21. 입술.

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Anos exercendo a mesma profissão nos oferece algumas vantagens.

Minha mente estava no homem sentado na recepção, não nos seios volumosos na frente de meu rosto. A moça tremia descontroladamente, nervosa, e eu estimulava os mamilos amarronzados com um cotonete.

– Se acalma, querida. – Sorri por detrás da máscara, com os olhos no rosto da garota, tentando ser o mais respeitoso possível. – Vai ser rápido.

Em alguns segundos, ela já ria sozinha, olhando os próprios peitos no espelho. Eu me senti bobo, contente por fazer parte de um processo que colaborava tanto para a autoestima de alguém. Aquela moça precisou de algum tempo para ter coragem de tirar a blusa e agora não queria nem vestir de novo, saindo por aí com os peitões de fora.

Mas nem aquela cena tão adorável tirava a imagem de um Jungkook desesperado dos meus pensamentos. A forma como ele tremia e chorava quando chegou ao estúdio me deixou em alerta e preocupado, por mais que o rapaz tenha se acalmado.

A garota desceu os olhos para meus braços, analisando-os minuciosamente depois de vestir a blusa.

– Que gracinha! – Sorriu grande, com os cabelos castanhos e ondulados me fazendo pensar ainda mais fervorosamente no meu antigo amor. – Você coloriu sozinho? É canetinha?

Cocei o queixo.

Seria estranho dizer a verdade. Também seria esquisito dizer que colori sozinho... falar que foi um filho, nem pensar. Ainda mais que peguei Jungkook de jeito e gozei nas minhas próprias calças – que eu limpei há algum tempo – depois de ele colorir meus braços.

– Ah, sim... – Pensei mais um pouco, apertando os lábios e desviando o olhar. – Isso foi, hm, meu namorado...

– Você namora? – Ela abriu bem os olhos, murchando em seguida. – Que decepção. Mas, bom, tchau, Jimin-ssi!

Na porta, a garota me deu um beijo na bochecha. Era ocidental, então imaginei que não fosse nada demais para ela, mas Jungkook parecia que ia pular no pescoço da coitada.

Como ela já era a segunda perfuração que havia me restado, descartei as luvas pretas e a máscara cirúrgica, organizando as poucas coisas que estavam fora do lugar e parando na frente de Jungkook.

– Vamos? – Chamei, recebendo seu olhar raivoso e vendo-o cruzar os braços.

– Quem era aquela? – Devolveu rapidamente, emburrado.

– Uma cliente.

– Hm. – Bufou, desviando o olhar, e se levantou. – Que tipo de cliente?

– Do tipo que tirou a blusa e me mostrou os peitos. – Jungkook arregalou os olhos e se preparou para ir embora sozinho, mas segurei seu pulso, com uma risadinha de lado no rosto. – Eu furei os mamilos dela, Jungkook.

Ele ficou em silêncio, com o rosto vermelho e aquele olhar puto que me lembrava tanto a juventude. Com mais uma risada baixa, soltei-o e peguei as chaves, já que até Jeong havia ido embora e estávamos sozinhos.

O mais novo apenas me seguiu, abrindo a boca para resmungar algo apenas quando eu já tinha fechado a grade e a porta de vidro, montando na moto em seguida.

– Eu vou... – Ele brincava com os dedos parcialmente escondidos pelo punho do moletom amarelo, olhando para o chão. – Pedir um táxi, então...

– Que? – Levantei a cabeça quando estava prestes a colocar o capacete, com os olhos arregalados. – Que táxi, garoto? Já não falei que vamos para a minha casa?

– Sua... é... sua casa... – Ele mordeu os lábios e se balançou no lugar, não me olhando por nada nesse mundo.

– Sobe aqui. – Mandei, fingindo calma, mas prendendo a respiração quando Jungkook se aproximou e subiu na moto, perigosamente encaixado em meu corpo.

Marlboro Nights | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora