ONE SECOND

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POV DARYL

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POV DARYL

As vezes um segundo era tudo que bastava. As vezes um segundo a mais era tudo o que eu precisava. Eu daria tudo pra conseguir mais um segundo ao lado dela.

Se eu tivesse enrolado mais um segundo naquela cama? Se eu tivesse a convencido a ficar em casa comigo naquela tarde? Se eu tivesse dado mais atenção para aquela ligação? Teria feito diferença Eu a ainda a teria do meu lado? Ou o destino era mesmo imutável? Nada do que eu fizesse mudaria o que aconteceu? Será que mais uma vez eu não fui o suficiente?

Aquele era o pior dia da minha vida, pior até mesmo do que a tarde em que perdi minha mãe naqule incêndio. Cassie se tornou minha vida, e simplesmente não conseguia mais imaginar meus dias sem sua companhia. Não podia perde-la se jeito algum.

A tarde estava bonita, o sol a pino brilhava, irradiando calor e felicidade. Combinamos de tomar sorvete depois da janta, está que faríamos na lanchonete do outro lado da rua do Viki's. Cassie veio me ver na oficina antes de ir para o hospital, para o trabalho.

Queria ter a feito ficar mais um pouco. Implorei pra ela ficar mais um pouco. Eu sabia – eu sentia – que tinha algo errado.

Cassie me deu um último beijo, e sorriu pra mim. Uma brisa suave entrou e bagunçou suas madeixas loiras e macias. Seu cabelo pareceu refletir o sol da rua. Ela saiu pela porta, e eu me virei para o motor do carro atrás de mim. Um aperto no peito me tirou o fôlego. Então eu ouvi.

Um estampido surdo, mas que pareceu me ensurdecer. Um tiro. Um só. E de algum jeito, eu sabia exatamente quem tinha sido atingido. Larguei tudo e sai correndo na mesma hora.

Ao longe, vi um carro dobrando a esquina. A calçada estava manchada de sangue, sangue dela. Sangue da minha mulher. Cassie estava jogada no chão, como se não fosse nada. Como se não fosse ninguém. Um buraco na cabeça, vermelho por todo o lado.

Minhas pernas cederam, e não pude controlar as lágrimas enquanto caia ao lado de seu corpo. Eu gritava desesperado por ajuda, mas não conseguia nem mesmo, ouvir o som da minha própria voz. O barulho do tiro não parava de reverberar pelos meus ouvidos.

Não lembro de mais nada depois disso. Quando dei por mim outra vez, já estava no hospital. Merle ao meu lado falava sem parar, mas não ouvia uma única palavra.

Horas passaram, minhas mãos continuavam manchadas com o sangue dela. Estava em completo estado de choque e desespero. Encolhido contra o piso duro do hospital, apenas voltei para minha sã consciência quando vi uma médica se aproximando.

— Cassiopeia Dixon?

Me levantei ligeiro, minha pressão caiu e vi tudo preto. Não podia ter me importado menos.

Ela sorriu com compaixão pra mim.

— Sr. Dixon, eu imagino.

— Como 'tá minha mulher? — me assustei com a rouquidão da minha voz, mas o que eu podia esperar depois de ter gritado por tanto tempo?

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