhecer os cidadões da vizinhança.

- Sei que minha primeira impressão não foi uma das melhores, mas não acha que deveria estar conversando com outros cidadões e enfrentando assalto, em vez de estar aqui "flertando" comigo?

- Infelizmente você está certa, realmente tenho que parar de falar com a donzela para enfrentar um assalto que deve estar acontecendo neste minuto. Eu não estou flertando com você, só se você quiser. - um dos olhos da máscara pisca e me viro para soltar uma risada.

- Te vejo por aí, Soso. - o trajado se despede e solta teia para um dos altos prédios de NY.

Odiei o apelido, mas quem sou eu para julgar o apelido de alguém que se chama Homem Aranha com voz de adolescente.