PRÓLOGO

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POV NARRADOR

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POV NARRADOR

O grupo tinha conseguido tomar o pátio da prisão, e agora, jantavam todos em roda em volta da fogueira. Carol, notando o afastamento de Daryl, seguiu até ele, e subiu em cima do ônibus tombado em que ele estava.

Conversando por um tempo, Carol notou o colar com uma aliança que Daryl sempre levava no pescoço. Distraindo momentaneamente da conversa, Carol se virou para o céu, e viu a constelação Cassiopeia brilhando no céu.  Foi inevitável para ela, não se lembrar de sua filha. Sua amada Cassie.

— Eu tive outra filha além de Sophia, sabia? — a mulher se virou questionando.

O caçador se virou para ela, imediatamente interessado na conversa outra vez.

— O nome dela era Cassiopeia, como a constelação.

Daryl sentiu seu coração apertar. Cassiopeia. Sua doce e amada Cassie. O caçador jamais conseguiria perdoar a si mesmo por não ter conseguido achar Cassie naquela noite. Por ter perdido ela de vista. Por não ter conseguido salvar sua esposa.

Se mantendo quieto, Daryl apenas ouviu, enquanto Carol falava sobre sua filha.

— Ela morreu? — ele questionou após um tempo.

— Eu não sei — Carol respondeu, um pouco angustiada. — Cassie era a mais velha. Deveria ter quase vinte e cinco agora. Ed batia nela também — a raiva se alastrou pelo corpo de Daryl, e o caçador fechou as mãos em punho. — Um vez, eu voltei do mercado. Encontrei Ed cima de Cassie. Ela tinha feito dezoito a uma semana, e ele tentou... — Carol parou no meio da frase, um soluço preso na garganta. Daryl colocou uma das mãos no ombro da mulher. — Quebrei um vaso na cabeça dele. Ficou apagado por quase seis horas, quando acordou, achei que fosse me bater até eu morrer. Ajudei Cassie a arrumar as coisas, dei todo o dinheiro que eu tinha pra ela, e mandei ela passar na lanchonete que trabalhava e pedir as contas. Ela fugiu. Foi pro mais longe que conseguiu. Só recebi uma ligação dela. Quando chegou em uma cidadezinha no interior da Geórgia, não lembro o nome, estava aliviada demais por saber que ela estava bem, e conseguindo uma vida digna da grande mulher que ela era. Ela tinha um futuro brilhante pela frente, se não fosse pelo fim do mundo. Rezo todas as noites pra que eu possa encontrar ela outra vez, pra que ela esteja viva e bem.

Carol começou a chorar, e Daryl a envolveu em um abraço desajeitado.

— Vamos. Vamos descer — disse o Dixon, se encaminhando para a escada.

— Agora? Tava ficando tão romântico. Quer dar uns amassos? — Carol brincou.

Daryl a olhou desconcertado, e a ajudou a descer. O homem caminhou para um canto onde havia deixado sua mochila, e se deitou lá. Encarando a constelação Cassiopeia, sua mente voltou para a conversa com Carol. A brincadeira da mulher, fez com que ele se lembrasse dela.

Aquilo era tão a cara de Cassie dizer.

O mundo a sua volta pareceu mudar por instantes. Para onde ele olhava, tudo parecia lembrar Cassie. Segurando a aliança com mais força entre os dedos, ele tentou pegar no sono. Naquela noite, após muito tempo, Daryl sonhou outra vez com Cassie.

 Naquela noite, após muito tempo, Daryl sonhou outra vez com Cassie

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