Capítulo 5: Um dia, nós fomos da mesma família.

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Lizabeth sentiu que o sangue em todo o seu corpo havia se esvaído. Ela já não sentia suas pernas, pois estavam muito mais do que dormentes e talvez até tivessem saído correndo e a deixado para trás.

“O que ele veio fazer?”. Em sua mente se perguntou, mas não havia resposta clara.

Hector a observava com uma expressão inanimada, sem emoção. Enquanto Peter e Leonor Smith o olhavam com curiosidade. Kate e Heitor alternavam olhares entre Lizabeth e Hector, que não pararam de se encarar um segundo se quer.

— Vocês já se conhecem? — Katherine quebra o silêncio, fazendo com que os dois voltem a realidade.

— A Srta. Lizabeth e eu trocamos algumas palavras do lado externo. E nos damos muito bem, estou certo? — Questionou Hector, olhando para Liz.

— Sim, nós conversamos um pouco. — Sorri minimamente e sem querer, seu olhar se cruza com o de Heitor, que mantém uma expressão nada boa enquanto a analisa.

— Sr. Adams, queira se juntar a nós. Sente-se ao lado de Lizabeth. — Apontou Leonor, quando percebeu que Hector se demorava muito enquanto observava sua filha mais nova.

Para ela, era a oportunidade perfeita para que a filha mais nova da família Smith, que havia se divorciado há dois anos, encontrasse finalmente um pretendente e que ainda fosse outro membro da família Adams.

— Sr. Adams, com o que trabalha? — Pergunta Peter, muito mais do que interessado.

— Fui membro do exército. — Limitou-se a dizer algo a mais, o que deixou os Smith muito inquietos sobre sua posição e quem sabe... Fortuna!

Lizabeth era uma exceção, ela estava envergonhada com a intromissão de sua família. E temendo que a situação piorasse ainda mais em sua presença, não desejando continuar ali, ela disse:

— Com licença, estou indo! — Ergueu-se apressadamente, o que fez com seus companheiros de mesa a olhassem em descrença.

Liz percebeu o que sua família estava tentando fazer, a cena estava se repetindo mais uma vez. E ela não poderia permitir que isso acontecesse novamente.

— Mas antes de ir, gostaria de desejar felicidades aos recém casados. Vocês merecem! — Ela lhes sorriu amigavelmente, era como se sentisse algum alívio dentro de si após dizer estas palavras.

Sua mãe abaixou a cabeça e Peter (ainda que por um milagre), sentiu-se mal por Lizabeth. Ele pensou que no passado Lizabeth amava muito a Heitor e agora sua irmã estava casada com o próprio. Peter sentiu vontade de lhe dizer algo, mas não se sentiu no direito. Pois Lizabeth agora evitava até mesmo olhar em sua direção.

No momento em que ela pensa em se afastar, alguém a segura pelo pulso. Liz volta-se incrédula para Hector, que a observa com o mesmo olhar e expressão.

— Me permita acompanhá-la? — Ele a perguntou e Lizabeth por algum motivo desconhecido, concordou.

Enquanto isso, escondidas pela toalha de mesa, mãos apertavam com muita força o guardanapo. Heitor mal conseguia acreditar em que seus olhos viam.

Do lado de fora, Hector arranhou a garganta e enfiou as mãos dentro de seus bolsos.

— Está indo por eu ter me juntado à sua família? — Hector questiona, chamando a atenção de Liz.

— Não é isso... — Disse de forma nervosa. — Só percebi o que minha família estava tentando fazer (principalmente meu pai), então não queria estar presente.

— Oh, questionando sobre minha profissão por me ver um parceiro em potencial para você? — Liz assente com certa timidez. — Mas isso seria um problema? — Ela foi pega de surpresa com a pergunta repentina. Então Lizabeth engoliu seco e disse com voz trêmula:

— Não, não é bem assim. É só que... É um pouco indelicado e é principalmente: “vergonhoso”.

— Srta. Lizabeth, eu realmente gostaria de entender o que aconteceu. Então o que acha de jantarmos em algum lugar da cidade? Já que nós não tivemos a oportunidade de começarmos uma refeição nesta festa.

Lizabeth se viu em um dilema entre aceitar seu convite ou não, mas ela sabia que uma hora ou outra, Hector iria descobrir que ela já foi casada com seu irmão mais novo.

Porém, antes que ela lhe fosse responder, alguém coloca-se ao lado deles e os interrompe.

— Já estão indo? Ainda está cedo, Katherine e eu ainda vamos fazer nosso discurso de recém casados. — Ao finalizar sua fala, intencionalmente o mesmo olha para Lizabeth, que não expressa absolutamente nenhuma expressão. Mas quem toma a palavra é Hector, que diz:

— A Srta. Lizabeth está cansada, mas como ela ainda não se alimentou, pensei em levá-la para jantar em outro lugar. — Ao ouvir isso, Heitor sente exatamente o que ele gostaria que a mulher próxima a ele, sentisse.

Internamente, Lizabeth agradeceu a Hector, pois ela não sabia como rebater a provocação de Heitor.

— Até parece que se conhecem há muitos anos. — Heitor comentou com um sorriso amargo em seu rosto. Para Hector, a situação não era tão constrangedora quanto para Lizabeth, então ele disse:

— Eu realmente também penso o mesmo, sinto que a conheço há anos. — Sua fala (embora não demonstrasse tanto), havia deixado Lizabeth muito envergonhada e sobretudo: muito nervosa. — Bem, vamos? — Ele a perguntou e a mesma assentiu, assim, ele pôs a mão em suas costas para conduzi-la a saída da propriedade.

— Espere...

Lizabeth - Amor Depois Do Divórcio.Onde histórias criam vida. Descubra agora