017 | • Te esperando

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⏤͟͟͞͞★ 𝐆𝐀𝐁𝐘 𝐏𝐎𝐕

Ao andar pela Escola, eu pude sentir os olhares de pena caírem sobre mim, alguns ainda eram raivosos, outros apenas me olhavam com dó e eu me sentia mal por todo mundo achar que eu estava em uma situação deplorável, quando na verdade eu mesma já havia aceitado a traição, e havia superado.

Era muito pouco tempo para eu ter tirado totalmente Finn da cabeça, eu ainda me pegava pensando nele algumas vezes. Uma parte de mim ainda o desejava profundamente, e a outra parte desejava Jaden profundamente. Meu coração estava dividido igualmente, e eu me sentia um lixo por ainda cogitar em perdoar Finn.

— Mais uma? — Jayla disse ao ver a caixa de bombom com um bilhete que caiu do meu armário quando o abri. — Gabs você precisa dar um jeito nesse garoto.

— Eu já tentei, Jayla! — Eu disse, olhando o que estava escrito no bilhete, era apenas mais um pedido de perdão. Ri ironicamente , embora eu ainda gostasse dele, eu não poderia negar que a humilhação que ele me fez passar foi gigante. — Ele é muito insistente.

— Quem é insistente? — Jaden disse ao se aproximar junto ao Kevin, o mesmo abraçou minha amiga pela cintura e a beijou rapidamente.

— Ninguém. — Respondi, logo dando um celinho em Jaden. — Por que está com essa cara?

— Que cara? Eu estou normal.

— Não, não está não. — Jayla afirmou. — E isso é desde que chegou da casa da Millie ontem. Aconteceu algo?

— Não, nada. — Jaden coçou a nuca, e eu sabia que quando o mesmo fazia isso era porque estava mentindo.

— Aham, tá. E onde está Millie? Você a viu hoje?

— Não, na verdade... Acho que ela não veio, não sei. — Dava para perceber que ele estava se enrolando em suas próprias palavras.

Algumas horas se passaram, nada de Millie aparecer, nós acabamos por concluir que a mesma havia faltado a aula, mas não nos importamos muito, afinal, Millie faltava muito e aquilo não era novidade para ninguém.

Após a aula acabar, estávamos eu, Jayla e Sadie assistindo ao treino do time de futebol  da nossa escola, conversando e só simplesmente curtindo o momento.

— Ficaram sabendo da maior? — Sadie pegou seu celular. — Lembram daquela página maldita de fofocas que a nossa escola tinha?

— E como esquecer, né? — Eu a respondi.

— O que tem ela, ruiva? — Jayla sorriu ao dizer.

— A deletaram, bom, desde a traição do seboso, não postaram muita coisa, mas aqui diz que foi deletada ontem a noite. — Sadie nos mostrou o celular, confirmando o que ela disse.

— Não vou fingir que estou triste por isso, na verdade, que bom que isso acabou. — Eu afirmei. — Acho que se um dia eu soubesse quem foi a pessoa que fez isso, eu a agradeceria por ter me livrado daquele imundo.

— E falando no diabo... — Jayla falou ao ver que Finn estava subindo as arquibancadas.

— Gabs? — Ele disse, baixo. — Gostou dos bombons que deixei no seu armário?

— Você é inacreditável mesmo! — Sadie se levantou rapidamente. — Saia daqui!

— A conversa não chegou no galinheiro.

— Claro que não — Jayla se pronunciou — Até porque ela ainda está no chiqueiro, não é?

— Cala a boca, Walton. Eu não falei com nenhuma das duas. — Ele me olhou. — Podemos conversar? Por favor?

— Ok? — As meninas me olharam com confusão no olhar e eu as olhei como se estivesse tentando as acalmar. — Confiem em mim.

Fomos para os bancos mais altos e eu pude sentir o olhar das minhas amigas me seguindo, preocupadas, mas eu sabia o que estava fazendo, por mais que não pareça.

— Eu já sei de tudo, querida. — Ele me olhou com um olhar indecifrável.

— Tudo o que?

— Vai embora, não é?

— Isso não é da sua conta, Finn. Não é mais nada meu. — Tentei ser o mais fria o possível.

— Pode ser que nunca me perdoe, mas fui seu primeiro namorado, não pode apagar isso.

— Você me traiu. Por que fez isso?

— Eu não queria aceitar que me fizesse correr atrás de você, que me fizesse pedir desculpas, e pior, não queria ver que não era como as outras.

— Isso não justifica nada. O que fez não tem justificativa.

— Por que vai embora? — Ele pegou em minha mão, ao sentir seu toque, me assustei e tirei minhas mãos de perto dele.

— Isso não é da sua conta. Como sabe disso?

— A minha sogra me contou. Sabe que ela me adora, não é? — Ele sorriu.

— Primeiro que é sua ex sogra, segundo que não contei a ela a gracinha que aprontou comigo.

— Não pode me perdoar? — Olhando em seus olhos, eu pude ver arrependimento, mas eu ainda não estava pronta para o perdoar.

— Não, Finn. Não posso te perdoar, você me fez mal e eu não quero isso para minha vida.

— Eu te prometo que será a única. Me dê mais uma chance?

— Eu te dei três chances, caralho! O que você fez Finn, não tem perdão. Olhe as fotos, estava quase arrancando a roupa daquela menina, estava beijando ela de um jeito que você nunca me beijou. Entenda, não terá o meu perdão.

Eu enfiei a mão no bolso da minha calça jeans, e mexi um pouco até encontrar o anel que o garoto havia me dado dias antes da traição. Finn Me olhava com curiosidade.

— Dê para alguém especial e me prometa que vai realmente ser fiel. — Entreguei o anel em suas mãos e ele me olhou com os olhos atolados em lágrimas.

— Fique com ele, eu não consigo mais. Sabe? Seguir em frente é difícil agora.

— Sinto muito, pensasse nisso antes. — A frieza se fez presente em minha voz, e por alguns segundos, senti pena dele. — Eu era completamente louca por você, e estragou isso. Tudo que eu amava em você, era apenas fruto da minha imaginação.

— Acha mesmo que vou aceitar isso de cabeça baixa? Eu vou lutar por você até meu último suspiro.

— Finn, por favor — Eu ri, ironicamente — Você tem 17 anos, está blefando.

— Não, não estou, e saiba que eu falo sério quando digo que além de lutar, eu vou vencer. Vai ver, vou fazer você se apaixonar de novo. Eu vou estar te esperando, Gabs.

Após dizer isso, ele fez um carinho em meus cabelos e saiu.

𝐆𝐀𝐑𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐍𝐀̃𝐎 𝐌𝐄𝐑𝐄𝐂𝐄𝐌 𝐂𝐇𝐎𝐑𝐀𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora