POV CASSIE
Quase um ano se passou.
Sophia me odiou por cerca de cinco meses. Eu não cumpri a promessa que fiz para ela, eu era uma mentirosa e não merecia seu respeito.
Eu me sentia péssima, cada dia mais eu concordava com ela. Eu era inútil, só tinha uma tarefa: acha-los, e eu falhei até mesmo nisso.
— Você não passa de uma mentirosa, e uma covarde que foge quando as coisas ficam difíceis. Você me abandonou naquela casa, e você nunca voltou, mesmo tendo prometido que cuidaria de mim. Não sei porque eu realmente acreditei que dessa vez seria diferente, eu nunca devia ter acreditado em você! — Sophia gritou comigo e depois saiu correndo para o quarto e bateu a porta com força.
Eu me joguei no sofá, com as lágrimas escorrendo pelas bochechas. Gracie correu para o meu lado e me abraçou, sussurrando palavras de conforto e de que nada daquilo era minha culpa. Que eu estava fazendo o meu melhor, e que se elas estavam vivas, seguras e confortáveis hoje, era porque eu tinha feito isso. Eu a agradeci e disse que não poderia pedir amiga melhor.
— Você me odeia? — eu perguntei para Sophia mais tarde naquele mesmo dia. Ela confirmou. — Ótimo, te espero na sala das máquinas em dez minutos. Se não aparecer, não precisa se preocupar em aparecer 'pro jantar.
Foi nesse dia em que comecei seu treinamento. Não me importava se estava sendo dura demais ou não, já tinha adiado aquilo tempo demais até. Se a garota quisesse sobreviver, primeiro tinha que aprender a se defender e a se salvar sozinha, porque nem sempre ela teria alguém lá por ela. Eu aprendi aquilo da maneira mais difícil, mas isso não significava que Sophia também precisava.
Eu a transformei em uma ótima lutadora, com uma mira impecável. Também a ensinei a caçar. Foi tentando aprender a rastrear um cervo, que Sophia percebeu que aquilo não era tão fácil quanto ela achava.
— Eu... Desculpa Cassie — ela pediu. — Eu estava com saudades da mamãe, e joguei a culpa pra cima de você. Agora eu sei que você só não os achou porque não conseguiu. Eu não quis dizer nenhuma daquelas coisas, sinto muito, de verdade — a garota murmurou enquanto olhava, envergonhada, para os sapatos.
Eu a abracei.
— Tudo bem, pirralha. Eu perdôo você.
Ela me abraçou de volta, e começou a chorar. Sophia era só uma criança. Estava crescendo em um mundo de merda, e simplesmente se revoltou contra a única pessoa que achou. Nesse caso, eu dei o azar de estar sob sua mira, e receber sua ira. No entanto, ela se arrependia, era jovem e imatura, e merecia meu perdão, até porque eu também não fui nenhuma santa quando mais nova, eu não seria hipócrita.
Eu estava sentada no chão da sala, encostada no sofá. Sarah estava apoiada nas minhas pernas dobradas. A bebê, de um pouco mais de um ano, sorria majestosamente enquanto ouvia a história de como eu e seu pai nos beijamos pela primeira vez. Ela ria e batia palminhas, enquanto me olhava com os olhinhos tão parecidos com os do pai.
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THE RETURN OF THE DEAD
FanfictionCarol e Ed Peletier, tiveram mais uma filha além de Sophia, Cassiopeia Peletier. Crescendo em um ambiente completo tóxico e agressivo, Cassie com ajuda de sua mãe, fugiu de casa na primeira oportunidade que teve após completar seus 18 anos. Agora co...