— Heitor, espere!
Lizabeth gritou e imaginando ter ouvido coisas, Heitor virou-se com os olhos arregalados em sua direção. Por um curto momento, ele estava esperançoso sobre uma possível mudança no destino, mas caiu por terra nos segundos seguintes, quando:
— Desista de uma vez por todas! Não só pelo meu, mas para seu próprio bem. Hector é minha certeza para o resto de meus dias e não poderei amar outro como o amo, meu amor é inteiramente à ele. Siga sua vida, lhe imploro para que me apague de seu coração.
— Liz...
— Por favor, Heitor. Se não pode fazer o que estou pedindo, então é melhor que nos mantenhamos longe. Não quero que aja problemas entre você e seu irmão, no futuro seremos uma família e não quero passar meus dias entre discussões de vocês dois. Mas eu jamais abriria mão de meu amor por Hector, então lhe digo para me esquecer e se dedicar em outra coisa ou pessoa.
Heitor abaixou a cabeça, ele sabia que precisava fazer o que ela estava pedindo. Mas seu coração doía muito por precisar realmente fazer o que lhe disse.
— Eu vou fazê-lo, se não poderei tê-la de volta. Lhe disse que não desistiria, mas descobri que amar também é deixar ir e eu a amo muito para vê-la triste. — Lizabeth assente e suspira.
— Espero que o faça mesmo.
Lizabeth pensou um pouco e lembrou-se de mais cedo, quando questionou a Heitor sobre o que o seu pai o disse para que ele se casasse com ela e ao falar, ela somente lhe deu as costas e seguiu. Então falou:
— Heitor, não tentei me matar para que se casasse comigo. Foi tudo uma ideia de meu pai para que você se casasse comigo. — Os olhos de Heitor de repente estavam maiores e ele mal acreditara no que ouvira.
— O-O que disse?
— Naquela época, estava doente e por isso tinha uma aparência nada agradável. O que contribuiu facilmente para que eu me passasse por alguém que estava à beira do precipício. No final das contas, eu entendo que deve ter odiado estar ao lado de quem não amava e é em meu nome e de minha família que lhe peço perdão por o ter feito perder seu tempo. — Heitor estava sem palavras.
E não era para menos, afinal, se ele soubesse que suas ações durante o tempo em que foram casados, afastariam Lizabeth de seu lado, ele jamais teria feito o que fez.
— Lizabeth, tudo o que tenho para pedir é que me perdoe pelo ódio gratuito dos anos passados.
— Como você mesmo disse: “anos passados”. Então é algo que está no passado e não poderá voltar mais. Por isso não há necessidade de eu odiá-lo, pois o importante é o agora e o depois! — Heitor sorri levemente. — Amigos novamente? — Ela estende a mão e ele faz o mesmo.
— Nossa, para cunhados, vocês parecem bem íntimos! Certo? — Era Sylvia novamente.
— Srta. Sylvia, novamente por aqui? — Por mais que soasse como desapontamento, Lizabeth sorriu com os olhos apertados e disse: — Bom, deixe-me ir para Hector. Provavelmente deve estar chateado! — Assim ela se retirou, deixando Heitor e Sylvia sozinhos.
— Bom, como eu disse anteriormente: vocês parecem bem próximos. — Voltou a comentar.
— Nós fomos melhores amigos desde muito jovens e até nos casamos. Mas nos divorciamos há dois anos e agora voltamos a ser amigos novamente, ao que parece! — Heitor franziu o cenho, estranhando sua reação diante de Sylvia. Era como se ele sentisse a necessidade de explicá-la coisas que na verdade não eram de seu interesse.
— Deixe-me ver... — Ela põe a mão no queixo e finge pensar. — Ela desencanou, mas você não. Estou certa?
— Sim, eu me apaixonei depois que nos divorciamos. Como pode ver, já é tarde demais! Então aceitei que fôssemos apenas amigos. — Sylvia assente.
— Parece que seu irmão e sua cunhada têm o dom em comum de arrasar corações... — Comentou de forma destraída e então diz: — Bom, deixe-me ir, preciso conversar com o Coronel Adams!
Ao chegar no quarto de Hector, ela notou que a porta estava entreaberta. Então, empurrou-a levemente e ofereceu-lhe a si mesma um pouco do que acontecia do lado de dentro.
Lizabeth cuidava de Hector e parecia muito preocupada com seu bem-estar, enquanto à ele, sorria diante de seus cuidados cheios de amor. Naquele momento, Sylvia percebeu que Hector havia de fato encontrado a felicidade ao lado de alguém, ela imaginou que ele seria sempre um lobo solitário e que mulher alguma tomaria seu coração. Mas bem ali, ele se mostrava satisfeito com quem estava ao seu lado.
— Hector, não posso lhe tirar o direito de ser feliz...
Sussurrou para si mesma, afastando seu toque da maçaneta da porta e virando-se em seus calcanhares. Ela sabia em seu interior, que não deveria interrompê-los de forma alguma.
Ao voltar para onde estava anteriormente, ela percebeu que Heitor ainda continuava ali. Então ela se aproximou novamente e disse:
— Gostaria de me acompanhar em um café?
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Lizabeth - Amor Depois Do Divórcio.
RomansaEm seu quarto ano de casamento com Heitor Adams, Lizabeth tenta conquistá-lo, mas é rejeitada sem dó por mais uma vez. Motivo? Seu marido é apaixonado por sua irmã mais velha, a filha favorita da família Smith. E para não continuar sofrendo com...