17. 새로운 시작.

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Minha mente estava uma bagunça e eu tinha certeza de que, se estivesse em um desenho animado, fumaça sairia pelas minhas orelhas naquele momento. Os pensamentos acelerados se atropelavam e eu pensei que fosse desmaiar de nervoso.

Ele estava ali.

Bem ali, na minha frente, mais lindo que nunca. Os olhos pretos como eu me lembrava me encaravam, assustados. Jeon Jungkook estava na minha presença depois de anos e eu sentia minhas pernas fracas e o coração acelerado como se fosse a primeira vez.

Quando chegamos perto daquele beco escuro e eu me atirei em defesa a quem quer que fosse que aquele homem estivesse atacando tão covardemente, pensei que receberia apenas um agradecimento. Porém, ter socado a cara do ex-segurança que há anos atrás drogou Taehyung me trouxe muito mais que uma consciência limpa e um obrigado.

Jungkook estava irresistível como sempre foi. O álcool parecia ter evaporado do meu corpo conforme fui passando os olhos por ele, pelos cabelos castanhos na altura dos ombros e os braços arrepiados, expostos pela regata. Confuso, mas preocupado com ele, tirei minha jaqueta e lancei em sua direção. Ele parecia atônito, encarando a peça por alguns segundos antes de colocá-la sob os ombros e se encolher.

Aquilo me trouxe uma lembrança tão específica que pensei estar enterrada no fundo da minha memória, de quando as pernas bonitas e branquinhas me hipnotizaram em uma aula de educação física há onze anos atrás. Na época, emprestei minha calça para o garoto de cabelo tigelinha e óculos redondos e eu sinceramente não fazia ideia de que rumo a peça havia tomado. Nunca mais vi minha calça, minha camiseta do BABYMETAL ou o enorme moletom amarelo.

Mais um gemido do brutamontes caído no chão soou e eu quase rosnei feito um cachorro, puto da vida com aquela situação de merda. Que porra de universo era aquele, que colocava aquele cara na minha frente depois de onze anos ainda amando sozinho, transando por transar, beijando por beijar e fazendo juras de amor falsas a cada homem que caía na minha cama e esperava uma mensagem no dia seguinte?

Aquele sentimento ridículo e desesperador de não conseguir mais sentir nada por ninguém e me tornar um babaca aos poucos, vivendo cada dia da minha vida no automático e me torturando todos os dias com as consequências das minhas ações tão imaturas, que condenaram aquele amor juvenil, agora vinha como um soco no estômago. Ou um chute nos bagos, que é pior ainda.

Que patético. Ele não devia nem me reconhecer.

Yoongi chutou mais uma vez o homem caído e resmungou um palavrão e Jeongyeon jogou a perninha de grilo no chão e pisou na ponta com a sola grossa do coturno, pigarreando.

- Ele machucou você, Jungkook-ssi? - Ela perguntou, cuidadosa, segurando as mãos dele para ajudá-lo a se levantar e tratando-o formalmente. Devia ser muito estranho reencontrá-lo depois de todo aquele tempo.

- Não, só... - Respondeu baixo e eu me arrepiei mais um pouco ao ouvir sua voz tão diferente e adulta. - Minha cintura dói um pouco.

Ele levou os dedos até a barra da regata e levantou um pouco, exibindo as marcas de dedos em sua cintura, já suavemente arroxeadas. Depois de soltar, puxou algo do bolso, que eu descobri ser um maço do mesmo cigarro que eu gosto desde os meus dezesseis anos. Ele acendeu um e só então notei que suas mãos tremiam, demonstrando um nervosismo compreensível, que eu deveria ter reparado antes. Com tantas pessoas ao seu redor após uma situação tão desesperadora, Jungkook devia estar mais nervoso ainda.

Minha cabeça já começava a doer quando eu dispensei a presença dos outros apressadamente, assistindo Jungkook ainda tremendo e com lágrimas rolando por suas bochechas descontroladamente.

- Xô, xô. - Abanei as mãos, expulsando os meus amigos, ficando apenas na presença de um Jungkook assustado e aquele merdinha caído no chão. Bostão.

Marlboro Nights | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora