Dose número 35

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AAAAAAAAAAAAAA ÚLTIMO CAPÍTULO e eu não tenho palavras pra agradecer a vocês por todo apoio, carinho, votos e comentários! Gente, sério! Pra melhorar a situação completamos hoje 6 k de leituras e eu tô muito feliz! Essa história tem um pedacinho de mim porque escrevi ela em um dos momentos mais difíceis da minha vida e vê-la crescendo por aqui, faz valer a pena todo o esforço e dificuldade que passei. Graças à ela me encontrei de verdade e queria deixar uma reflexão final aqui pra vocês: nunca, em hipótese nenhuma e por motivo nenhum, desistam do sonho de vocês. E muito menos se percam tentando agradar alguém. Sigam sempre o que o coração de vocês mandam, porque ele sempre tem razão ❤️ Agora bora pra esse capítulo maravilhoso. Ah, lembrando: amanhã teremos o epílogo, beleza? Beijão gente e obrigada!

Preciso dizer que nossa "família" aumentou de tamanho.

Sim, Sueli a ave, teve um pintinho.  

E era inacreditável que a vida amorosa da nossa galinha fosse mais badalada do que a minha. Ela não tinha Tinder, não tinha Facebook e mal saía de casa, e se mesmo assim arrumou um namorado antes de mim, é porque o problema realmente deveria ser eu. Não tinha outra explicação e não tinha jeito: nenhum milagre seria capaz de resolver meu relacionamento. Nem mesmo se o Santo Antônio, pai casamenteiro, resolvesse descer dos céus só para interceder por mim.  

Não me pergunte como essa atrocidade aconteceu, embora todos saibamos como a biologia funciona. Não foi como uma concepção milagrosa, daquelas que até Deus duvida, não, pelo contrário. Foi apenas uma aventura no galinheiro da tia de Ayla, durante os nove dias que estivemos fora.

E o resultado foi um ovo delicadamente escondido embaixo do sofá.

Ayla surtou, jogou a casa no chão e disse que era cedo demais para ser vovó. E neste contexto, acabou brigando com a galinha por ter feito coisas proibidas com o primeiro galo que viu, como se fosse uma qualquer. "COMO SE FOSSE A SUELI!", gritou ela, aos 4 ventos, pra todo mundo escutar. Ué, mas afinal, não era esse mesmo o nome dela?

Ergui os pés para o alto e enrolei o fio do telefone entre os dedos, enquanto a observava ciscar rente aos pés da minha amiga. Sem o pintinho.

Este acabou se transformando em uma moeda de troca, depois da Sueli — a vizinha decotada — acampar em frente a nossa porta e exigir o pagamento por ter nos ajudado com a gravação. E foi assim que ela descobriu o Alaor.

Pobre Alaor, tão novo, tão inocente e mais ferrado do que eu por ter tido a má sorte de cair nas garras da Sueli e ser levado para longe da mãe. Acabou que não sobrou nenhuma pena para contar história.

Brincadeira.

Sueli se apaixonou pelo animal, de um jeito que eu nunca imaginei —  contrariando todas as expectativas, ela tinha um coração —  e começou a levar o bicho para todos os cantos dentro da sua bolsa de camurça como se fosse um chihuahua.

O terror da dona Fátima.

— E você? Como estão as coisas?— Minha mãe estalou os lábios fazendo com que o barulho ecoasse de uma forma estranha pelo telefone. — Pensou na minha proposta?

Fiquei em silêncio.

Por incrível que pareça, ela não me deserdou ao descobrir que o meu namoro com o Marcos era fachada. Apenas ficou ali, do outro lado da vídeo chamada, me encarando com a boca escancarada e os olhos esbugalhados enquanto eu vomitava toda a verdade. E quando eu digo toda, era toda.

Contei sobre o blog, embora as páginas de fofoca já tivessem feito isso por mim. Depois, contei sobre os motivos catastróficos que me levaram a esconder do meu chefe a minha real identidade. E por fim, os sentimentos, tão confusos que 20 sessões de terapia não seriam suficientes para me fazer entendê-los. O fato é que meu coração estava quebrado. Marcos ainda não tinha dado as caras e as únicas notícias que eu tinha eram graças à Ayla que, desde a sua readmissão, passava os dias lixando as unhas e fofocando com Carmem. Mas as dúvidas surgiam todas as vezes que eu encarava o calendário e contava os dias desde a última vez que nos vimos. E aquele sentimento, aquela sensação de solidão que se fez morada em meu peito, acabou se tornando a minha única confidente.

Amor em doses de tequila Onde histórias criam vida. Descubra agora