THE BROTHER

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POV CASSIE

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POV CASSIE

Andamos por semanas, achamos dois carros com gasolina e usamos até o tanque secar, e aí andamos mais um pouco.

Eu não sabia pra onde ia, mas tinha essa sensação. Quase como se um fio que me ligasse a Daryl estivesse repuxando, querendo que eu o encontrasse logo, mesmo que eu não tivesse pista alguma de sua localização. Era estranho, mas de alguma forma, parecia incrivelmente certo.

Decidimos parar para descansar em uma casa que achamos. Três mortos se encontravam na casa, talvez isso tivesse afastado outras pessoas, porque a casa estava cheia de coisas úteis. Comida enlatada, roupas limpas, água encanada, produtos de higiene, primeiros socorros, remédios e armas. Muitas armas, de fogo, brancas e uma distinta variedade de munições. Acho que éramos sortudas no final das contas.

Todas já tinham ido dormir, e eu fiquei de guarda. O primeiro turno sempre era meu.

Escutei passos e logo notei ser Sophia. Eu continuei olhando as estrelas pela janela do segundo andar, sem me importar com a presença de minha irmã mais nova, que suspirou atrás de mim.

— Eu queria te agradecer Cassie.

Eu me virei com uma careta confusa para ela.

— Pelo o que?

— Por ter me salvado aquele dia na floresta, por ter cuidado de mim, por ter me tornado quem eu sou hoje, e por nunca ter parado de tentar. Quando eu crescer, quero ser forte e determinada como você.

Eu sorri emocionada.

— Você é forte e determinada, pirralha.

— Não como você — ela negou com a cabeça. — Mas eu estou no caminho, quem sabe um dia eu chego lá. De qualquer jeito, obrigada por nunca ter parado de procurar pela mamãe. De nunca ter desistido de cumprir com a sua promessa.

— Nos dias de hoje, a palavra é nossa única garantia. Jamais quebre a confiança de alguém Sophia, é algo que não pode ser reparado. Nunca mais.

Me senti filósofa, uma vibe meio Dumbledore.

— Certo, boa noite Cassie.

— Boa noite pirralha!

E então ouvi seus passos se distanciando, e eu soube que ela foi para um dos quartos descansar. Eu suspirei olhando a constelação Órion, e então fui até Sarah, que descansava no último quarto do corredor, cercada de travesseiros, me deitei junto dela, aconchegando-me a minha filha.

Não me opus ao sono quando ele veio me embalar, sabia que Gracie já devia estar acordando para começar seu turno, então apenas me deixei levar pelo cansaço.

Pela manhã, quando acordei no outro dia, os raios de sol entravam fortes pela janela do quarto, e eu senti cheiro de comida sendo esquentada vindo da cozinha. Eu sorri para Sarah que já se encontrava acordada, e estava velando meu sono. Como ela crescia rápido, por Deus!

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