therapist

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🕸 The way i'll love you 🕸
cap.25


Okay, relaxa. Você apenas vai ter que colocar toda a sua confiança em uma pessoa que nem conhece.
Não surta, Sophie!

– Você deve ser a Sophie. Entre, por favor. - a mulher de cabelos já embranquecidos me tira de meus devaneios totalmente surtados.

Entro em sua sala sem dizer nada, fico parada olhando ao meu redor sem saber o que fazer.

– Pode se sentar. - ela aponta para a poltrona. Logo me acomodo à ela.

– Como é seu nome? - ela pergunta e minha resposta foi bastante genuína.

– Está no papel, é só ler. - talvez, May me odiaria neste momento.

– Eu sei disso. Eu quero que você me diga. - a mulher inclina seu óculos até a ponta de nariz, me encarando como se eu fosse uma aberração.

– Sophie Baker. - ajeito meu corpo na cadeira, logo olhando para o nada em minha frente.

– Bem, Sophie Baker. Parece que teremos um grande trajeto em nossa frente. - ela se senta na poltrona em minha frente. – Pode começar.

– Me desculpa, mas eu não sei se estou preparada para um novo "recomeço". É um pouco complicado para me acostumar com novas pessoas. - digo olhando para meus dedos, enquanto eu brincava com eles.

– Não tem problema. Vamos começar pelo básico. Sophie, eu sou a Lauren. Um prazer em te conhecer. - a mulher se inclina e estende sua mão.

– Legal. Q- quer dizer, um prazer em te conhecer. - retribuo o ato.

– Bem, você gostaria de começar a citar algumas coisas sobre você? - ela diz, assim que se acomoda a poltrona novamente.

– Hãm...

¿◇◇◇◇◇¿

– Foi assim que consegui essa cicatriz na minha testa. - respiro um pouco após finalizar a trágica história do meu acidente que causou uma bela cicatriz ao canto de minha testa.

– Eu não me incomodo muito, sabe!? Me sinto o Harry Potter, as vezes.  - dou de ombros.

– Que bom que você gosta. É uma história bastante intrigante. Mas, Sophie, você tem algum amigo(a)? - a mulher troca o assunto rapidamente.

– Tenho, três amigos. Uma garota e dois garotos. - me pergunto se todas as sessões são assim. Admiro as paredes brancas do local, na verdade, tudo é branco. É como se fosse um cômodo para loucos em um hospício.

– Como são eles? Digo no quesito de características.  -  ela cruza as pernas e apoia as mãos sobre elas. Por mas que parece ser de idade, ela tem um ar jovial e parece ser bem ciente disso.

– Bem, tem a Mj. Na verdade, o nome dela é Michelle, Mj é apenas um apelido. Ela é bastante introvertida, não gosta muito de socializar, as vezes, penso que somos a mesma pessoa. Ela gosta de histórias criminais, lembro-me dela me contar que em seu aniversário, seus amigos a deram um colar da flor dalia negra. Por causa do caso da mulher que foi encontrada cortada ao meio no meio dos arbustos de um parque em Hollywood (ou Los Angeles). - quando percebo que já havia falado demais, apenas paro de falar.

– Por que parou? - a mulher me encara.

- Hãm... Eu estava falando demais, me desculpe. Eu me empolguei. - coço minha nuca.

– Oh, isso não tem problema. Você gosta do assunto, é normal se empolgar com algo que lhe agrada.

– Eu costumo falar bastante, quando me sinto confortável. Isso nunca me ocorre.

– Me parece que você nunca faz isso. Falar sobre coisas que gosta.

– Bom, eu sei que meus gostos e opiniões são difíceis de se compreender. Minha família nunca gostou que eu falasse muito. Apenas aprendi a me calar.

– E você acha que isso está certo? Se calar.

– É minha única opção, ou as pessoas vão me achar insuportável.

– Alguém já disse isso para você?

– Algumas tias e primos(as).

– Então você decidiu parar de falar por se preocupar sobre o quê as pessoas da sua família iriam pensar sobre você.

– Basicamente. - arrumo minha postura.

– E você acha que é saudável?

– Sei que isso seria na perspectiva de vários, uma coisa horrível para minha saúde mental. Mas, na minha perspectiva, é a coisa certa a se fazer se não quiser ser odiada pela sua própria família.

– Sophie... Isso realmente não é saudável. Não se expressar por medo do que os outros pensam. A família, as vezes é pior que pessoas do exterior. Entendo que não seja fácil, mas você disse que tem amigos. Por quê não tentar, pela primeira vez?

– Eu conversava com Mj, sobre várias coisas. Mas, me aproximei de Peter, agora moro na casa dele, por problemas com a saúde da minha mãe.

– O sobrinho de May?

– Sim. Agora eu moro com ela. Ela é legal, diria que é minha segunda mãe, mas sinto que estando na residência dela a incomoda.

– Ela já te disse isso?

– Isso é paranoia minha. Sempre penso que estou incomodando alguém.

– Como é sua amizade com o Peter?

– Ah, é legal. Ele é legal. - penso sobre o que Mj me disse na festa. – Mj me disse que ele gosta de mim, hãm... Romanticamente.

– E como você se sente sobre isso? - ela olha para seu caderninho, preparada para copiar.

– Não acredito. Eu não acho que posso  ser "amada" ou ser o interesse de alguém. Peter merece uma pessoa que consiga amá-lo da forma que merece.

– E você acha que não é capaz de amá-lo dessa maneira.

– Eu... Eu nunca pensei sobre meus sentimentos por ele. Ele é um dos garotos mais legais que conheci. Ele é atencioso, engraçado, e até mesmo, charmoso. Mas, não acho que ele deveria gastar o seu tempo comigo.

– Você já cogitou sobre talvez, também ter sentimentos por ele!?

– Eu nunca conseguiria dar a ele o que ele necessita. Tipo, carinho.

– Mas, Sophie... Você gosta do Peter, muito mais do que uma amiga!? - ela me olha atenciosamente. Respiro fundo, e deixo as palavras que veem metralhando em minha cabeça pelas últimas semanas.

– Sim. Eu gosto do Peter, mais do que um amigo.

•••••••

E saiu a notícia que o mundo NÃO ACREDITOU!!!!!

Agora sabemos um pouco mais sobre o estado mental da Sophie. E a história da cicatriz é verdade, pois isso realmente aconteceu comigo. Enfim, até o próximo capítulo.

The way i'll love you | Peter Parker Onde histórias criam vida. Descubra agora