THE TERMINUS

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POV DARYL

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POV DARYL

Quando a prisão caiu, senti meu mundo ruindo junto.

Eu não tinha mais ninguém nesse mundo. Minha esposa, o bebê que ela carregava na barriga, meu irmão. Perdi todos, e fui incapaz de achar seus corpos e lhes dar a dádiva do descanso eterno.

Me apeguei as pessoas da prisão, e o grupo se tornou minha família, e então perdi todos. Todo mundo que eu amo, em algum momento, acaba simplesmente desaparecendo sem deixar rastros. Essa era a porra da maldição Dixon no final das contas, eu  estava destinado a vagar sozinho por esse mundo. Condenado a solidão assim como a falta de zelo e carinho. Sozinho, até o dia de minha morte.

Aí Beth me achou. Fugimos juntos, e odiei cada segundo daquilo. A garota era irritante, irritante demais, e me trazia memórias que eu queria que permanecessem enterradas. A Greene mais nova, era parecida com Cassie. Não na aparência, mas no jeito de agir e pensar.

Não me interprete mal, eu jamais desenvolveria qualquer tipo de sentimento romântico por ela, Beth só me lembrava demais minha mulher, e isso machucava.

Durante os dias que passamos juntos, me mantive o mais silencioso que pude. Evitava todo e qualquer contato, tentando amenizar a dor que lembrar de Cassie me trazia. Eu estava indo bem, até que Beth teve a brilhante ideia de se embebedar, e eu surtei.

Agi como um grande babaca, e dei graças aos céus por Cassie não estar aqui e nem poder me ver nesse estado. A última vez que perdi o controle daquele jeito, minha mulher me encontrou quase desmaiado em um beco depois de ter apanhado horrores para um monte de caras com quem Merle arranjou briga. A loirinha me arrastou por quarteirões, cuidou dos meus machucados e me deixou dormir no seu sofá. Depois desse dia, eu prometi a mim mesmo que agiria diferente. Então me apaixonei por Cassie, e jurei por tudo o que eu acreditava que seria uma pessoa melhor. Um homem melhor por ela.

De algum jeito, Beth conseguiu me perdoar por ter sido um grandíssimo babaca com ela. Naquela mesma noite, estávamos sentados na cabana, conversando sobre a vida.

— Vai sentir minha falta quando eu morrer, Daryl Dixon — ela disse, me olhando enquanto sorria.

Não eu não iria, porque eu não deixaria ela morrer. Me apeguei a garota, e não a deixaria morrer. Não perderia ela também. Ensinaria ela a se defender, a caçar e a sobreviver.

— Queria saber o que eu era antes disso — eu comecei. Ela me olhou atenta, curiosa. — Eu não era nada, ninguém. Vivia na sombra de Merle e era um babaca, um bêbado — eu suspirei. Ela não me julgou ou abriu a boca, apenas me deixou falar. — Até que Cassie chegou. Ela veio aos pouquinhos, e de repente já tinha quebrado todas as minhas barreiras e me vi apaixonado por ela. Virei uma pessoa melhor por ela. Com ajuda dela, abri uma oficina e pela primeira vez na vida, tive dinheiro pra viver e não só sobreviver.

“ Ela cuidou de mim, tratou de todas as minhas feridas e me fez alguém melhor. Percebi que Cassie era a mulher da minha vida, então a pedi em casamento. Casamos e vivemos felizes, até que essa merda toda aconteceu. Ela estava grávida.”

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