03. 잃어버린.

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- Não. Sem chance.

- Vai logo, Jungkook. Você tá pagando por isso. Se não tirar a roupa logo, pode ir embora!

É... você, querido telespectamor, deve estar ponderando como diabos eu cheguei nessa merda de situação, mandando Jeon Jungkook, o Hétero, tirar a roupa. Pra que você entenda, vou precisar voltar alguns trágicos minutos, até a hora que ele chegou aqui no estúdio.

- Pode, Dahyun-ssi... - Respondi a garota, ainda meio perplexo, pegando uma das várias apostilas repletas de desenhos, tatuagens e piercings feitos por mim e entregando-a.

Observei quando ela silenciosamente avaliou meu trabalho, olhando Jungkook de canto algumas vezes e parando só quando os olhos redondinhos dela brilharam e ela abriu um sorriso espontâneo, levantando o rosto pra me encarar.

- Você é muito bom no que faz, oppa. Essa caveira é muito linda. Tem como você fazer ela em uma versão mais pequena, só um pouco? Uns dez ou quinze centímetros, mais ou menos. - Ela pergunta e eu quase solto uma risada alta pelo olhar assustado de Jungkook, ainda mais quando os olhos dele ficam esbugalhados assim que ela completa, demonstrando com as mãos no próprio corpo: - Pra tatuar no quadril, mais ou menos aqui.

- Claro. A versão original seria de trinta centímetros, então o valor que tá aí vai cair e ficar praticamente a metade. - Sorri, abrindo a porta da salinha de tatuagem já completamente higienizada e pronta pra utilização. - Então... pode entrar.

Chamei ela porque nunca se sabe, né? Vai que é ela que quer tatuar comigo e não o Jungkook... quem sabe o universo não seria tão cruel a ponto de trazer esse garoto pra tatuar logo comigo.

- Vai lá, oppa. Aproveita e já conversa melhor sobre como você quer a tatuagem.

É... doce ilusão.

Jungkook concordou com a cabeça, caminhando na minha direção até entrar na salinha, trazendo a apostila aberta no desenho desejado com ele. Acenei pra Dahyun e sorri quando ela retribuiu, simpática, não parecendo cultivar nenhum tipo de raiva por mim, por mínima que seja, a despeito do claro ranço que os amigos dela têm de mim.

Fechei a porta depois de entrar e apontei pra maca de couro sintético no centro da sala e preparei a tinta rapidinho, já que era só preto. Coloquei um decalque de quinze e outro de dez centímetros pra imprimir e sentei na poltrona do lado da maca enquanto colocava mais um par de luvas pretas.

- Então, amigo... você vai ter que tirar a sua roupa. Você pode tampar o que precisar aí, mas a perna da tatuagem precisa ficar pelada. Peladinha mesmo.

E foi assim, meu querido telespectamor, que eu cheguei a esse ponto de precisar argumentar com Jungkook os prós e os contras de ele tirar a roupa na minha frente.

- Eu não preciso tirar, é só puxar um pouco na parte que você tá fazendo e depois colocar de volta. - Ele disse, emburrado, segurando a barra da calça jeans como se eu mesmo fosse tirar ela do corpo dele.

- Escuta, se você não queria tirar a roupa, por que diabos escolheu esse lugar?

- Meus pais não podem ver ela por enquanto. Só vou mostrar quando eu fizer dezenove...

- Então por que você não esperou até seu aniversário, Jungkook? Juro. Tira a roupa logo, não é como se eu fosse me apaixonar pelo seu corpo algo assim. Tô só fazendo meu trabalho. Ou você é hétero demais pra entender isso, Jeon? - Disse, debochado, levantando da poltrona pra buscar uma lâmina de barbear fechada, um pouco de gel transfer, deixando os dois na mesinha no canto da maca.

Marlboro Nights | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora