Feliz natal!!!
Espero que gostem do presente. ♡TW: menção direta a violência, latrocínio, arma de fogo, perseguição assédio sexual, crise ansiosa.
Eu preciso acordar.
Um grito. Um palavrão. Um tapa. Uma arma destravando.
Eu preciso acordar. Agora! Por favor...
"- Pai? Por que o senhor não me responde?
Era Natal. Eu estava em Busan, comendo um chester enquanto meus pais conversavam comigo por uma ligação de vídeo. No momento, tudo o que eu conseguia ver era um teto, já que aparentemente meu pai havia derrubado o celular no chão.
Estava atento aos sons. Passos pesados, vozes graves e baixas. Barulho de fita.
A refeição já não descia pela minha garganta. Eu tremia e suava frio, com medo.
Uma mão grande pegou o celular, cobrindo a câmera. Quando ela foi destapada, estava na mesa de centro da sala. De frente para os meus pais.
Com os pulsos amarrados nas costas e pedaços grossos de fita cobrindo suas bocas.
Eu não conseguia respirar. Fechei a chamada para ligar para a polícia, mas um som muito específico me fez parar e voltar, voltando a ver meus pais com olhares desesperados e lágrimas apavoradas descendo pelas bochechas. Na frente deles, uma arma destravada. O som que eu ouvi.
- Se desligar, eles morrem, moleque. - O dono da arma disse e eu tive vontade de vomitar quando uma das mãos dele segurou a nuca da minha mãe, deslizando até o pescoço e acariciando. Ela parecia enojada, tentando se livrar do toque indesejado, mas recebendo um murro na têmpora.
Eu solucei. Eu não podia chamar a polícia, ele estava me vendo. Ao fundo, conseguia ouvir os sons dos pertences dos meus pais sendo roubados. Os dois me olhavam com atenção pelo celular, sorrindo com os olhos enquanto choravam. Como se fosse a última vez que me veriam.
Acorda, Jungkook... acorda, por favor.
Um tiro. Um grito, talvez meu, talvez da minha mãe. Meu pai com a cabeça estourada no chão.
O desespero evidente na face dela me dilacerou. Ela olhou uma última vez para a tela e disse que me amava, já sem a fita na boca. Não tive tempo de fechar os olhos antes que ela também fosse baleada, no peito. Pude ouvir o baque do corpo sem vida caindo no chão."
Eu acordei.
Meus olhos ardiam e eu sentia a brisa gelada que entrava pela janela bater nos rastros das lágrimas, deixando a pele fria. Me acalmar não era sequer uma opção e eu apenas coloquei as duas mãos no rosto, torcendo para que Hoseok e Jihoon tivessem um sono pesado e não acordassem com os soluços engasgados.
Eu nunca conseguiria me esquecer daquilo. Até me sentia grato pelo pesadelo não ter durado o tempo que aquela situação durou na vida real, se estendendo da meia-noite do dia 25 até as quatro horas da manhã. Comparado ao real acontecido, aquele sonho deveria não ser tão ruim assim.
Mas reviver durante o sono todo aquele desespero, os sons dos tiros e o riso de escárnio do assaltante que havia puxado o gatilho... aquilo era uma tortura. A minha mente filtrava as lembranças, separando os momentos mais traumatizantes e projetando tudo em um telão enorme para todas os meus neurônios. Era como se eu estivesse lá outra vez.
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Marlboro Nights | jjk + pjm
Fanfiction[EM ANDAMENTO] Isso deveria atrair alguém, mas quem realmente se importa? Minha história de amor, minhas regras. Insira milhares de pontos de interrogação aqui, amado telespectamor. ass: cara que narra essa história. ps: não espere um romance bon...