027 | • Promete

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⏤͟͟͞͞★ 𝐆𝐀𝐁𝐘 𝐏𝐎𝐕

— Finn. Chega de presentes. — Eu disse a ele, enquanto pegava o saco prateado.

— Desculpe, eu o vi, achei a sua cara. Não pude deixar de te trazer. Prometo que não faço mais

— Ok, obrigada por isso, Finn.

— Espero que você goste, até mais. — Ele disse, saindo do quarto e me deixando sozinha.

Após Finn sair, observei o pacote com carinho, o lacinho que o cobria era rosa, com alguns detalhes em dourado. Puxei-o com cuidado, o que me revelou uma caixa preta de veludo. A abri e encontrei um colar com um pingente de coração, onde dentro desse coração, havia um desenho em relevo de um skate e de um sorvete. Eu não pude deixar de lembrar de quando Finn me ensinou a andar em seu skate, e aquilo me arrancou um sorriso.

Mas logo depois, veio a imagem em minha mente. As fotos de Finn me traindo invadiram minhas lindas memórias, e tudo que eu sentia por Finn naquele momento, era raiva. Raiva por ele ter estragado um sentimento tão genuíno que eu mantinha por ele, já por outro lado, eu havia conhecido o garoto mais incrível de todos. Um garoto que nunca me trairia, e que me fazia sentir borboletas no estômago, que me fazia sorrir apenas com a sua presença e de longe, depois do Kevin, é o garoto que eu mais confio.

Peguei o presente de Finn e guardei, era mais do que óbvio que eu não o usaria, mas eu sabia que ele não tinha sido barato, então eu o guardaria com todo cuidado, afinal, eu teria que aceitar que agora Finn era meu irmão, era estranho e constrangedor, mas era a realidade e eu tinha que a enfrentar. Ter um irmão mais velho sempre foi o meu sonho, eu invejava Jayla, ela tinha dois irmãos que mesmo que não fossem mais velhos, eles a protegiam com todo o coração deles. Mas eu nunca poderia imaginar que o garoto por quem eu fui apaixonada por um bom tempo fosse o irmão que eu tanto pedi ao universo.

Ouvi uma batida na porta, era minha mãe.

— Filha? Nós vamos descer até a praia , você vem conosco?

— Claro.

Fomos nós quatro até a praia, ela não estava muito cheia, na verdade, não havia quase ninguém ali, e eu gostava daquilo. Minha mãe colocou um tapete na areia, meu padrasto começou a assar hambúrgueres, Finn fazia embaixadinhas com a bola e eu folheava o livro em minhas mãos. Quem via de fora, achava que éramos a família mais normal do mundo, mal sabiam elas.

— Filha, aquele ali não é o seu amigo? — Minha mãe apontou, e eu pude ver o Kevin, e outro garoto ao seu lado, e quando eles se aproximaram, pude ver quem era o garoto ao seu lado.

— Madrinha! — Jaden a abraçou com força, e ela o retribuiu da mesma forma — Como a senhora está?

— Bem meu amor, e você?

— Melhor agora, eu estava com saudades.

— Mas o que fazem aqui? — Ela perguntou após se soltar de Jaden.

— A gente? — Kevin fez um sinal com as mãos e olhou para Jaden, esperando uma resposta dele, mas o mesmo também não soube responder. — A gente... Nós viemos na... Na casa de praia dos meus pais.

Olhei para Finn, de relance, e consegui ver seu olhar de desgosto, com a bola nos braços, parado, esperando algo que eu não soube exatamente o que. O olhei de volta, o garoto percebeu, e logo desfez a cara.

— Vocês querem jogar? — Finn perguntou, sorrindo. O que eu achei estranho, mas não disse nada. Kevin me olhou como se estivesse pedindo permissão, e Jaden fez a mesma coisa. O que eu poderia dizer? Se eles queriam jogar, eles que jogassem, eu não tinha nada haver.

— Ah... Pode ser — Kevin respondeu.

— Jaden? — Finn direcionou o olhar para ele.

— Eu passo, eu tenho que ir lá... Entregar isso aqui pra minha irmã, é meio urgente sabe? Coisas de garota. — Ele mostrou uma sacola branca, onde não dava para ver nada, mas pareciam remédios.

— Ai meu Deus, ela está bem? — Perguntei preocupada.

— Está sim, relaxa. Mas se você quiser, pode vir comigo e vê-la.

— Eu quero! — Olhei para minha mãe — A senhora deixa, não é?

— Claro. Mandem abraços a ela.— Coloquei meus sapatos e a minha camiseta, e fui com Jaden enquanto Kevin e Finn brincavam com a bola.

— Ainda não contou a ela, não é? Sobre nós dois. — Jaden disse.

— Eu achei melhor não. Minha mãe sempre gostou muito do Finn e ela ainda não se deu conta de que não somos mais um casal, entende?

— Entendo sim. Bom, eu também acho melhor não contarmos para os nossos pais ainda.

— Também não contou?

— Não, bom, eu tentei, mas eu não tive coragem de dizer que eu estava com a filha da minha madrinha.

— As vezes esqueço que é afilhado dela. Quase não a vê.

— Realmente, mas agora me diga, como está sendo a convivência com o Finn?

— Ele já não me incomoda mais, e está respeitando meu espaço.

— Ele parou de te dar presentes?

— Ele me deu um colar hoje, mas o fiz prometer que nunca mais me daria nada.

— A é? — Senti um pouco de ciúmes na voz dele — E você... Gostou?

— Gostei... Acho. Mas eu gosto muito, muito mais de você. — Eu disse, o fazendo sorrir. E logo depois ele me deu um selinho, que se estendeu para um beijo delicado e longo.

𝐆𝐀𝐑𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐍𝐀̃𝐎 𝐌𝐄𝐑𝐄𝐂𝐄𝐌 𝐂𝐇𝐎𝐑𝐀𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora