Marlboro Nights | jjk + pjm

01. 무서운 소년.

Eu poderia começar isso aqui contando sobre como eu acordei com o despertador e levantei como qualquer pessoa normal, com o cabelo pra cima e o rosto inchado, indo até o banheiro e fazendo "minhas necessidades fisiológicas". Poderia mesmo! Mas eu sou ridiculamente sortudo e tenho um despertador diferente.

Ele tem 1,70 de altura, 15 anos na cara e pula em cima de mim quase todo santo dia, pontualmente, às seis da manhã, se debatendo até me acordar. E é claro que, com esse despertar muito tranquilo e ameno, eu acordo com o humor nas alturas e uma vontade enorme de olhar pra aquela cara feia do meu irmão e proferir as palavras mais gentis que meu cérebro é capaz de formar no momento:

- Jihyun, vá se foder! - Praticamente rosno, completamente tomado pelo ódio profundo de ter que acordar às seis da matina depois de tatuar um playboy até duas da manhã porque o bonito marcou horário pras dez e chegou quase meia noite.

- Jimin-ah, para de ser amargurado. É quarta-feira! Dia de ir ver o pai e tomar sorvete. - O pirralho disse, com um sorriso idiota na cara cheia de sono, sentando na minha barriga e quase me fazendo mijar nas calças. Bom, eu não estava de calças, mas vocês entenderam, queridos telespectamores.

- Dia de você ver o pai, né? Porque o velho nem olha na minha cara, eu nem entro mais lá. - Resmunguei, empurrando aquele cara de bunda pelos ombros e derrubando ele na cama pra conseguir levantar e andar meio torto até a porta do quarto, porque isso aqui não é uma história de um riquinho prepotente que tem uma suíte. - Já que você tá tão animado, passa o café e faz o seu sanduíche. E vê se ajeita esse seu cabelo branco, tá parecendo o Doutor Emmett. - Fiz uma careta e virei as costas pra ele, sentindo o meu próprio travesseiro acertar as minhas costas. Entrei no banheiro do corredor e fui reto tomar banho pra tirar a nhaca de sono do corpo, e mijei dentro do box mesmo porque não sou fresco. Quem lava esse banheiro é o Jihyun mesmo.

Saí do banheiro já vestido, dobrando as mangas do moletom preto até os cotovelos e dando um pescotapa no Hyun quando cheguei na cozinha. Abri um sorriso daqueles repletos de homossexualismo - note a ironia - quando olhei pra mesa e enxerguei dois sanduíches prontos e duas canecas de café.

Sim, a gente usa só caneca, não xícara.

Gostamos de encher a cara de café e xícaras são muito pequenas pra isso.
Agora, pulando todos os diálogos cheios de amor entre irmãos que eu e o fedido tivemos durante a sagrada primeira refeição do dia e indo direto ao ponto que eu sei que você, meu telespectamor, tá bem interessado. Eu e o Hyun seguimos por caminhos diferentes a partir da primeira esquina de casa porque não, ele não estuda no mesmo colégio que eu. Já vemos a cara um do outro o dia todo, então combinamos de estudar em lugares diferentes. Eu fui andando sozinho, repito, COMPLETAMENTE SOZINHO até o colégio porque o ser mais abominável e CRUEL da face da Terra me abandonou por uma foda do Grindr e não pôde ir pra escola comigo porque vai sair direto da casa da marmita dele e ir pra aula. Me digam se isso não é um ultraje, um motivo extremamente plausível pra nossa amizade ser destroçada?

- Minnie! - Escutei a voz do inominável e imediatamente, como qualquer pessoa extremamente brava com a situação faria, comecei a olhar para os lados atrás do meu amigo. Encontrei o calhorda correndo na minha direção como se o mundo estivesse acabando, com a mochila pendurada em um dos ombros e uma das mãos tentando terminar de abotoar a camisa com o emblema do colégio - porque ele é um dos poucos trouxas que ainda usam aquele uniforme horrível - enquanto a outra acenava desesperadamente pra mim.

- Oi, Tae. - Disse contido, com um sorriso meio fechado no rosto, imediatamente ajudando o esperto a fechar o botão quando ele me alcançou e sentindo o beijinho singelo que ganhei na bochecha como cumprimento.

- Oi, soul. - Ele disse, aumentando meu sorriso pelo apelido usado e franzindo as sobrancelhas imediatamente ao me olhar mais de perto. - O que aconteceu?